domingo, 2 de junho de 2024

Confissões de bar.

Aos prantos emocionais, com choros e lembranças, eu desabafo no copo, sentado à mesa do meu tradicional e preferido ‘Unimé Bar’, aquele traçado que só o atendente bigode sabe fazer. Essa é a triste realidade. Girando o copo a cada golada, reservadamente, eu escondo a minha mágoa, acumulado de tanta dor, para que ninguém veja um derrotado, que tinha um peito forte para receber de forma violenta, resistência a obstáculos defenestrado por alguém, que com duas consoantes e vogais. ‘Amor. ’ Hoje eu carrego como Jesus a cruz do meu calvário. Lamuriando-me pela estrada e exausto de desconsolos. Lá, naquele bar, tenho a sensação de que encontro vários irmãos da dor, revelados em rugas e decepções, através de talagadas das branquinhas ou amarelinhas. Tanto faz o que importa é matar a sede de suas angústias, como eu na requintada bebida de novos dias. Como Chico Buarque, pode ser que a gota d’água surja em alguns potes deles. O meu transborda de saudades e esperança. A pureza do meu ser, que me deixa pensando em você, a espera que naquele lugar, tudo possa recomeçar.

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