Ainda, nítida em minha cabeça as
bizarrices de crianças, com colegas de escola. Muitas sacanagens. Brincadeiras,
tais: ‘Em janeiro, conheci. Fevereiro, eu namorei. Em março me noivei, ela
abriu e eu casei’. ‘Vou arrancar fora, dá dois pulinhos para frente’. ‘Eu quase
não te vejo como a tua irmã’, entre tantas, baboseiras, as quais, a turma do
‘bolinha’, diziam. Esses comentários dignos de erros de concordâncias não nos
abalavam. Sabíamos que nós estávamos errados, mas a causa nobre era perturbar
os colegas. Amarelinha, pega-pega, jogos de queimada, esconde-esconde, jogo da
velha, pular corda, rodar pião, bola de gude, entre outras brincadeiras foram
constantes da minha época. Os apelidos eram corriqueiros e não se falava em
bullying. Na saída da escola o famoso pastelão, que consistia em correr atrás
do colega para dar tapas na pasta, só pelo prazer de vê-la ao chão. Uma sandice
total, que às vezes originavam brigas entre os participantes, mas tudo acabava
ali. Hoje, tudo é diferente. Os tempos mudaram. Vieram as redes sociais. As
maiorias dos alunos não sabem cantar os hinos brasileiros, raramente,
perfilam-se para solenidades. Não respeitam professores, pais, avós, enfim,
ninguém. Uma total, má educação, vinda de casa, corroborada pela anuência
desses pais. Os comportamentos desses estudantes na contramão do aprendizado a um
novo conceito de legisladores, acabando de vez com a ‘correia às mãos’. Então,
essas atitudes perniciosas constituíram-se em mortes nas salas de aula, por
tiros de traficantes, e outros tipos mais de violências. Os professores,
incansáveis em suas profissões, estão na escola é para ensinar e não educar. A
educação é somente para aprendizado, visando ao educando um futuro promissor.
Hoje, em casa e aposentado, creio que
também, meus colegas daquela época, eu sinto-me um felizardo, apesar das
besteiras acima relatadas em comemorar os meus conhecimentos aos eméritos mestres,
que com paciência e dedicação, me possibilitaram participar de certame público,
no extinto BNH — Banco Nacional da Habitação, admitido
em treze de dezembro de mil, novecentos e oitenta e dois, com seus funcionários
absorvidos pela CEF — Caixa Econômica Federal, anos depois,
por sua extinção. Vida que segue.