sábado, 21 de novembro de 2015

Saudade e lembrança

A saudade é eterna companheira da lembrança. Então me digno a lembrar dos tempos de criança. Da minha infância muito boa com muito trabalho e divertimentos. Lembro-me da ida ao armazém do Zeca, quase sempre às seis e meia da manhã, para comprar dois litros de leite, vendidos em recipientes de vidro. Às vezes eu preparava o café da manhã, em seguida, após tomá-lo, eu partia para a escola pública Evaristo da Veiga, cuja diretora era a dona Iracema do Carmo Valente, que exigia dos alunos pontualidade para o hasteamento da bandeira brasileira. Sagrado também era passar na casa dos meus avós, toda a vez em que eu retornava da escola. Lá, era raro eu não fazer um lanche, e em seguida eu me encaminhava para a minha residência, a cerca de dez minutos do local em que eu estava. Depois do almoço, tinham os deveres de casa, que eu chamava carinhosamente de “parolar”. Após os afazeres domésticos, restava o futebol, sempre à tarde, que era obrigatório, e todos os dias, independente do tempo, e na maioria das vezes com o consentimento de minha mãe. À noite, algumas brincadeiras com os amigos, que não eram virtuais. E depois disso tudo, eu me preparava para dormir, e no dia seguinte, refazia os caminhos que a mim foram destinados. Mas eu não considerava isso monotonia, porque a cada dia era um aprendizado. Na escola, nas brincadeiras, e nas descobertas que continuo adquirindo, exercitando novos conhecimentos, até os dias de hoje.

Vale a pena ter lembrança com saudade!

Nunca mais

Nunca mais seguirei os teus passos.
Sem meus abraços tu vais perceber.
Que a minha alegria é a de te esquecer.
Quando me avistares na rua.
Finjas que não me vês.
Porque a tua presença, para mim sempre será desapercebida.
Despercebidas também serão as tuas mãos, que tentarão tocar em meu corpo.
Sentir-te-ás frígida a minha pele.
Descrevo a ti minha forte e profunda emoção.
E tu saberás o gelo que carrego em meu coração.


Aos nossos pais José e Moema



Na estrada da vida, caminho sem saber se retornarei. Sigo os meus passos freneticamente, mas não consigo alcançar os obstáculos. Com esses percalços, de início pensei que fossem naturais, mas não, são estas lembranças aqui dedilhadas no teclado que me fizeram pensar e anotar as vidas de meus pais: pontilhadas de superações, alegrias, tristezas, esperanças e, sobretudo do entendimento mútuo que conservaram até os seus derradeiros dias. Obrigado, “José e Moema”, pelas orientações dedicadas a nós, pela competência em administrar as nossas vidas, enquanto pequenos, pelo entendimento de discernirmos o certo e o errado, pela orientação espiritual, pelos ensinamentos simples de compreender que as nossas necessidades deveriam ser supridas pelo trabalho e muita dedicação. Lembro-me que com o meu “pequeno” e primeiro salário mínimo, comprei uma enceradeira para a minha mãe. Aquele ato me deixou muito orgulhoso. As lembranças para mim não são barreiras, as intransponíveis sim. Elas me deixam inquieto, risonho, tristonho, detalhista, conservador.
Hoje ao acordar, ao longe, vi um canário cantando e percebi que a vida é bela. Esse canto poderia ser a definição do que foram as vidas de nossos pais e o que eu considerava impossível, aconteceu. Venci. Desobstrui o que me impedia passar. Quando eu não estiver mais entre os vivos, retornarei e cantarei seguindo ao infinito acreditando que voarei sobre os empecilhos, como nossos pais nos transmitiram através das suas orientações, e quem sabe trinando agradecido a José e Moema, pelo o que hoje somos. Seus filhos: Alice, Candido Alberto, Angelo José, Marco Aurélio, Almir Roberto, Angela Moema, Ana Cristina, André Luiz e Telma.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tempestade

Você agita o meu coração.
Que atormenta minha vida nessa canção.
Sentimento que bate é alguma razão, de escolher.
Quando a vejo desfilar na avenida.
Ao longe observo o seu corpo esguio.
E sob o batuque do samba sincopado.
Minhas veias palpitam e com os olhos marejados.
Enxergam os seus cintilantes de amor.
Com a exuberância do seu corpo.
Que se aproxima de mim pouco a pouco.
Um repique descompassa as minhas batidas.
Explode o meu peito, com a força do amor.

Sempre a responder o inverso da dor.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Podem me prender

A necessidade de argumentar uma opinião não carece respeita-la. Caso contrário eu estaria fazendo parte de um presépio, num gesto de aprovação. Agora é imprescindível o respeito ao seu direito de opinar. As pessoas são distintas de ideias.
Vemos nas redes sociais várias interpretações sobre artigos veiculados na mídia. Em diversas opiniões, algumas absurdas e outras tantas evasivas. Normalmente, me pego cantando a letra interpretada por nossa eterna Nara Leão. Era um direito dela não mudar a sua vontade. Acho que a sua convicção pode ser propalada ao universo. Por isso não entro em redes sociais, porque muitos não têm a consciência do que dizem.
Mas sempre acolherei o seu direito de opinar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sobrevivência

Sentado em frente a minha janela, vislumbro a imagem do Redentor de braços abertos parecendo dar-me proteção. No entanto nesta selva de pedra em que resido, reluto acreditar que haja tanta violência. Assim cercado em uma prisão 3x4, sou obrigado a assistir impassível a covardia diária a cidadãos que cumprem suas obrigações e deveres nessa sociedade que se encontra sem regras e aplicações das leis.
Suportar esta situação é o segredo da “sobrevivência”, pelo menos aqui na nossa Cidade Maravilhosa. Isto configura que o nosso Estado está falido, gerando incompetência nesse processo. Notadamente somos uma população assustada e neurótica, submissa a impunidade e ao aviltamento que na realidade são corresponsáveis os nossos políticos demagogos que de quatro em quatro anos tentam renovar a esperança praticamente inexistente na maioria da população.
Ainda em frente a minha janela, assistindo a subida e descida do Bondinho do “Pão-de-Açúcar”, vejo que a doce vida que poderíamos desfrutar é alheia a nossa vontade.
Toda mudança só dependerá de nós mesmos, portanto devemos sempre escolher melhor os candidatos. Pensem nisso.

Sonho merecido


Eu nunca pensei que fosse assim.
Você sempre foi alegre, me tratava tão bem, e com certeza me amava como também a amo.
Eu corri com o tempo, tentando penetrar nessa pretensa escuridão em que você se encontrava.
De repente eu a vejo distante, como uma luz no fim de um túnel.
E na diagonal em que eu me encontrava, eu a via na tênue penumbra.
Com a sua boca balbuciando, insistentemente, eu ouvi que iria me deixar.
Fazendo gestos com as duas mãos que se entrelaçavam com seu véu.
E lá descubro que você não está só.
A princípio me desconcentrei e chorei.
Havia alguém com você. Fiquei mais calmo e reparei uma aura em sua frente.
Percebi que você um dia havia me falado.
Que até nos sonhos seus. Só haviam olhos para Deus.
Ela sacudiu-me e gritou: “Meu Deus, o que está havendo”!
“Acorde meu amor”!
E com um lenço as minhas lágrimas enxugou.
Eu sussurrei: “Pensei que eu a tivesse perdido”!
Ali notei que devemos sempre ouvir  e falar a Deus.
Porque um homem sem fé.
Não tem capacidade para amar a uma mulher.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O Brasil acordou?

Os brasileiros acordaram! E as vistas que estavam remeladas, pararam de chorar. O que se viu nesses últimos dias foi inimaginável aos olhos e ouvidos dos políticos brasileiros. É bem verdade que assistimos cenas de vandalismos com alguns poucos furiosos e também desanimados com o desempenho das elites políticas de nosso país. Por outro lado, a truculência de policiais como sempre, despreparados para essa ação. Mas prevaleceram as manifestações pacíficas. Os brasileiros estão fartos de promessas que não são cumpridas, da elevada cobrança de impostos para a nossa sociedade, sem retorno plausível para o nosso bem estar, razão pela qual, desencadearam essas manifestações. O que determina a consonância entre eleitos e eleitores, são as participações ativas de projetos de políticas públicas que se adéquam aos direitos civis e constitucionais dos indivíduos. As medidas impopulares nunca são bem-vindas, principalmente medidas aviltantes como aumento de tarifas de ônibus. Se o governo federal já havia desonerado os combustíveis e outros custos inerentes ao transporte, quais seriam os motivos para o aumento? Não adianta também transferir esse aumento que foi cancelado para compensar em outra área. Precisamos valorizar a saúde pública, transporte, educação, segurança pública, etc. Nesse papel os governos federal, estaduais e municipais estão coesos, ou seja, não fazem nada ou pouco fazem em detrimento aos interesses do povo. Nessa mesma linha estão os poderes legislativos e judiciários que não se mexem para reformular as nossas velhas leis que permitem impunidades, corrupção, etc. No que tange ao novo pesadelo com a volta da inflação, vimos todos os dias os aumentos substanciais de gêneros alimentícios, vestuários, serviços e etc., sem que houvesse alguma intervenção dos nossos mandatários, alegando que eram fases, e que os aumentos por si só estancariam em breve e que estariam tomando providencias para estabilizar a disponibilidade interna. O que não ocorreu até o momento. O despertar desses jovens ganharam espaço em todo Brasil em virtude das descrenças com os políticos acostumados a desrespeitarem os cidadãos que trabalham mais, ganham menos e são descontados na fonte de seus impostos, sendo assim alijados de quaisquer benesses governamentais. Quanto aos gastos esportivos, não houve um plebiscito para saber o que o povo precisava naquele momento, e mais uma vez foram à Suíça e acertaram que a copa do mundo e as olimpíadas seriam realizadas no Brasil. A FIFA por sua vez obrigou ao nosso governo a reformulação e construção de arenas esportivas, onde foram gastos até agora valores expressivos com recursos mal aplicados. Algo em torno de R$ 30.000.000.000,00 (trinta bilhões de reais) Após a conclusão de alguns estádios, muitos jornalistas reclamaram dos dispêndios, mas as efetivas reclamações emanaram das ruas, vieram do povo. Fala-se em reforma política, mas nenhum partido se posiciona a respeito. O recado vindo das manifestações deixaram os políticos perplexos. Eles colocaram o aparelho de surdez nas orelhas e agora passaram a ouvir as ruas. Os manifestantes, exercendo os seus direitos dentro de uma democracia, farão uma pausa para avaliarem os rumos que tomarão diante do discurso da presidenta Dilma. Será que o Brasil acordará de vez ou ficará na madorna, aguardando novos desmandos de nossos comandantes.

Voto infernal

Do alto do cortiço vejo fumaças brotando das telhas e uma tênue brisa corre em meu rosto umedecido pelo suor. Fico a imaginar que os abastados fechados em seus lares desfrutando dos seus 18º graus não pensam como o indivíduo em condição subumana vive ou teima em viver, convivendo com esgotos, mosquitos, ratos, falta de água, falta de luz, e principalmente falta de uma solução de nossos governantes. Para nós, que estamos na base da “pirâmide”, agregados a uma dura realidade que consumidos à exaustão, tentamos de quatro em quatro anos recuperar o fôlego para mais longos períodos de sofrimentos e dor. Mesmo aqui onde o Redentor de braços abertos tenta nos proteger da violência, somos aviltados por alguns políticos que se beneficiam de seus cargos, para participarem de barganhas, se deixando corromper em troca de alguns benefícios em prol de seus mandatos. A nós só resta à brisa, que às vezes passam em nossos corredores, torcendo para que não haja incêndios em nossos barracos, se resignando com essa estrutura conhecida por todos, no aguardo de um milagre. O milagre da igualdade social, que aguardamos com paciência. Vontade política é o desejo de todos, mas a maioria aprovam os projetos de acordo com a sua conveniência e não pela própria vontade. A minha arma é o voto. Com ele eu posso liquidar essa famigerada corja da política brasileira que só pensam em enriquecimento ilícito e negando aos pobres um direito digno de sobrevivência.

 

José dos Santos, o que contava aos filhos

Não fui militar, eu era um simples funcionário público, como muitos outros, mas não sei por que terminei na Capitão.
Machado era o nome dela, mesmo assim, o meu santo não ia com o dela, enfim eu não gostava dela. Tudo que sei, é que nunca ostentei títulos da realeza e nem tampouco militares, mas eles me perseguiram até o momento do desfecho, mas de alguns eu até gostei. Menezes era bom. Foi onde iniciei a minha trajetória, conquistando juntamente com a minha família, a independência tão sonhada, pois, após o casamento eu morei com a minha mãe Lucia, e deu para guardar um pouco de dinheiro, para comprar um modesto terreninho nas imediações da Praça Barão da Taquara. Comprei com um parceiro com o nome de “Job”, ele era esperto, mas creio que não era chegado ao trabalho. Por isso deram-lhe esse nome. Lá, no 139,  na Doutor Carlos Gross, foi o meu pé de coelho. Com a ajuda de meus amigos, em especial a de “Zezé molequinho”, ergui a minha casa para a acomodação da minha numerosa família, eu era feliz e não sabia. Geralmente, eu sentava no meu cantinho predileto da varanda e passava várias horas, absorto e pensando nos meus desejos realizados e sempre sonhando em conseguir melhorias para todos, entre uma tragada e outra, acompanhando os caminhos da fumaça em busca de novos horizontes. Lembro-me de que nos fins de semana eu era brindado com a visita do meu irmão Haroldo, para almoçarmos aquela deliciosa galinha assada, preparada por Moema. Muito antes disso, perdi uma das vistas num acidente doméstico. Lutei bravamente e mesmo assim não esmoreci e consegui criar meus nove filhos, sempre acompanhado da minha incansável esposa, Moema, na base de “melhores dias virão”. Um acontecimento me marcou, quando fui ao necrotério entregar mais uma vítima da morte, na função que era delegada a mim. O cidadão estava na maca inerte e movimentava o dedão do pé. Agora não me lembro de se foi o direito ou esquerdo. Corri apavorado e perguntei ao médico se haveria a possibilidade dele estar vivo. O guardião da vida informou-me que ele de fato estava morto, usando termos técnicos para aquela situação. Aí, sim, tive medo da figura que assusta principalmente as crianças com a foice na mão. E essa visão me acompanhou por muitos anos, sendo comentada em toda a minha existência aos parentes mais próximos. Os meus jalecos, bem passados e na cor alva, deixavam os pacientes intrigados. Ora me chamavam de doutor, ora de senhor, mas no fundo eu era administrador. Embora esse assunto seja “dispensário”, o meu grande companheiro Conceição, com seu modesto caminhão. Ele me quebrava alguns galhos e às vezes, me transportava de jipe do hospital Dispensário Carmela Dutra, uma prerrogativa da minha função, às vezes do trabalho para casa ou de casa para o trabalho. Na Candido Benício, minha estada foi obrigatória, tanto que estive lá, por duas vezes. Na Bernardino, eu era “doutor”, e minha especialidade “guloseimas”. Com o passar dos tempos, e sempre buscando uma melhor tranquilidade para a minha família, mudei de ares. Estive na Dona Clara e Travessa Carlos Xavier, onde adquiri outro imóvel, mas por adversidades que a vida nos impõe, tive que vender. Enfim, Madureira não me trouxera boas recordações. Com barões me empolguei e lembrei-me dos meus tempos de menino. Na Rua Bom Retiro, eu vivi algumas apreensões, mas eu não achava nada mal morar lá. Estive também na Nelson Cardoso, Godofredo Viana, Coronel Tendim e consequentemente onde foi o meu fim. O tempo passou num passe de mágica, meus filhos cresceram quase todos se casaram me deram netos e estes, bisnetos. E só um filho permaneceu com o que restou. Com muitas ferramentas que usei, lembro-me de duas que não trabalhei, porque eu não gostava. E tudo aquilo que construí, se tornou um paradigma. No entanto, a minha vida ceifou. A foice e o machado, definitivamente tudo acabou. E nos corações, a saudade de quem ficou.



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Amor e firmamento

Sempre irei ao firmamento para alcançar as estrelas. 
É assim o amor. 
Todo o esforço deve ser recompensado. 
Mas, às vezes o amor não correspondido, faz-te esmorecer. 
Não desistas, porque se o perdes lutando, é porque tentaste. 
Por isso é bom lembrares que as flores despetaladas não significam o término do relacionamento. 
Poderá ser o começo, se alimentares esse procedimento. 
Será o fim, caso não consigas regar essa flor com paciência e carinho, apagando-se também o brilho em tua lembrança. 
fato é que o amor se esvai, quando olhares ao céu e notares uma estrela cadente. Ela se apagará. 
Na aposta de um grande amor, a velocidade da estrela que a vês no firmamento, é como um rastilho e o teu amor não deverá sucumbir a explosões. E nesse infinito de percepção, o amor e as estrelas são finitos. 
Findam quando tu fizeres a tua opção. 
Mas ele será decisivo se tu esvais esse teu sonho que sempre te alimentarás. Coragem e perseverança, sempre...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O tempo!

O tempo é nosso algoz.

O espelho, nosso amigo, nos comunica dessa transição imposta por ele.

Ontem mesmo eu me espantei com a reflexão de um raio luminoso.

Estou ficando velho. Não importa.

Cada fio de cabelo perdido simboliza que não temos raiz.

O tempo e o vento provocam erosões.

Se você duvida, se olhe no espelho.

Mas não fique impressionada, a mudança sempre será inevitável.
(Homenagem a minha neta Natália)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Marcha da marolinha

Você agita o meu coração.
Que atormenta minha vida nessa canção.
Sentimento que bate é alguma razão, de escolher.
Quando a vejo desfilar na avenida.
Ao longe observo o seu corpo esguio.
E sob o batuque do samba sincopado.
Minhas veias palpitam e com os olhos marejados.
Enxergam os seus cintilantes de amor.
Com a exuberância do seu corpo.
Que se aproxima de mim pouco a pouco.
Um repique descompassa as minhas batidas.
Explode o meu peito, com a força do amor.
Sempre a responder o inverso da dor.


Marcha da Informática

A Minnie tem um mouse

E não empresta prá ninguém

Programa é só na Disney

E palm top

É prá meu neném

A Minie tem um mouse

E não empresta prá ninguém

Programa é só na Disney

E palm top

É prá meu neném

A memória run vai funcionar

E na minha rede processar

O tablet é só alisar

E com ipod vou escutar

No computador

Mickey manda e-mail para o seu amor

No computador

Mickey manda e-mail para o seu amor

Homenagem a Jamelão


Não é jabuticaba.

E nem melão.

Na voz do morro.

A Mangueira é Jamelão.

Surgiu. Surgiu uma nova estrela no espaço sideral.

O intérprete do nosso carnaval.

Tem que ter nervos de aço.

Eta dor de cotovelo.

Exemplo de folha morta. É solidão.

O meu segredo.

Nunca iremos esquecer.

Dessa paixão verdadeira.

É Jamelão a exaltação da Mangueira.

O sol raiou

O sol raiou

E o samba não acabou

Na roda de bamba

Não é só a mulata

Que vai se mexer

Deixa de lado a vergonha

Que a tristeza também vai embora

Pula pra frente que a cuíca vai gemer

No compasso do cavaco

Bato mais forte e o coração vai partir

Explodir de alegria, no gingado do meu samba

Eu sou a corda procurando a caçamba

O sol raiou

E o samba não acabou

Na roda de bamba

Não é só a mulata

Que vai se mexer

Venha sambar também

A branca a loura e a morena

É a caçamba achando a corda

Em um samba

Lamento




Chora cavaco.
A sorte me abandonou.
Depois que ela se foi.
A minha vida mudou.
Trazendo mais um dissabor.
Eu não.
Os conselhos de meus amigos.
Hoje carrego um martírio.
Que enganou meu coração.
Mas se um dia ela voltar.
As notas do meu amor vão afinar.
Dedilhando as cordas ré, sol, si, ré.
Se eu pequei.
Peço perdão com muita fé.
Ela é meu talismã.
Ela é a deusa do meu coração.
Carregando esse pranto e cobrindo o rosto prá ninguém ver.
Lágrimas rolar com saudades de você.


Olha nos meus olhos


Olha nos meus olhos.

E decida em que estrada quer ficar.

Eu ainda sigo o meu caminho com espinhos.

Tentando me reencontrar.

Vou seguindo a minha trilha, pois a vida não deve parar.

Esquecendo a tristeza, pois pretendo um dia voltar.

Ai meu coração.

Já sofreu demais.

Eu não volto atrás.

Sem mim você não vai viver.

As rugas no meu rosto.

São provas de desgostos.

Que almejam o mesmo posto.


Do amor que você me deu.

Acalanto


Vou acalentar o seu sonho.

De viver sem amargor.

A nossa história foi bonita.

Mesmo que você não diga.

Não vou chorar de dor.

Siga o seu caminho.

Eu não vou incomodar.

A flor que tem espinho.

Também pode enfeitar.

Em nome de nossa amizade peço uma explicação.

Sabendo que você não vai mudar de opinião.

Quando se atravessa uma maré de azar.

Pego o meu patuá, e começo a rezar.

Deus sempre me dá essa motivação.

Vivo o meu caminho, com essa desunião.

Não abandono o barco.

E também não vou desviar.

Sabendo que um novo dia vai raiar.

 Quando o sol se por.

Recomeçar.



Brisa Nova (bloco de carnaval)


Vem, vem amor, vem amor!

Desfilar na avenida, e sambar com alegria, a emoção do carnaval.

Vem descobrir a natureza que o Brisa Nova homenageia Muriqui, neste cenário tropical.

Vem conhecer.

Vem conhecer amor, amor, amor.

A Batata e o Poção, real, real.

Vem descobrir, ilhas nascentes o paraíso natural.

Florestas, cachoeiras, praia calma ao redor.

Vem cair na folia. O que! O que!

O Brisa Nova só respira poesia.
(Samba enredo do bloco "O Brisa Nova" de Muriqui")

Beija Flor

Música que fiz para a minha filha Aline com 5 meses!

Pousa beija-flor

Na árvore do meu amor

E com sutileza

Permaneça com seu calor

Olha a nuvem branca

Já começa a gotejar

E pouco a pouco

Uma rosa irá brotar

Ao meu achego

Você irá partir

Sentirei saudades

Da rosa e do jardim

Reflexão II


Reflexão


Sou doido varrido.

Com essa minha vida.

Acordo e tomo banho.

Faço a minha marmita.

No caminho do trem.

Não encontrei com ninguém.

Dá janela de uma casa.

Ouvi o berro de um neném.

Ele está com fome.

Eu ainda não almocei.

Será que meu estômago.

Vai chorar também?

A caminho do trabalho.

Aonde eu me embaralho.

Na Lapa e Catete.

Ou Vicente de Carvalho.

Como estafeta.

Eu tenho obrigação.

De conhecer a cidade.

Em qualquer direção.

São cartas e mais cartas.

Que vou entregar.

E sempre em cada esquina.

Eu tenho que me ligar.

Na viela ao lado.

Dois caras abusados.

Levaram meus pertences.

Com um trabucão.

Eu fiquei na mão

Só de cueca e calção.

A violência está.

Em qualquer lugar.

Ela vai muito alem.

De onde eu for morar.

Ao norte ou sul.

Ao leste a oeste.

Em todo o lugar.

Sempre tem essa peste.

Sigo de longe os passos.

De uma bela mina.

E numa caminhada.

Eu a vi na esquina.

Estava doidona.

Parecia uma pamonha.

Depois que eu notei.

Ela cheirava a maconha.

Tô fora dessa gata.

Que agora é heroína.

Lembro do tempo que usava.

A velha cocaína.

Essa fase muito boba.

Que foi de se drogar.

Deixei lá bem guardada.

Em Jacarepaguá.

A vida que vou levando.

É melhor que aquela.

Eu vivia entorpecido.

Na linha amarela.

Hoje ando contente.

E também não sou descrente.

Pedi ajuda a muita gente.

Então preste atenção.

É uma grande furada.

O uso da droga deixa.

A gente abobalhada.

Você meu amigo.

Se liga no que digo.

Largue esse caminho.

E retorne a direção.

Este é o papo reto.

Que eu vou lhe dizer.

Deus existe sim.

Está junto a você.

Volte ao seu lar.

Que será a maravilha.

O caminho da volta.

É o que espera sua família.

O caminho da volta.

É o que espera sua família.

Tua presença


Tua presença

Sempre quando venho aqui, sinto a tua presença.

Mesmo sem te ver, noto que não estás ausente.

Junto a teus pertences me embriago de amor.

E de gole em gole, fico tonto para te dizer.

Quem me dera se eu te escutasse.

Quem me dera se essa agonia passasse.

Se eu não tivesse escolhido a teimosia, não teria desperdiçado a alegria.

Alegria de estar contigo, alegria de permanecer sempre ao teu lado.

Hoje, estou ao lado do teu retrato.

Mesmo desbotado pelo tempo, procuro alisar as tuas feições.

E na moldura surge um brilho dos teus olhos.

E eu, arrependido a te pedir perdão.

Seguirei carregando o dissabor de nunca ter-te falado.

Se existiu alguém em minha vida.

Foste tu, que me deixaste apaixonado.


Somos iguais?


Somos iguais? Sim ou não. Só mudamos quando algo interfere dentro de nós. Respiramos o mesmo ar. Quando há interferência, mudamos de ares. Comemos comidas diferentes. Quando nos faltam, existe a criatividade para saboreá-las. O modo de pensar sempre sofrerá mutação. Porque as mudanças benéficas ou não, determinam a nossa capacidade de enfrentarmos com luta e paciência o que será determinante para o nosso futuro. Esse meu passado, considero um presente. Presente também o meu futuro, porque lembrarei, esquecerei, desejarei, e finalmente ganharei. Porque com a boa lembrança eventual do passado me esforçarei e conquistarei ainda mais os meus desejos.
Somos iguais? Acho que não. Somos semelhantes.
A semelhança distinguem os homens.


Criancice


Ser criança é a melhor fase de nossa vida. Desde submerso no ventre materno, já existem opções de desejos. Quando nasce descobre outros sentidos concentrados no pequeno computador. Chega à adolescência, surgem conflitos existenciais. Na fase da maturidade alguns se desnorteiam e não conseguem evoluir com sucesso suas aspirações, então na velhice acompanhada da rabugice, além da doidice, tornamos a ser velhas crianças.