Às vezes, depositamos confiança em alguém como quem entrega algo precioso nas mãos de outro, não por ingenuidade, mas porque acreditamos no que sentimos no que vimos no que construímos juntos. Confiar é sempre um ato silencioso de coragem. Por isso, quando essa confiança se abala sem explicação, o impacto é profundo. Não é apenas a atitude inesperada que fere, mas o vazio deixado pela ausência de clareza. Fica a sensação de que algo foi quebrado sem aviso, como se uma porta tivesse sido fechada sem que tivéssemos percebido o som da maçaneta. A dúvida cresce onde antes havia segurança, e o que era leve torna-se pesado. Perguntas sem resposta ecoam na mente: O que aconteceu? Por quê? Em que momento tudo mudou? E, muitas vezes, o silêncio machuca mais do que qualquer verdade, por mais dura que ela possa ser. Ainda assim, é importante lembrar que confiança abalada não significa confiança destruída. Às vezes, a explicação não vem porque o outro não sabe oferecê-la; outras vezes, porque carrega batalhas silenciosas que desconhecemos. Há também situações em que o abalo é um sinal para revisitarmos nossos limites e expectativas. O que jamais deve ser perdido é a confiança em nós mesmos, a certeza de que somos fortes o suficiente para enfrentar o inesperado. Sábios o bastante para aprender com o que aconteceu e dignos de relações baseadas em transparência e respeito. E, se o laço puder ser reconstruído, que seja com diálogo honesto. Se não puder que a despedida também nos ensine algo sobre seguir em frente com mais maturidade e menos ilusão, mas nunca com menos coração.
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