Reflexão
Sou doido varrido.
Com essa minha vida.
Acordo e tomo banho.
Faço a minha marmita.
No caminho do trem.
Não encontrei com ninguém.
Dá janela de uma casa.
Ouvi o berro de um neném.
Ele está com fome.
Eu ainda não almocei.
Será que meu estômago.
Vai chorar também?
A caminho do trabalho.
Aonde eu me embaralho.
Na Lapa e Catete.
Ou Vicente de Carvalho.
Como estafeta.
Eu tenho obrigação.
De conhecer a cidade.
Em qualquer direção.
São cartas e mais cartas.
Que vou entregar.
E sempre em cada esquina.
Eu tenho que me ligar.
Na viela ao lado.
Dois caras abusados.
Levaram meus pertences.
Com um trabucão.
Eu fiquei na mão
Só de cueca e calção.
A violência está.
Em qualquer lugar.
Ela vai muito alem.
De onde eu for morar.
Ao norte ou sul.
Ao leste a oeste.
Em todo o lugar.
Sempre tem essa peste.
Sigo de longe os passos.
De uma bela mina.
E numa caminhada.
Eu a vi na esquina.
Estava doidona.
Parecia uma pamonha.
Depois que eu notei.
Ela cheirava a maconha.
Tô fora dessa gata.
Que agora é heroína.
Lembro do tempo que usava.
A velha cocaína.
Essa fase muito boba.
Que foi de se drogar.
Deixei lá bem guardada.
Em Jacarepaguá.
A vida que vou levando.
É melhor que aquela.
Eu vivia entorpecido.
Na linha amarela.
Hoje ando contente.
E também não sou descrente.
Pedi ajuda a muita gente.
Então preste atenção.
É uma grande furada.
O uso da droga deixa.
A gente abobalhada.
Você meu amigo.
Se liga no que digo.
Largue esse caminho.
E retorne a direção.
Este é o papo reto.
Que eu vou lhe dizer.
Deus existe sim.
Está junto a você.
Volte ao seu lar.
Que será a maravilha.
O caminho da volta.
É o que espera sua família.
O caminho da volta.
É o que espera sua família.
adorei primo !
ResponderExcluirGostei muito! Parabéns sobrinho!
ResponderExcluirAbraço!