O amor incondicional não se revela nos momentos fáceis, quando tudo parece fluir e o caminho é iluminado por certezas. Ele se mostra, sobretudo, quando o silêncio pesa, quando as portas se fecham, quando o mundo inteiro parece se afastar. É aí que esse amor raro, profundo e quase sagrado demonstra sua verdadeira essência: a coragem de permanecer. Perdurar não é insistência cega nem submissão. É um ato de presença. É olhar para o outro com humanidade e reconhecer que todos têm dias sombrios, medos ocultos e dores que nem sempre encontram palavras para expressar. Amar incondicionalmente é estar ali, mesmo quando a tempestade não oferece abrigo, mesmo quando o caminho ao lado parece mais fácil do que continuar. É um gesto que não exige aplausos, porque nasce de dentro. É a força silenciosa que sustenta, que acolhe, que compreende. É o compromisso não apenas com o outro, mas com aquilo que ambos podem ser juntos. No final, amor incondicional é isso. O destemor de ficar quando tudo convida a partir. É escolher, uma e outra vez, plantar esperança onde os outros veem apenas abandono. É acreditar no amor que, apesar do mundo, vale a pena permanecer. O amor é um desdobramento de sentimentos.
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