segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O solitário


O solitário

Sou um solitário, foi o que eu disse a Lua.

Nunca fui de argumentar sobre o passado, porque já não existe.

Caminho sozinho, porque a minha sombra também não me quer.

Não nego que a minha readaptação nessa vida foi árdua e enfadonha.

Seguirei com os meus pensamentos intensos e profundos.

Porque resistirei à única tentação de conhecê-la.

A morte! Ela será o momento inevitável de reviver em outro mundo.

Entre a vida e a morte, para mim, só existe uma semelhança, que é a da dor.

Acho que são gêmeas e se completam sempre em um novo ciclo.

A dor da existência é a que nos permite acalentar os sonhos não realizados e às vezes com a participação de pessoas de nossos relacionamentos.

Na dor da morte, a pessoa fica literalmente sozinha como estou.

Na partida para a outra realidade, arrumarei uma nova companheira.

A morte! Mas será que também irei me divorciar dela?

Se aparecer um novo satélite no céu, poderão dizer que sou eu.

Mas nada adiantará se eu estiver perto da Lua.

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