domingo, 9 de junho de 2024

Sem despedidas.

Ontem, uma bala certeira acertou o meu coração. Ela chegou sorrateira. Não ouvi o seu estampido, e atingiu-me em cheio. A minha aorta, que irrigava diariamente meus sonhos e projetos, foi seccionada de aspirações partilhadas. Já não existe mais. As mensagens travadas e ocultas sucumbiram. Nas minhas poesias apaixonadas, onde inicialmente nossos olhos se encontraram, perderam o brilho intenso como o sol. Uma estrela que jamais poderei alcançá-la. Em mundos distintos seguimos nossos caminhos. Às mágoas, como ponteiros de relógio passam com o tempo. O céu amanheceu nublado. Uma nova canção de amor eu ouço bem longe. Apesar da dor, na imensidão dessa vida sempre aprendemos uma lição. Esfumaram-se a esperança e a desilusão, que me escorrem em meus dedos, como areia fina da praia, levadas ao sabor dos ventos. Amor é só para gente que acredita e não se cansa de esperar, ou a tudo isso se contentar.


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