sábado, 6 de abril de 2024

Trechos da minha vida.

Folheando as páginas da minha vida, algumas esgarçadas e amareladas pelo tempo, eu releio com um pouco mais de atenção, nesses quase setenta e quatro anos de existência, muito bem vividos, apesar dos percalços que envolvem todos os seres humanos, em sua trajetória e desígnios da minha presença, aqui na Terra. Esses conhecimentos adquiridos não são exagerados. Alguns fatos sem explicações. Eu fui salvo, primeiramente, por Deus, porque o meu relógio não despertou. Eu tinha um excelente relógio de época, da marca 'Kienzle', com som abrangente e de longo alcance. Esse fato, foi o mais intrigante e impactante em um dos meus trechos de vida. Com viagem programada para Macaé, em um dia útil, eu coloquei o relógio para despertar no dia seguinte, de madrugada. Precisamente às quatro horas da manhã. Eu teria que pegar o ônibus para Macaé, na rodoviária Novo Rio, às seis horas da manhã, e de lá seguir para o aeroclube, onde sempre nos aguardava o helicóptero, o meio de transporte rápido para a nossa base, lá na plataforma Ocean Zephyr. Felizmente, para mim e infortúnio de outro colega de trabalho, o qual eu não soube o nome, face rotatividade de funcionários, o meu medidor de horas não despertou e a minha chefia enviou essa pessoa em meu lugar, logicamente depois de uma grande bronca e risco de demissão. Lá no aeroclube de Macaé, a aeronave, que sempre aguardava o pessoal para a troca de turma na plataforma, decolou com os tripulantes e por fatalidade, explodiu no ar, e caiu no mar, em direção ao seu destino, ceifando as vidas dos tripulantes em resgate coletivo. Eu soube disso, no dia seguinte, no meu escritório. Naquele dia eu cheguei bem cedo, para recolher os meus pertences, certo que eu seria afastado da minha ocupação. Quando o inglês Skyrme, meu chefe, chegou, com o seu peculiar horário britânico, às oito horas da manhã, que em seguida chamou-me em sua sala de modo que eu me explicasse sobre o acontecido. Expliquei-lhe o motivo e informou-me ele, do decorrido lá em Macaé, e mandou-me, automaticamente a desfazer a minha mochila e assim, eu me dirigi à minha sala para as corriqueiras atividades, sem dispensas. Por viajar com frequência para as plataformas, lembro-me até da cor branca e vermelha da aeronave. Outra ocorrência com muita adrenalina e final feliz, quando tentaram roubar o meu carro da marca ‘Monza’, na avenida Brasil, a caminho de Muriqui. Apesar dos três tiros, minha família e eu escapamos ilesos. Esses dois casos foram os mais intrigantes, entre os muitos em que vivenciei. Por aqui, eu encerro momentaneamente, minhas lembranças e interferência divina. Já as saudades eu relatarei em um futuro próximo, se Deus permitir.  Penso que eu ainda tenho muita lenha para queimar, e salvo por Deus em duas oportunidades. Sei que eu não sou bonito, mas ainda tenho cinco vidas. Por fim,  dizer que a vida é fácil, extremamente fácil, não é bem assim como diz Rogério Flausino. Cada um tem o seu tempo e destino. No meu, eu agradecido, por ter a oportunidade de partilhar com parentes, amigos e leitores, através das redes sociais.

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