terça-feira, 29 de julho de 2025

Exame de próstata.

Caros leitores,

A saúde é o maior bem que possuímos, e o cuidado com ela deve ser uma prioridade constante, especialmente quando se trata de questões que afetam nossa qualidade de vida e bem-estar a longo prazo. Entre os cuidados que todo homem deve ter, os exames periódicos da próstata são essenciais para detectar possíveis problemas precocemente, e assim, garantir um tratamento mais eficaz e menos invasivo.

Recentemente, eu mesmo passei por uma experiência que me fez refletir ainda mais sobre a importância da prevenção. Fui fazer uma avaliação médica para tratar de um possível quadro de hiperplasia benigna da próstata, que é uma condição comum entre os homens à medida que envelhecem. A princípio, tudo indicava que seria esse o diagnóstico, mas, após o exame, o médico encontrou um nódulo na minha próstata e me encaminhou para uma biópsia. Embora eu não estivesse sentindo sintomas evidentes, a possibilidade de algo mais grave, como o câncer de próstata, gerou preocupação.

Felizmente, o médico me orientou a seguir com os exames, e a biópsia será uma ferramenta importante para a confirmação do diagnóstico. Esse processo, embora tenso, reforçou em mim a importância de não esperar que os problemas apareçam para agir. A sensação de insegurança é natural, mas a prevenção e o acompanhamento médico são fundamentais para qualquer diagnóstico.

Por que os exames periódicos são tão importantes?

  1. Detecção precoce de doenças: O câncer de próstata, por exemplo, é uma das doenças mais comuns entre os homens, mas quando detectado nos estágios iniciais, as chances de sucesso no tratamento são muito maiores. Exames como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, embora muitas vezes causadores de certo desconforto, são fundamentais para identificar alterações ainda sem sintomas.

  2. Prevenção e qualidade de vida: A hiperplasia benigna da próstata (HPB) pode causar dificuldades urinárias, mas é uma condição tratável, desde que diagnosticada a tempo. A realização regular de exames ajuda a identificar a doença antes que ela interfira significativamente na sua rotina.

  3. Quebra de tabus e conscientização: Muitos homens ainda têm receio de realizar esses exames devido ao preconceito ou desconforto associado, mas é importante lembrar que a saúde vem em primeiro lugar. A conscientização sobre a necessidade de cuidados preventivos, em vez de esperar por sintomas graves, deve ser uma prioridade.

Quem deve fazer os exames?

  • Homens a partir dos 50 anos: De acordo com especialistas, essa é a idade recomendada para iniciar os exames periódicos de próstata, principalmente se houver histórico familiar de câncer de próstata.

  • Homens com histórico familiar de câncer de próstata: Mesmo antes dos 50 anos, quem tem pais ou irmãos que tiveram a doença deve considerar a realização de exames mais precoces, como orientação do médico.

Exames principais:

  • PSA (Antígeno Prostático Específico): Um exame de sangue que mede a quantidade de PSA no organismo. Níveis elevados podem indicar problemas na próstata, como infecção, inflamação ou câncer.

  • Toque Retal: Embora seja um exame mais conhecido e que gera certo desconforto, ele é fundamental para a detecção de nódulos ou alterações na próstata que não aparecem em outros exames.

A importância da resiliência e da orientação médica

É natural que, ao receber a recomendação de realizar exames, muitos homens sintam-se inseguros ou receosos. No entanto, a prática da resiliência é essencial. A atitude de cuidar da saúde com coragem e precaução, sem esperar que os problemas se tornem graves, pode salvar vidas. Lembre-se de que prevenir é sempre melhor do que remediar.

Além disso, é fundamental que cada um de nós confie em seu médico e busque esclarecimento sobre qualquer dúvida que surgir. Cada caso é único, e um acompanhamento adequado garante que o tratamento, quando necessário, seja o mais eficaz possível.

Conclusão:

A luta contra doenças como o câncer de próstata e a hiperplasia benigna depende de nós mesmos. É um ato de cuidado, respeito e responsabilidade com a nossa saúde e com as pessoas que amamos. Não deixe para amanhã o que pode ser prevenido hoje. Ao se cuidar, você também está dando um exemplo de como a conscientização e o autocuidado devem ser prioridades em nossa vida.

Eu mesmo estou passando por esse processo de exames e confesso que, embora ainda haja incertezas, a resiliência e a fé têm me dado forças para seguir em frente com coragem. A saúde de todos nós depende da nossa ação. Não espere que os sintomas apareçam. Agende seu exame, converse com seu médico, e faça da prevenção uma escolha de vida.

A saúde sempre em primeiro lugar! Obrigado a todos.

Eu e uma flor.

A flor nasceu no jardim. Tão viva quanto a mim. Tem caule, folhas e cor. Eu tenho corpo e amor. Ela respira em silêncio. Eu com pulmões em movimento. Ela bebe o sol da manhã. Eu bebo a luz que a vida dá. A flor floresce, eu também. Cada um do seu próprio jeito. Ela dá frutos e sementes. Eu dou sonhos no meu peito. Se a planta é um corpo inteiro, a flor é seu coração. Bate forte pela vida. Feita de pura emoção. Então entendi, com ternura, que a flor não é só beleza. Ela é viva, tem doçura. É irmã minha na natureza.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

O mistério do arco-íris.

Conhecer os pensamentos de uma mulher, é como buscar o fim do arco-íris. Onde as cores dançam no horizonte, mas o fim se esquiva, sempre distante. São mistérios guardados em suspiros, em olhares que falam sem palavras, em silêncios profundos que ecoam, em sonhos que, ao acordar, se dissipam. Cada ideia, uma nuvem que passa. Cada emoção, um raio de sol escondido.Tudo se mistura em cores e sombras, como um caminho onde o fim não é seguido. Mas a beleza está na busca, na jornada sem fim que nos encanta. No arrebatamento de entender que o mistério é parte do que fascina. Então, não procure por respostas, mas abrace o que é sutil, pois o arco-íris não tem fim, e o segredo está em viver a maravilha das dúvidas.

terça-feira, 15 de julho de 2025

O ritual de passagem do tempo.

No silêncio entre o ontem e o agora, há um limiar invisível. Ninguém o vê cruzar, mas todos o atravessam. O tempo não bate à porta. Ele entra, senta-se à mesa, bebe do nosso copo, e nos observa envelhecer com uma paciência que só os deuses têm. Há um ritual em cada gesto: ao calçar os sapatos pela manhã, ao apagar a luz antes de dormir, ao soprar a vela de mais um ano ou ao esquecer um nome que antes era íntimo. Não há tambor que anuncie, nem sacerdote que abençoe. O rito se faz no corpo: na curva da coluna, na leveza da infância que se afasta, na sombra da primeira ruga que brota como raiz de árvore no rosto. Cada estação carrega seu próprio altar. No verão, celebramos o corpo vivo. No outono, enterramos versões de nós. No inverno, silenciamos. E na primavera, fingimos renascer. O tempo, esse sacerdote sem rosto, nos veste e despoja sem pressa. E ao fim, não nos toma, apenas nos devolve ao que sempre fomos: partes do inacabado, pedaços do eterno.

Minhas memórias e desilusões.

 Ai, minhas memórias! Tantas guardadas em silêncio, presas em gavetas que só o coração sabe abrir. Fragmentos de dias dourados, de risos soltos ao vento, e promessas sussurradas sob a luz suave da esperança. Sonhos. Teceram meus passos com fios invisíveis, alguns tão altos que quase toquei as estrelas, outros tão frágeis que desmancharam ao primeiro sopro da realidade. Mas todos foram meus, meus abrigos, minhas asas, minhas batalhas secretas. E as desilusões. Ah, elas chegaram sem avisar, vestidas de verdades nuas, mostrando o que eu não queria ver. Rasgaram algumas ilusões com mãos frias, mas deixaram também cicatrizes que aprenderam a brilhar. Hoje, revendo o que fui, não sei se choro ou sorrio. Porque até no que doeu, houve beleza. E mesmo que alguns sonhos tenham morrido, foi deles que nasceram as versões mais reais de mim.

domingo, 13 de julho de 2025

O impossível e a persistência.

Quando o mundo diz sem jeito, e o medo tenta te calar, há uma força que te chama e insiste em te levantar. Não é sorte, nem é dom, nem um golpe de ilusão, é o passo firme, dia após dia, com o coração em decisão. É cair e não se render, é perder e ainda querer, é seguir mesmo sem trilha, com a esperança a florescer. O impossível, dizem, é muro. Mas para quem não deixa o futuro nas mãos do acaso e da dor, é ponte feita com suor. É sonhar sem pedir licença, é lutar com alma imensa, é saber: quem não desiste, vai além da recompensa. Porque a vida é persistir, é tentar, cair, subir, e um dia, quase sem aviso, o improvável vai sorrir. Uma autêntica ‘Volta por “cima”. É só sacudir a poeira e seguir em frente.

 

A alma do lobo em pele de cordeiro.

O tempo passa, os cenários mudam, e com eles, mudamos também. Trocamos de caminhos, de ideias, de aparência, de companhia. Às vezes, até silenciamos instintos, nos adaptamos, nos moldamos ao que a vida exige. Mas há algo que permanece intocável, mesmo em meio a todas as transformações: a essência. Um lobo pode vestir outra pele. Pode caminhar em silêncio entre rebanhos, pode parecer domesticado, pode até aprender a disfarçar sua força. Mas sua alma selvagem continua ali, pulsando firme, intacta, esperando o momento certo para lembrar quem ele é. Esse é o retrato de quem, por dentro, nunca se perdeu de si. Consegue até ter se calado por um tempo. Pode ter escolhido não reagir, observar, esperar. Pode ter se afastado de batalhas desnecessárias ou recolhido sua força para não desperdiçá-la com o que não vale. Mas não deixou de ser o que é. Porque há quem confunda aparência com verdade. Há quem ache que mudança externa é sinônimo de rendição. Mas a alma! Ah! A alma não se vende, não se troca, não se esconde. Ela apenas se distancia quando sabe que não é o momento certo de uivar. O lobo que você carrega dentro de si conhece o silêncio, a espera, a estratégia. Mas também sabe o poder que tem. Ele não esquece. Ele apenas observa. Então, mude o que precisar mudar. Cresça, aprenda, evolua. Mas nunca abandone seus princípios. Porque, no fim, o que lhe define não é a pele que você mostra ao mundo, mas a alma, que você escolheu nunca deixar morrer.

 

Você não precisa provar nada a ninguém.

Vivemos em uma era onde tudo é exposto, onde as conquistas são compartilhadas e onde as comparações parecem inevitáveis. A pressão por demonstrar sucesso, felicidade, força ou perfeição é constante. Mas a verdade é simples e libertadora: você não precisa provar nada a ninguém. Sua essência não está nas palavras que usa para se justificar, nem nas aparências que sustenta para agradar ou se encaixar. Está nas suas escolhas diárias, nas atitudes que toma mesmo quando ninguém está olhando, na forma como trata os outros e a si mesmo. Seu valor não se mede por ‘likes’, opiniões alheias ou reconhecimento instantâneo. Ele está em viver de forma coerente com o que você acredita. É natural querer ser compreendido, aceito, admirado. Mas quando isso se torna uma necessidade, corremos o risco de nos afastarmos de quem realmente somos para atender expectativas que não são nossas. E nessa tentativa de agradar todos, nos perdemos de nós mesmos. A maturidade emocional chega quando percebemos que não precisamos de plateia para nós sermos autênticos, nem de aprovação para sermos inteiros. As pessoas que realmente importam, e que realmente veem saberão reconhecer quem você é sem que você precise explicar. Seja verdadeiro consigo. Permita-se crescer, errar, aprender e mudar, sem carregar o peso de provar o seu valor a cada passo. Seus atos falarão por você. Sua paz interior será o seu maior argumento. E quem quiser conhecer você de verdade, encontrará nas suas atitudes a resposta mais honesta.

 

terça-feira, 1 de julho de 2025

As flores e a esperança do amor.

A vanglória como máscara de segurança.

A tentativa de exibir qualidades que não se possui de se vangloriar ou de construir uma imagem que não corresponde à realidade, é um fenômeno psicológico e social complexo. Quando alguém finge uma virtude ou uma habilidade, não está apenas tentando enganar os outros, mas muitas vezes está tentando enganar a si mesmo. O ato de se vangloriar de algo que não se tem é, na essência, uma confissão implícita de que a pessoa não está convencida de sua própria autenticidade. De algum modo, essa pessoa se sente incapaz de ser plenamente ela mesma, talvez por insegurança, medo do julgamento alheio ou pela crença de que suas qualidades reais não são suficientemente apreciadas. 

domingo, 29 de junho de 2025

Quando a encontro.

Quando encontro o meu ex-amor, ela atravessa a rua, como quem evita o passado que ainda pulsa nos olhos. Abaixa a cabeça, como se cada lembrança medisse mais que o mundo. Depois de um tempo, ela telefona seja tarde da noite, com a voz trêmula presa em balbucios. Mas eu não a atendo. Choro por dentro, com o orgulho em carne viva, e mando outro responder em meu lugar, como quem não quer doer de novo. Ela esqueceu, talvez, nossos dias felizes, os corpos em harmonia, respirando o mesmo fôlego, em compassos de êxtase que o tempo não apaga, mas ela finge perceber. Esqueceu o som da minha pele na dela, o calor dos nossos afagos, os olhos fechados diante de um mundo que só nós dois conhecíamos. E agora, nesta encruzilhada onde se transportam nossos inegáveis desenganos, percebo: a paixão esvaiu-se vagarosamente, como um rio cansado, até desaguar no mar das desilusões. Ali, naufragamos sem grito, sem salvação, apenas o eco do que fomos afundando no esquecimento.

O que sou para ti.

Amor há em mim um tempo que começa agora. Um tempo em que deixo de ser apenas o que fui para me tornar tudo o que posso ser. Por ti, contigo, por nós. Antes de ti, eu era forma incompleta, uma quietação à espera do nome certo, uma nascente que ainda não encontrara o mar. Mas teu olhar me tocou como se dissesse: "vem ser mais, amor". E eu venho. Venho despido do que já não serve, venho deixando pelo caminho as versões antigas de mim, porque ao te amar, compreendi que o amor verdadeiro exige abnegação em permutas e transformação. Não quero perder-te. Não por medo, mas porque em ti descobri a grandeza do que posso ser. Quero ser melhor, ser inteiro, ser paz em teus dias cansados, ser acolhido nos teus silêncios, ser luz nos lugares onde a vida te parecer escura. Quando eu deixar de ser o que sou, amor é porque escolhi me tornar o homem que tua alma merece. E se me permitires, serei esse homem. Por ti. Para sempre.


sexta-feira, 27 de junho de 2025

Além do espelho.

Correnteza do amor

Quando a correnteza é forte, é sede que arrasta, é alma que chama, na ânsia de amar sem margens, no peito que não se acalma, em rios de silêncio, com os olhos a procurar um amor que não termine, alguém que saiba ficar. É mais que desejo, é delírio, é promessa sem se dizer. Um fogo que queima em mudez, um querer que só sabe crescer. À procura de um amor infinito, que me olhe sem medo, sem pressa, que me toque como o vento toca a flor, com ternura e com promessa. Se esse alguém também for correnteza, que nos encontremos no meio do mar. E que juntos, sem medo da força,  aprendamos, enfim, a amar.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Entre nós, o tempo.

Tudo que eu tenho é a lembrança do que fomos. Teu nome ainda ecoa nas dobras do meu silêncio, como se o tempo não tivesse passado,  como se ainda houvesse nós. Ficou tua ausência nos espaços da casa, nas xícaras que não se tocam, nos travesseiros que já não dividem sonhos. O tempo, esse velho cruel, não levou apenas tua presença, levou também a esperança do reencontro. Parti sem saber partir, carregando comigo o que deveria ter dito: as palavras que calei, os gestos que adiei, os “fica” que morri de medo de dizer. E cada passo longe de você foi um pedaço de mim ficando para trás. Você, que era casa, se tornou exílio quando me deixei ir. E agora, mesmo rodeado de tudo, sinto falta do teu pouco, da tua voz no fim da tarde, da tua calma quando o mundo ardia. Eu aprendi a viver com tua falta como quem respira embaixo d’água: com esforço, dor e silêncio. Não por escolha, mas porque seguir era preciso, ainda que o coração ficasse preso no ontem. Talvez ainda reste um traço teu em mim, ou um eco meu em ti. Talvez sejamos isso agora: dois caminhos paralelos que nunca mais se tocam, mas que ainda se olham de longe. Se o tempo me der uma chance, mesmo que breve, mesmo que tarde, voltaria só pra te dizer que você foi tudo que doeu e tudo que valeu. E se voltasses, eu te ouviria, não para recomeçar, mas para encerrar com ternura aquilo que o tempo deixou aberto demais. Porque entre nós, o tempo! Não venceu o amor. Apenas o transformou em saudade.

Meus temores.

Não confunda meu silêncio com paz. É só o som da bomba armada no meu peito. Cada palavra que eu engulo vira caco de vidro, e cada gesto que eu finjo esconde um grito. Estou cheio. Cheio demais. De promessas que não vieram, de desculpas recicladas, de olhares que diziam tudo, mas faziam nada. Explosão de temores, não decorativos, não poéticos, mas reais. Cortam, ardem, queimam a ponte entre o que sinto e o que finjo. Se eu transbordar, não diga que foi surpresa. Eu avisei com o olhar, com os silêncios, com essa calma que só existe antes da destruição. Você me ensinou o medo. Agora aprenda: quando o coração vira campo minado, até o amor vira perigo.

domingo, 22 de junho de 2025

Que ignorância, sem educação

Educação e ignorância, duas estradas que se cruzam no caminho da vida, ambas com seu preço oculto. A educação é um campo fértil, onde as sementes do saber germinam, mas exigem cuidados, atenção e paciência. Ela exige suor, lágrimas e o valor do esforço. Seu custo é a dedicação ao longo do tempo, o sacrifício de dias sem descanso, mas seu retorno é o horizonte expandido, o mundo desvelado em infinitas cores. A ignorância, por outro lado, é uma sombra que se estende silenciosa, mas seu peso é sutil e persistente. Ela cobra a falta de visão, o custo da dúvida não questionada, do erro que se repete. Embora pareça mais leve no início, ela carrega consigo o fardo do desconhecimento, da perda de oportunidades e da estagnação. Ambas, em sua essência, exigem algo de nós: o preço da educação é o esforço consciente, enquanto o preço da ignorância é o custo invisível daquilo que não sabemos, mas que, no fim, nos forma tanto quanto o saber.

sábado, 21 de junho de 2025

As tempestades e o medo

A colheita chega.

 Não há juízes nos caminhos da vida, nem prêmios dados ao acaso. Tudo que somos, tudo que fazemos, é semente lançada ao tempo. Plantamos gestos, palavras, silêncios e o universo, paciente, guarda tudo em seu solo invisível. O plantio é livre, é verdade… Mas a colheita? Ah, essa vem certa, inevitável, no compasso exato daquilo que ofertamos ao mundo. Cada ação carrega em si um retorno. Não como castigo, nem como recompensa, mas como consequência. A vida apenas devolve o que recebeu. Por isso, semeie com intenção bonita. Cultive com amor, com verdade, com coragem. Pois tudo na vida tem um preço, mas também tem poesia no que se escolhe viver. E no fim, os frutos virão. Doces ou amargos apenas o reflexo do que brotou de dentro.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

O canto chorado escondido no meu coração.

Há um canto, abafado e tímido, que mora dentro do meu peito calado. Não é grito, nem canção de festa é  lamento doce, sussurro de um passado. Ele não pede plateia, nem ouvidos atentos. É um som que apenas eu conheço, que vibra baixinho entre as costelas, feito lágrima que nunca escorreu. Chorado, sim, mas com beleza. Porque até a dor, quando é sincera, carrega uma música própria, feita de saudade e esperança. Esse canto vive escondido, não por vergonha, mas por cuidado. Alguns sentimentos são frágeis demais para o barulho do mundo lá fora. E assim, o guardo em silêncio, como quem protege uma flor que ainda desabrocha. Um canto chorado, mas vivo meu segredo, minha poesia, meu abrigo.

Seja humano.

Seja o que sente, o que erra, o que tenta. Seja lágrima e riso, incompleto, mas real. Não se esconda nas máscaras do que é perfeito, elas sufocam o que é belo: a sua verdade. Carregue suas falhas como quem carrega cicatrizes: com dor, mas com honra. Ser humano é ser caminho, não destino. É cair e continuar, com o coração aberto, mesmo partido. Seja humano, porque só quem sente é capaz de amar de verdade.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Há desencontros, entre encontros?

Há encontros que não vêm para preencher vazios, mas para acender o que já estava aceso, só que em silêncio. Quando uma pessoa completa a outra, não é um encaixe perfeito, daqueles que se moldam à força; é uma dança leve, em que os passos se aprendem no compasso do afeto. Ela não precisa ser como ele. Ele não precisa entender tudo nela. Mas há um entendimento maior, mais sutil, um saber estar junto mesmo quando se está longe. Permanecer inteiro mesmo quando o outro se desmonta. Completar não é somar, é transbordar. É quando o que o outro carrega ecoa em nós. É quando o medo de um encontra o colo do outro. Quando as palavras se tornam desnecessárias e o silêncio, seguro. É a mão que não guia, mas acompanha. O olhar que não julga, mas acolhe. É o toque que não invade, mas reconhece. Duas almas inteiras, que não se precisam para viver, mas se escolhem para caminhar. Que sabem que o amor não é salvar ninguém, mas ser abrigo enquanto o outro se encontra. Quando uma pessoa completa a outra, a vida não vira conto de fadas, mas se torna mais leve, mais real e, talvez, até mais bonita.