quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Voto infernal

Do alto do cortiço vejo fumaças brotando das telhas e uma tênue brisa corre em meu rosto umedecido pelo suor. Fico a imaginar que os abastados fechados em seus lares desfrutando dos seus 18º graus não pensam como o indivíduo em condição subumana vive ou teima em viver, convivendo com esgotos, mosquitos, ratos, falta de água, falta de luz, e principalmente falta de uma solução de nossos governantes. Para nós, que estamos na base da “pirâmide”, agregados a uma dura realidade que consumidos à exaustão, tentamos de quatro em quatro anos recuperar o fôlego para mais longos períodos de sofrimentos e dor. Mesmo aqui onde o Redentor de braços abertos tenta nos proteger da violência, somos aviltados por alguns políticos que se beneficiam de seus cargos, para participarem de barganhas, se deixando corromper em troca de alguns benefícios em prol de seus mandatos. A nós só resta à brisa, que às vezes passam em nossos corredores, torcendo para que não haja incêndios em nossos barracos, se resignando com essa estrutura conhecida por todos, no aguardo de um milagre. O milagre da igualdade social, que aguardamos com paciência. Vontade política é o desejo de todos, mas a maioria aprovam os projetos de acordo com a sua conveniência e não pela própria vontade. A minha arma é o voto. Com ele eu posso liquidar essa famigerada corja da política brasileira que só pensam em enriquecimento ilícito e negando aos pobres um direito digno de sobrevivência.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário