quinta-feira, 13 de junho de 2024

A velhice chegou.

No combate, relativo com o tempo de vida, o meu mundo ficou preto e branco. Enfim a velhice chegou. Deu-me ela, vários presentes, um deles, a bengala para a prudência ao caminhar, atravessando mais obstáculos com o avançar da idade. A jovialidade que tornava o conhecimento da minha alma em visões e sonhos multicores deixaram meus olhos vazios a contemplar com saudades os sonhos realizados. Nesses lábios amargos e ressecados, que hoje eu tenho, acumulado em rugas pelo corpo, tornaram-se calados, congelados por uma nova situação de pavor. Em espelho, a minha face perdida, um novo retrato da minha vida, um pacto com a solidão. Passei com nota máxima pelas idades de interrogações, afirmações, às de negações, ainda não assimiladas, fiquei em segunda época. Eu passei por todos os prazeres da infância e juventude, hoje, consumidos pela tirania da velhice. Minhas costas curvadas, como badoque, são a prova disso. A única certeza que eu tenho é que o amanhã os prazeres serão precários. A beleza tem o seu tempo exíguo. O espaço entre a juventude e velhice, em intervalo de paixões e decepções, são essências que nunca passarão despercebidas. O tempo da velhice depende exclusivamente da nossa sabedoria de viver mais otimista com fé e esperança. As últimas fases de vidas merecem contemplações saudosistas.

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