domingo, 3 de dezembro de 2023

Magno, uma luz alegre.

Lembro-me de pouca coisa, lá na Agrário de Menezes, em Vaz Lobo. Uma rua movimentada, onde nós crianças, brincávamos, sem perigo como atualmente. O meu primo Carlos Magno, era o de menor idade entre nós, mas nos acompanhava nas travessuras. Como as crianças não se metiam em assuntos de adultos, algumas vezes eu não o encontrava na residência do meu avô Armando. Hoje, creio eu, que ele passava uns tempos com a sua mãe Hilda, uma mulher bonita e elegante com seus lindos olhos claros, azuis ou verdes, que já não vivia mais com o meu tio, que se enveredou para a música e radicalizou-se em São Paulo. Perdoe-me minha memória. Às vezes falha. Veio à adolescência e cada um seguiu seu objetivo. Quis o destino que nos reencontrássemos um pouco mais velhos e retornamos a nos encontrar, novamente, nos idos anos noventa, com mais tempo de conversas e diversões. Recordo-me que uma vez em seu aniversário, lá no quilometro dezessete das Américas, ele fez um mocotó de excelência. Aquele dia espetacular, ainda na memória, com muitas músicas e entretenimentos familiares. Novamente, nos distanciamos, porque por força do trabalho, fui gerenciar uma agência da Caixa, lá em Itaguaí, sendo obrigado a residir próximo àquela cidade, em Muriqui. Ocasionalmente, nos víamos na Taquara e conversávamos sobre a vida. Ele com aquele faceiro e bonito rosto alegre me oferecia um cafezinho quente, depois, seguia para vender suas mercadorias a  cativos clientes, com mais um dia incansável de labuta. Na última vez em que nos encontramos, foi nas minhas Bodas de Ouro. Até então eu não conhecia a Denise pessoalmente, uma pessoa muito cativa e de alma generosa que proporcionou muitas alegrias com dedicação e amor, de forma exclusiva,  sua passagem por aqui. Digo isso, porque nos tornamos amigos a partir daquela data. Uma pessoa de um caráter incontestável. Infelizmente, poucos meses depois, veio à nefasta notícia da doença do meu primo. Ele ficou internado e seu quadro agravado pela enfermidade. Não tive coragem de visitá-lo, sendo o desfecho inevitável. As lembranças não se apagam. O tempo e a saudade encarregam-se de reservar um lugar nos nossos exauridos corações. Essa é a vida. Passamos por ela, sem nos apercebermos que somos uma partícula desse maravilhoso universo, e ao pó regressaremos irremediavelmente.

 

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