Há encontros que não vêm para preencher vazios, mas para acender o que já estava aceso, só que em silêncio. Quando uma pessoa completa a outra, não é um encaixe perfeito, daqueles que se moldam à força; é uma dança leve, em que os passos se aprendem no compasso do afeto. Ela não precisa ser como ele. Ele não precisa entender tudo nela. Mas há um entendimento maior, mais sutil, um saber estar junto mesmo quando se está longe. Permanecer inteiro mesmo quando o outro se desmonta. Completar não é somar, é transbordar. É quando o que o outro carrega ecoa em nós. É quando o medo de um encontra o colo do outro. Quando as palavras se tornam desnecessárias e o silêncio, seguro. É a mão que não guia, mas acompanha. O olhar que não julga, mas acolhe. É o toque que não invade, mas reconhece. Duas almas inteiras, que não se precisam para viver, mas se escolhem para caminhar. Que sabem que o amor não é salvar ninguém, mas ser abrigo enquanto o outro se encontra. Quando uma pessoa completa a outra, a vida não vira conto de fadas, mas se torna mais leve, mais real e, talvez, até mais bonita.
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