quinta-feira, 6 de março de 2025

O desespero do meu silêncio.

No silêncio, as palavras se tornam um peso. O desespero nasce da sensação de estar preso a um espaço onde nada pode ser dito. É como amar uma mulher em silêncio e caminhar por um campo minado de suposições e expectativas, onde cada passo é dado com cuidado, sem querer assustar o que revela de mais ou de menos, as pretensões. É um amor contido e guardado em segredo, que se desvia de uma declaração, que se esconde nas sombras de uma relação que não se realiza. Nesse mutismo, o amor se torna uma carga que se arrasta lentamente, sem poder se libertar, e sem encontrar a resposta a que tanto se almeja. E o mais angustiante de tudo isso é que, muitas vezes, o amor não se revela e, mesmo que não se diga, em segredo, profundamente, a mudez nos faz deslumbrar em sonhos e fantasias, e o que deveria ser apenas a ausência de som se torna uma presença constante, um fardo em desespero que alimenta os sonhos, sobre os ombros e o coração, nos torna o amor, em algo bonito, mas também doloroso e preso em um espaço onde o impossível e o incerto se encontram. Entre sonhos e realidades, esse amor que eu tento conquistar é uma presença constante, que não se revela na minha vida. Como uma fantasia de carnaval, onde eu escondo o meu rosto, que perdido no bloco das ilusões, em uma fantasia bela que se dissolve em todo amanhecer.

 

 

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