sábado, 4 de junho de 2022

Pesadelo


O meu sonho era conhecer o velho mundo. Eu fui a uma daquelas ilhas da Europa e arranjei um tipo de hostel, um pouco precário, mas era o único local de hospedagem. O local era imundo, com muitos insetos que voavam freneticamente sobre mim. Assinei a lista de hóspedes e por coincidência só havia assinatura de um cliente, que por acaso, também era brasileiro. No caso, dois malucos e desbravadores em um lugar inóspito, sem telefone e internet, somente uma fraca energia elétrica, quase a luz de velas. Lá só havia um sinal de rádio que se comunicava com outra cidade bem distante, e aquele barulho agudo do transmissor irritava a qualquer um quando findava o dia. Na parte da manhã, Geraldo e eu seguíamos as trilhas litorâneas do esplendoroso lugar, sob o impiedoso sol, cercado de vegetações e frutas de todas as espécies, algumas nossas já conhecidas. Logicamente nós nos reabastecíamos dessas iguarias e à noite, nós chegávamos à nossa insatisfatória pocilga, aguardando o almoço- ajantarado fornecido pelo proprietário do albergue. Decorridos alguns dias, eu estava dormindo coberto com um edredom, depois de uma forte chuva mudando a temperatura local, quando fui acordado com um réptil sobre o meu lado esquerdo do peito. Enquanto a serpente rodilhava no seu local aquecido eu suava e permanecia imóvel. De vez em quando eu ouvia e sentia o barulho muito sutil dela mexendo a coberta. Eu chorava por dentro, amaldiçoando a minha viagem. Quando amanheceu, o meu colega de viagem sentiu a minha falta no café da manhã e foi ao meu quarto. Quando ele entrou, notou que eu estava totalmente desesperado, com os olhos arregalados e olhando para o meu peito. Eu abria a boca e balbuciava a palavra cobra para ele. Em principio, ele ficou perplexo com a minha situação e foi procurar o estalajadeiro, que prontamente foi ao quarto para saber detalhadamente o que houvera comigo. Nisso, eles presenciaram o animal se locomovendo por dentro da coberta e foram correndo ao local onde ficava o aparelho de rádio, a fim de solicitar um médico, explicando a situação em que eu me encontrava. Em seguida eles foram informados pelo responsável do hospital quais seriam a cor e formato do ofídio, a fim de que eles levassem o soro correto, caso eu fosse mordido. Naquele momento eles não poderiam levantar a coberta, devido à delicada situação. Isso perdurou por mais longas quatro horas. Aos poucos eu senti que a víbora começou a locomover-se vagarosamente sobre o meu corpo, deslizando pela barriga e passando por cima de meus braços do lado esquerdo, que estavam congelados, pelo pavor. De maneira abrupta, eu dei um salto para o lado direito da minha cama, como um raio, e consegui levantar-me sem ser mordido. Incrédulos com a minha iniciativa, e para a nossa surpresa ao fundo, lá no pé da cama nós ouvimos a palavra saindo da rastejante: “Geraldo”. Que susto que eu levei. Acho que ela era uma parenta dele.

Esse texto é uma homenagem ao grande humorista Castrinho.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Poesia


Eu sou uma embriagada. Bebo todo abecedário. Vogais e consoantes entrelaçam-se sobre mim. Eu sou fácil de ser localizada. Estou em quaisquer botecos do saber. A minha personalidade é forte, pois, penetro nas almas de pessoas que fervilham seus neurônios. Também guardo segredos. Estes ocultos no subconsciente individual. Eu gosto de exprimir alegria, saudade, virtude, e outros adjetivos mais. Às vezes eu pratico o ‘roque’, como no xadrez. Mexo em duas peças importantes do meu tabuleiro de palavras, dando novos sentidos. Se alguns de vocês não me conhecem, eu me apresento. São seis letras que você poderá levar na bagagem de sua vida. Sou 'poesia'.

domingo, 24 de abril de 2022

Cem anos, sem José.


Há 100 anos, precisamente neste dia 24 de abril, nascia José, o nosso patriarca da família Santos, digno de constar da Wikipédia, pelos seus feitos em vida terrena, e eterno em nossos corações. Papai e mamãe, somos gratos por tudo que nos ensinaram ambos incansáveis nos ensinamentos e encaminhamento dos filhos a desbravarem as árduas realidades da vida. Os seus legados foram incomensuráveis. Naquela casa, da Carlos Gross, estão faltando eles, e a saudade deles está doendo em nós. Reporto-me àquela rua, porque uma boa parte da nossa infância, principalmente dos irmãos mais velhos, foram referencias em nossos cotidianos. Nós víamos, às vezes, o ‘Conceição’, motorista do Dispensário Carmela Dutra, transportando o papai, administrador daquele hospital, no velho jipe, com destino ao seu local de trabalho. Nosso pai, sempre impecável em seu tradicional jaleco branco, buscava dias melhores para os seus, e cumpriu honrosamente a sua missão, juntamente com a nossa mãe, parceira de horas boas e ruins. Lembro-me dele sentado no murinho da varanda, por muitas horas, tragando o seu costumeiro, mata-ratos, a principal razão da sua breve passagem em convívio familiar. São muitas recordações, uma delas, sua participação em programa de televisão na extinta TV Tupi, salvo engano sobre produtos, Royal, e enumerá-las aqui nesse pequeno texto de cem anos me forçaria a puxar um pouco mais pela memória. Mas, infelizmente, eu também sou septuagenário e o tempo é voraz, não perdoa. O que importa é que são permanentes em nossos corações as memórias saudosas de José e Moema, hoje em uma colônia espiritual, uma nova casa. Aqui somos visitantes. É uma passagem. E refletindo a última estrofe do excepcional Lulu, também comum no sobrenome, que um dia, o que é normal, sob a luz acesa, vocês, nossos pais, com sorrisos em seus rostos, verão no portão, porque nós, mortais, certamente nos desligaremos da matéria, e, logicamente estaremos voltando para casa de vez! De vez! De vez!

Uma homenagem de Alice, Candido, Angelo, Marco, Almir, Angela, Ana, André, Telma, genros, noras, netos e bisnetos, a José e Moema, constituintes da família Santos, em especial ao nosso progenitor, pela lembrança do seu centésimo ano, sempre presentes em nossos pensamentos.

sábado, 11 de setembro de 2021

Bodas de Ouro e Aço

 

Boa noite a todos! Agradecemos primeiramente a Deus por nós estamos reunidos nesta formidável noite, aqui neste restaurante para mais uma confraternização e congraçamento entre nossas famílias. Agradecemos também aos nossos ente queridos que se foram, esses guardados em nossos corações, porque sem eles não estaríamos aqui para expressar nossos sentimentos.  Sentimo-nos honrados Tania e eu, por esse momento, auspicioso com a palavra em voga hoje em dia, que é a harmonia. Harmonia entre nós seres vivos desprendidos leves e soltos, alegres pela presença de vocês, parentes e amigos aqui nesse jantar. Claro que não somos perfeitos. Parece que foi ontem. Cinquenta anos de união matrimonial! Estarmos juntos há meio século é algo excepcional nos dias atuais. Não quero me estender o quanto foi difícil para chegarmos aqui. Nós tivemos quatro filhos maravilhosos. A nossa família aumentou com genros, nora e netos. E hoje estamos aqui para partilhar com vocês nossas alegrias  nesse longo caminho percorrido até aqui, orgulhosos de termos vocês como parentes e amigos, e a Deus, na sua infinita grandeza, a dádiva de permanecermos juntos até os fins de nossos dias. Mais uma vez com gratidão nós reiteramos aos nossos quatro filhos Marcelo, Glaucia, ausente presencialmente, por residir na Suíça, mas conosco em nossos pensamentos, Aline e Augustus o nosso muito obrigado por tudo, agradeço a Tania pelo companheirismo e cumplicidade e por fim a Aline e Ramon pelos onze anos de casamento. Então hoje comemoramos sessenta e um anos. Feliz Boda de Ouro e Aço,  todos nós. Estejam com Deus! Sempre!

 

sábado, 4 de setembro de 2021

Bodas de Ouro

 

Há cinquenta anos, precisamente neste dia quatro de setembro, dois jovens embarcavam numa canoa e iniciava-se uma nova trajetória pelo rio, rumo ao mar, com pensamentos de ondas leves e navegáveis. Nós atravessamos muitas corredeiras. Encontramos várias pedras pelo caminho, afinal éramos principiantes nessa nova empreitada. Os primeiros dez anos foram complicadíssimos. Recém-saídos da adolescência, a Tania com 18 e eu com 21 anos, fomos com a cara e a coragem, como diz a expressão, sem bens materiais, e, com o humilde salário da empresa onde eu era funcionário, procurar com muita firmeza e convicção mais um desafio de constituirmos uma nova família. Atravessamos as correntezas tenebrosas e perigosas com várias instabilidades. A canoa foi abalroada pelas pedras, nesses trajetos, várias vezes, mas não furou e nem quebrou. Por conseguinte, um período em que tivemos várias dificuldades na construção desse projeto de vida. Inicialmente, e com as graças de Deus vieram ao mundo dois filhos: Marcelo, nascido em mil, novecentos e setenta e dois e Gláucia, nascida em mil, novecentos e setenta e três. Nós pagávamos aluguel. Não éramos estruturados, e querendo, sobretudo, enfrentar os novos obstáculos em nossos caminhos.  Eu, como sempre, corria atrás do nosso prejuízo, advindo dessa ideia, à procura de melhores dias com finalidade de proporcionar um conforto condigno para todos, vendendo nos fins de semanas, laticínios oriundos de Juiz de Fora. Sem expectativas com relação ao futuro e devido à urgência da nossa situação eu pedi demissão do emprego em uma indústria farmacêutica, e, com o dinheiro da indenização tentei um novo projeto de vida. Movido por uma nova aposta em minhas pretensões, eu procurei ser empreendedor juntamente com José, meu pai, que já estava aposentado. Tornamo-nos sócios de um estabelecimento comercial, mas sem conhecimento do ramo, essa investida também foi ineficaz para nossos planos. Meus e os dele também.  Essa tentativa infrutífera piorou ainda mais a minha situação, porque para eu retornar ao mercado de trabalho dependia de uma nova assinatura da carteira, e eu já estava há algum tempo na atividade de empregador, pagando a cota do INPS sobre o salário mínimo da época, o que dificultava ainda mais o meu ingresso em outras áreas, celetista. Naquela época a informalidade era bem menor. Com acertos, erros e decepções, enfim, eu consegui em mil novecentos e setenta e nove depois de enviar vários currículos, um emprego como auxiliar administrativo em uma metalúrgica, na localidade de São Cristóvão. Posteriormente, através de indicação do meu amigo e compadre Ulisses, eu fui admitido em uma empresa de prospecção de petróleo. No segundo decênio, deu-se o início a dissipação de anos sombrios e nós vimos surgir muito longe no horizonte uma imensa quantidade de água, agora azulada, mas ainda em turbulência. Especialmente, e com as graças de Deus, já na segunda década de matrimonio, novamente, a vinda de mais dois filhos. Aline, nascida em mil, novecentos e oitenta e quatro e Augustus, nascido em mil, novecentos e noventa e um. A canoa suportou com seis pessoas em seu interior, e com as crianças sob a nossa tutela as funções, minhas e da Tania aumentaram ainda mais, com a responsabilidade de salvaguardá-las. Com o apoio do meu irmão Candido, eu fiz inscrição para o Banco Nacional da Habitação, isso ainda em mil novecentos e oitenta, onde fui aprovado naquele certame público e agraciado com a admissão em mil novecentos e oitenta e dois. Tudo ia bem, mas eu fui surpreendido com a extinção do BNH, pelo decreto do presidente José Sarney e que a demissão ou absorção de seus empregados estaria a critério da CEF. Depois de muitos transtornos e aborrecimentos, finalmente, eu fui recompensado e reconduzido  como os demais colegas, pela Caixa Econômica Federal, já que a CEF havia admitido anteriormente, o pessoal da extinta Delfin, que era uma empresa privada. Lá na agencia Almirante Barroso, eu consegui com muito empenho várias funções e encerrar a minha carreira de bancário na agencia Itaguaí, aonde cheguei a substituir por algumas vezes a função de gerente geral. Eu requeri a minha aposentadoria, porque houve um assalto na agência e naquele dia eu não estava lá, mas os meliantes sabiam tudo sobre a minha vida e locomoção e avisaram que iriam voltar. Isso já em mil novecentos e noventa e sete, aproveitando a chance de incentivo a aposentadoria voluntaria, onde me desliguei da fundação dos economiários, recebendo somente o benefício do INSS. Preocupados com a exposição de nossos filhos à violência, em nossa localidade, nós procurávamos viajar aos fins de semana, isso nos anos noventa, temerosos com as primeiras ondas de tiros por disputa de territórios entre bandidos. Eu já adquirira o meu imóvel na Praça Seca, um local pacato à época, mas a nossa inquietação, o que é natural, aumentava em virtude da hostilidade imposta no meu bairro, e que infelizmente continua nos dias atuais. Por razão da nossa estabilização financeira, nós alugamos uma casa em Muriqui, a fim de proporcionarmos aos nossos quatro filhos um maravilhoso feriadão, naquela localidade. Daí as nossas idas tornaram-se frequentes à Costa Verde e em mil novecentos e noventa e quatro fomos morar em Muriqui, aonde fizemos novos amigos, sempre com muita seresta, onde o nosso tio Orlando, o “Cocoroca”, nos brindava com a sua alegria e irreverencia. Em mil, novecentos e noventa e dois, e com as graças de Deus, novamente, nasceu Natália, nossa primeira neta, fruto do relacionamento de Marcelo e Patrícia. Ainda imaturos, os dois iniciaram um novo começo como eu. Infelizmente essa união foi marcada por tragédia. Desafortunadamente a nossa nora partiu antes do combinado e a Natália ficou órfã de mãe. Esse foi o fato marcante que mudou nossas vidas, principalmente do Marcelo. Sofremos também com perda de demais parentes, além da Patrícia, o nosso Orlando “cocoroca”, além de amigos desses infaustos anos. Já na foz do rio, nós ficamos deslumbrados e contentes de termos sobrevividos a todas as adversidades.  Na nossa boda de prata, em mil novecentos e noventa e seis, praticamente, participaram da nossa festa uma boa parte família e amigos, com muita alegria e diversão, lá em Muriqui. Esse evento, como outros, também foi muito marcante em nossas vidas. A Glaucia casou-se, foi morar em Brasília, mas infelizmente esse enlace foi desfeito e ela retornou para a nossa casa. Marcelo casou-se novamente com a minha nora Lili e dessa união nasceram também com as graças de Deus os nossos netos Mateus, Sarah e Gabriel. Nos anos dois mil, eu, já como fiscal da natureza, aventurei-me mais uma vez. Trabalhei em diversos lugares. O primeiro deles foi com o meu compadre Ulisses em seu escritório contábil na Cinelândia, depois em um escritório de contabilidade no Catete e por fim lancei-me na construção civil, como construtor. Atualmente eu presto serviço de assessoria financeira para uma construtora.  Nesse último decênio, Aline e o Augustus, já encaminhados na vida, formaram-se e estão trabalhando em suas áreas.  Aline casou-se com o Ramón, meu genro, que também se graduou. Depois de nove anos, com as graças de Deus, nasceu Carolina, a neta mais nova família. A Glaucia foi morar na Suíça e lá, casou-se com Markus, meu genro. Inclusive a Tania e eu viajamos à Europa, para assistirmos a solenidade e ficamos um mês por lá.  O Augustus seguiu a vida dele e mora com o Gustavo, meu genro. Muitos acontecimentos desagradáveis marcaram as nossas famílias a partir da terceira década do nosso casamento. O senhor Gerdal, meu sogro, partiu para uma nova vida espiritual. Perdi também os meus pais, José e Moema. A vó Naty, avó do Ramón. A minha sogra Iolanda continua viva. Ela sofreu um acidente vascular cerebral e acamada há bastante tempo, sem previsão de viver plenamente. São seis anos sem locomoção em cima de uma cama. Recentemente mais uma perda. Prematura e fatidicamente a minha ex-cunhada, Ana, partiu também para a vida espiritual sem combinação prévia. Hoje em dia resido no meu apartamento na Praça Seca. Agora mais próximos de nossos filhos, netos e parentes. Nesse pequeno texto sintetizo que nós aprendemos com os erros e acertos. Se não tentarmos, como saberemos o que acontecerá. Nós conseguimos estabilizar os nossos momentos de crises, que, aliás, foram muitos. Alguns com fraturas emocionais, superadas desse convívio. Nossos filhos desembarcaram e hoje nos encontramos no mar, não mais naquela canoa, e sim em uma embarcação que não se encontra à deriva, ancorada sobre aguas calmas, com consciência, e dever cumprido. Os tempos mudaram. Tivemos pandemia, tsunamis, derretimento de geleiras, queimadas, aumento gradativo de temperatura, redes sociais entre outros, mas nós não perdemos a fé, fator preponderante para quem deseja vencer na vida.  Sei que a minha caminhada nesse contexto foi paradoxal. A intrepidez também mora e instiga o interior do ser humano. Segundo o início do verso do grande Noel Rosa em “Feitio de Oração”- Quem acha, vive se perdendo. Perdi-me várias vezes, mas encontrei no seio da minha família um porto seguro para as minhas conquistas, sendo primordial, a criação dos nossos quatros filhos. Tania e eu, exploramos os limites das nossas emoções e juntos, conseguimos superar as atribulações nesses cinquenta anos de convivência. Agradeço a Tania, minha companheira dessa árdua luta, nessa missão, embora eu reconheça não ter proporcionado a você nesses longos cinquenta anos o que de direito, você merecia. Nós vivemos atualmente com um estilo de vida minimalista. O tempo nos faz aprender que podemos viver com aquilo que é apenas essencial, sem excessos.  Mas a batalha não foi em vão. Agradeço com orgulho, aos meus quatro filhos: Marcelo, que conseguiu com êxito, o seu objetivo na área militar, Gláucia, que cuida de pessoas excepcionais, além de trabalhos manuais, lá na Suíça, Aline, professora do nosso município e Augustus, o nosso biólogo, por nos ajudarem nessa travessia, a qual nos proporcionou arrojo e obstinação em nossos anseios. Agradeço também aos meus netos Natália, formada em engenharia civil, trabalhando atualmente; Mateus e Pamela, também, encaminhado para a vida nas forças armadas, residindo atualmente em Goiás. Sarah, que brevemente será a psicóloga da família, Gabriel, terminando os seus estudos secundário e, praticamente, pensando na escolha de sua carreira e Carolina, que renova os nossos dias de alegria, genros Ramon e Gustavo, nora Lili pela ampliação da nossa família, enfim a todos os parentes e amigos que presenciaram a nossa união na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Praça Seca, naquele maravilhoso sábado de quatro de setembro de mil, novecentos e setenta e um. E, nesse pequeno resumo dos cinquenta anos dessa união, elencados acima, eu considero que foi uma olimpíada matrimonial, onde enfrentamos várias modalidades em equipe, como uma competição esportiva. E hoje, vencedores, nós subimos ao pódio, em que nossos adversários, tempo e contratempos, foram superados por nossa vontade em vencer, sem hino, mas com a medalha almejada no peito, nessa Boda de Ouro, por termos conseguido encaminhar nossos filhos para prosseguirem seus destinos independentes. Por fim, agradeço a Deus por tudo que nos trouxe até aqui, com resiliência, sem temer as objeções em que vários momentos e situações nos impuseram. Que venham os próximos cinquenta anos! Se Deus quiser!

 

 

 

 

quinta-feira, 8 de julho de 2021

O que é que eu faço

 

Queria sim.

Que você me abraçasse.

E dissesse o porquê.

Já não gosta de mim.

Queria sim.

Se eu me arrasto aos seus pés.

Feito criança.

E quando eu chego à nossa cama.

Noto logo, que você mudou.

Queria sim.

Sentir novamente.

O seu corpo ardente.

Sorrir de prazer.

Os seus olhos

Desviaram dos meus.

E nesse momento

Você disse adeus.

Para nunca mais, voltar.

O que é que eu faço.

Se um dia.

Você, me procurar

O que é que eu faço.

Se a sua alegria.

É me magoar.

O que é que eu faço

Se nem amor bandido.

Você quer me dar

O que é que eu faço.

Se esse amor de comédia

Só me faz penar.

Se meu coração.

Já está farto de perder.

Eu desisto.

E será bem melhor.

Viver sem você.

 

 

 

 

sábado, 12 de junho de 2021

Canção para Moema

 

Quis o destino.

Que eu sonhasse com você.

E essa alegria me fez renascer.

Fiz da vida um poema.

E é você Moema.

A razão dessa canção.

O sonho é a realidade.

Da minha ilusão.

Meu Deus do céu.

Como sonhar é bom.

Feliz, daquele que sonhar.

Para você quero cantar.

Moema, por onde andar.

                      

 

domingo, 9 de maio de 2021

Moema, a eterna Diva

 

Hoje é mais um dia especial nas nossas vidas! Parabenizo também a todas as mamães do Brasil. Reporto-me à despedida, que é dolorosa, saudosa, silenciosa. E o pior, que é a dor da distância. O luto que cobria o meu coração, já não existe mais. Só recordações. Lembro-me sem mágoas dos castigos e repreensões a nós, seus filhos. Mas entre mães e filhos as reprimendas são necessárias e esses sentimentos relevados. Também é verdade que nós sentimos a falta da sua presença, mas um dia todos nós viveremos juntos por toda a glória de Deus, conforme a lei da vida. O tempo! Muitas saudades! Lembro-me que a senhora exercia as suas obrigações com todos nós, ainda crianças, desprotegidas, que preocupada em preservar nossas vidas, cumpria as suas atribuições à risca em todos os sentidos, para as nossas futuras caminhadas da vida. Hoje, como sempre, faço uma prece, em sua homenagem nesse lindo ‘Dia da Saudade’. Somos gratos por tudo que fizera por nós, mostrando-nos como superarmos as dificuldades e orientando-nos para as direções corretas, sem percalços, iluminando os nossos caminhos em continuação aos nossos propósitos e destinos. E hoje eu amanheci assim, semblante triste, conformado com a sua ausência, nessa lei da vida, por não tê-la em nosso convívio. As recordações exteriorizam a minha mente. Essas duas vogais e uma consoante foram importantíssimas em nossas vidas. Como diz a emblemática letra de música, com ou sem chinelo na mão se pudéssemos, nós começaríamos tudo de novo. Sempre quando acordo, vejo constelações no céu, mas uma estrela me chama atenção por sua magnitude extrema. Eu sorrio e a chamo de Moema. Obrigado Moema! Por estarmos com saudades de você. Nós, seus filhos, Alice, Candido, Angelo, Marco, Almir, Angela, Ana Cristina, André e Telma sempre olharemos essa estrela de primeira grandeza com muito carinho e eternas memórias.

domingo, 7 de março de 2021

A morte é implacável

 Eu fico aqui meditando sobre a morte. Nós não temos poderes sobre ela. Podemos ser intransigentes, teimosos, discordantes em nossas opiniões e tudo mais. Nós escolhemos o nosso modo de vida. Para uns essa escolha é ótima, para outros que observam a vida desses “uns”, a visão é completamente oposta. E a morte é inevitável, com discórdia ou não. Acho que no plano espiritual devem perpetuar-se as coisas boas que fizemos em nossas vidas, porque se os nossos pensamentos são verdadeiros ou falsos nós nunca saberemos. E Deus sempre guiará nossos caminhos. Estejamos certos ou errados em nossos íntimos. Que estejamos todos nós com ele, independente de nossas escolhas.

 

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

Aposentados! Os eternos esquecidos.

 

Boa tarde! Hoje, um dia muito especial. Dia Nacional dos Aposentados, uma classe sofrida e desamparada. Não vou falar nada nesse dia. A minha mensagem é de esperança e muita saúde a todos. Que sejamos todos vacinados para encararmos essa luta desigual contra os nossos opressores. Governo e pandemia. Sem mais nada a comentar, Um feliz dia para todos que deram o seu sangue pelo Brasil.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Seja bem-vindo 2021!


Bom dia! Chegamos a mais um final de ano! Esse atípico 2020, um ano difícil para todos brasileiros, atingindo ricos, pobres e remediados sem exceção, que nos deixou um ensinamento. Somos todos iguais. Embora muitos relutem e refutem que dentro de si são melhores que outros essa pandemia não poupou esforços para determinar esses pensamentos. Com mais de cento e noventa mil mortos,  esse vírus não teve parcimônia de entrar em nossos lares ceifando o nosso bem maior. A “VIDA.” O coronavírus provocou no mundo uma catástrofe sem igual. Nós tivemos que nos reinventar. Um dos principais impactos, a diminuição de renda das pessoas, como também de empresas. Originário da China, esse vírus disseminou catástrofe em todos os lugares do mundo. A Europa, totalmente contagiada, não mediu esforços para tentar sua disseminação. Aqui no Brasil fomos atropelados pela corrupção, falta de compromisso de políticos na sua maioria em formalizar unissonamente uma politica pública para o contra ataque eficiente da pandemia e consequentemente o desperdício de vidas humanas. Os meios virtuais de comunicação vieram para ficar. O home office já é realidade. Aumentamos o nosso cuidado com a higiene, as máscaras passaram a fazer parte do nosso dia a dia. A solidariedade, objeto de controvérsias também estiveram em voga naquele momento de massiva contaminação nos meses de abril a junho. Vizinhos em sua maioria também se colocaram à disposição para auxiliar quem morava perto, principalmente aqueles que não podiam se locomover. Vieram os auxílios emergenciais do governo, mas estes não fora eficazes. Serviram como paliativos, visto que o aumento da inflação consumiu toda a doação governamental. Nesse momento, com acúmulo de leitos esgotados e carentes de atendimentos médicos, sem uma vacina apropriada com cem por cento de eficiência, todos nós nos perguntamos: Como será o ano de 2021? Fazendo o uso da velha matemática, fica a INCÓGNITA. Será que o novo ano trará bons frutos para todos! Na verdade colhemos tudo que plantamos. E o nosso plantio não foram regados com humildade. Vimos e sentimos: imparcialidade, insensatez, covardia, desonestidade, irracionalidade e outros adjetivos que não convém enunciar. Desejando a todos um bom final de ano com muita saúde, paz e harmonia os meus sinceros votos e que sairemos dessa guerra, fortalecidos para que nós possamos caminhar nesse “novo normal” que abalou a nossa nação. Abraços a todos!

 

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Hoje eu quero ouvir

 

Hoje eu não vou escrever. Definitivamente eu não comentarei. Mas isso não significa resignação. Hoje eu quero ouvir. Ouvir os cantos dos pássaros, escutar uma voz suave, sentir o aconchego de uma palavra amiga ao som de uma linda musica, atentar para o balanço dos galhos nas arvores com sons maravilhosos e não ao contrário. Não perceber o barulho das aguas que correm sem rumo nas vielas das comunidades, o escarcéu das crianças que lutam para conseguir agua potável, o estardalhaço pela doação de um prato de quentinha, do tumulto com o vai e vem da energia elétrica, não entender as promessas de campanha descumpridas, o alvoroço quando alguém é baleado por bala encontrada, das reclamações de toda sorte de órgãos públicos e privados. A infraestrutura e suas fragilidades, degradadas. Além de só exercemos as nossas mudanças por votos, ainda assim sofremos, já que saberemos como será o nosso destino, visto que a maior parcela de parlamentares não é confiável. Corrompidas em sua maioria. E novamente, o círculo vicioso para o mal retorna e com força maior. Essas desigualdades absurdas não saem dos meus tímpanos. Nós devemos dizer não ao racismo, escravizações, corrupções e as demais mazelas nesse país, chamado Brasil, já que a meritocracia é a ideologia que institui as disparidades sociais. Parei de ouvir tudo que incomoda a um cidadão de bem. Deixo isso com Deus. Deus! Seus filhos estão oprimidos, frágeis e sem apoio. Ouça aos nossos anseios. Que suas graças nos sejam atendidas e que nós não precisemos viajar até as margens do Ipiranga. Nós somos heroicos e aí sim eu sempre ouvirei esse brado retumbante. A nossa Nação precisa disso. Saber ouvir, cobrar e não ignorar os fatos e maus tratos ao povo brasileiro. Portanto nesse próximo domingo, dia quinze de novembro de dois mil e vinte, nós poderemos tentar mais uma vez mudar o rumo da história. Não percamos as esperanças e com fé em Deus nós mudaremos os nossos destinos. No dia da eleição na realidade, eu quero ouvir o barulho nas urnas. Agora o futuro irá nos dizer com ou sem pandemia se nós seremos recompensados, já que o nosso passado não teve futuro. Mesmo com desconfianças eu ainda acredito. Vote certo. Avante futuro!


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Verdade e Mentira

A verdade sempre desconfiou da mentira. A mentira é matreira. Ela percorre os nossos neurônios e nos faz acreditar que as nossas verdades são verdadeiras. Acontece que o processamento do cérebro através do encéfalo, independente dos lados, por onde percorrem a lógica e a razão é que predomina a nossa inteligência. Eu tenho setenta anos e até hoje eu não sei se a verdade é uma mentira ou se a mentira é uma verdade. Na verdade eu sempre tentei dentro do pouco que eu aprendi a respeitar as minhas atitudes e com bom senso discernir o que eu achava certo. Com bastante desprendimento dessas ideias, eu me permiti fazer as minhas escolhas. Essas opções, em verdade foram absorvidas no interior do meu seio familiar advindas da educação recebidas de meus pais. Eu sempre tentei trilhar os meus caminhos na estrada da vida os quais eu conseguisse enxergar. Mas nem sempre é assim. Tive também caminhos tortuosos e Deus em sua sabedoria me fez ver as dificuldades que eu poderia sentir caso não recuasse em minhas decisões. Às vezes a mágoa é amiga da mentira. Aliás, a mágoa é amiga das duas, mas ela subjuga. Ela sempre estará às ordens do comando em nossos cérebros. Se nós quisermos que a nossa mentira seja mentira então trituramos esse pensamento até os finais de nossos dias. Já dizia o nosso saudoso poeta com as ilusões mentirosas reduzidas a pó. Eu ao pó retornarei com a consciência de ter tentado acertar sem fugir dos meus pensamentos a respeito das minhas certezas, sendo elas verdadeiras ou mentirosas. Deus sempre será justo e com ele a razão sempre irá sobrepujar e se eu estiver errado sofrerei as consequências de minhas atitudes sob o olhar do pai eterno.

domingo, 18 de outubro de 2020

Como será o amanhã

Um novo mundo aproximou-se de nós. Essa pandemia fez o brasileiro refletir mais. Fomos massacrados pelo vírus. Medindo aproximadamente cem nanômetros ele foi capaz de matar milhares de pessoas em nosso planeta, visto que tamanho não é documento. Vários países saíram à frente em busca de antídotos. As vacinas ainda não estão disponíveis e muitos laboratórios realizam testes para comprovação de neutralização desse vírus. No passado recente, não nos preocupávamos com a saúde brasileira. Muitos de nós, conformados com a falta de respeito e muita corrupção na gestão da saúde, em sua maioria, preferiu a auto medicação, uma situação perigosa para o ser humano. É comum um indivíduo entrar em uma farmácia e solicitar um produto sem receita médica. Então veio a quarta guerra mundial. Dessa vez todos unidos com o mesmo objetivo. O inimigo invisível a olho nu, instalou-se no continente asiático e enviou as suas tropas hospedadas em seres humanos para todas as partes do mundo. Atordoados com o poder destrutivo desses organismos sobre nossas células, os médicos substituem o poder bélico usando formas paliativas, com muita cautela a esse hostil conhecido nos meios acadêmicos, enquanto aguardam o antídoto que serão determinantes para a erradicação dessa doença. Voltemos ao ontem: Ontem nós falávamos de dengue, malária, chikungunya, coqueluche, etc, de repente tudo isso deixou de ser prioridade e todos os esforços, concentrados nessa epidemia. Hoje mais conscientizados os brasileiros procuram proteger-se em sua maioria, usando máscaras, com mais atenção em suas higienes pessoais e atenção no manuseio de produtos em supermercados, shoppings, banheiros etc. Enquanto a cigana ler os nossos destinos, búzios, cartomantes, bola de cristal ou mesmo desfolhar o malmequer, nós estaremos perdendo essa batalha e esperamos uma mensagem, mas não a zodiacal. A notícia que todos nós desejamos é a cura dessa calamidade, do mal que assolou o universo. Que nós aguardemos um novo amanhã.

  

 


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O covid mata

Você deve se proteger

Aceite um conselho de amigo

O protocolo é se precaver

Senão não verá o sol nascer

Se puder 

Limpe o chão

Com muita água e sabão

E não se esqueça de lavar as mãos

Usando máscara 

E alcool em gel

Senão você vai para o beleléu. 

domingo, 9 de agosto de 2020

Hoje é dia dos pais, mamãe?

Dia dos pais! Um grande e feliz momento. Agora nós entendemos o significado dessa celebração. O segundo domingo do mês de agosto, assim como segundo domingo do mês maio são inesquecíveis. Essa iniciativa foi construída para estimular os laços familiares e em muitas residências perpetuam-se até hoje. Meus irmãos e eu compartilhamos dessas lembranças extraordinárias. Sei também que alguns eram pequenos e talvez eles nem se lembrem desses fatos. Esses dias de afeto e carinho dedicados aos pais eram também comemorados naqueles austeros tempos, por todos. Inclusive por famílias numerosas e menos favorecidas, e lá em casa não era diferente. Quaisquer comemorações não passavam despercebidas. Nesses dias, acordávamos radiantes e tomávamos como sempre, aquele café com leite de vaca acondicionados em garrafas de vidro de um litro, obviamente depois de fervido, juntamente pão e o famoso "Claybon". Depois alguns de nós rumávamos para a feira dominical, no centro da Praça Seca, com um de nossos responsáveis, enquanto os outros arrumavam o lar, e na nossa volta a grande preparação do almoço familiar elaborado com muito carinho pela nossa mãe. Normalmente a iguaria era galinha assada com a fabulosa e saborosa farofa junto outros complementos, como feijão, macarrão, saladas, etc. Após o almoço era comum conversarmos sobre os mais variados assuntos veiculado nas rádios e também os de nossos interesses, familiar de modo geral. O tempo passava gradativamente e apesar das dificuldades, nossos pais enfrentavam obstáculos em seus dia a dia permanecendo firmes na construção de seus objetivos em prol da nossa criação. Viam-se reforçadas pelas expressões em nossos rostos de alegria, que a felicidade morava na Carlos Gross, 139, o início de nosso convívio social, interagindo com novos coleguinhas da nossa idade e a nova realidade de crianças com várias brincadeiras infantis, além do aprimoramento de conhecimentos para nosso desenvolvimento intelectual na modesta casa construída com muito esforço e disposição, para maior conforto à nossa família. Nossos pais tiveram também, bons círculos de amizades e alguns deles, em especial, o finado "Domiro", que nos abrilhantava junto ao seu companheiro violão, com muitas serestas, normalmente realizadas aos sábados, além das festas juninas e outros eventos memoráveis em nosso discreto lar. Ainda sobre aos nossos pais, todos nós correspondemos seus anseios com restrita obediência e as suas orientações eram bastantes esclarecedoras para aprendermos sempre mais, e com a esperança de progredirmos em nossos caminhos, nós sentíamos obrigados a recompensá-los com estudos em colégios públicos, muito exigentes naquela época, adquirindo novos conhecimentos. A satisfação em estarmos juntos era infinita, enfim, nossos pais foram o nosso porto seguro. Não se importavam com presentes. Eles eram sim, simplesmente, inigualáveis. Mamãe, uma incansável do lar, trabalhava arduamente e perseverava dias melhores para todos. Nosso pai era funcionário público municipal e com atitude digna e responsável em suas atividades laborais, apesar de pouco salário, obstinava em nos proporcionar uma melhor condição de vida. Portanto, mamãe, nós perguntamos: — Hoje é dia dos pais? Com certeza a senhora iria responder-nos que sim. Para nós, vocês, José e Moema, sempre terão os seus dias cotidianamente gravados em nossas memórias e corações e que nesse espaço no plano espiritual, vocês sejam acompanhados de muita luz pela nobreza e dedicação em nos transformar em filhos de reputações ilibadas, em pessoas do bem, e que agradecidos pela educação despendida com muita arbitrariedade nos fez discorrer alguns alegres acontecimentos de muitos, na nossa saudosa rua semeando em nós o amor e desprendimento, valores fundamentais da palavra "família", enfim, para que a gente permanecesse compromissado com seus ideais, em transmitir às nossas gerações o legado exemplar, com competência e generosidade em suas vidas. Por fim, não só nesse único dia como nos trezentos e sessenta e quatro dias do ano memorizamos a presença e o som das suas vozes que nos confortam nessas eternas recordações. Saudades: Alice, Candido, Angelo, Marco, Almir, Angela, Ana, André e Telma. 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Estrela solitária

Vai estrela solitária
Procurar a minha amada
Que partiu e não me viu
Faça como a luz cadente
Em brilhos reluzentes
Nesse céu cor de anil
Vá, diga a ela como é triste
E que o meu amor persiste
Encontrá-la mais uma vez
Choro esse pranto doloroso
E meu coração teimoso
A rogar os braços seus

Ilumine os seus caminhos
Que estradas sem espinhos
Protejam os sonhos seus
E que a saudade é verdadeira
Essa me acompanha a vida inteira
E na parede do meu quarto
Mais um rosto emoldurado
Com lembranças
Do passado

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Ausência

Ausência
Percorri um longo caminho, sozinho. Não havia sentido de eu ficar esperando o tempo com reflexões sobre o ontem, se o amanhã sempre era a monotonia. O distanciamento hoje entendido por mim fez-me sentir que os "sozinhos" também carecem de pena. E que os apenados que cumprem com seus deslizes, também merecem o perdão. Somos todos iguais perante as leis, mas nossos pensamentos são distintos. Por isso, que vivemos nossas vidas da forma que melhor se encaixe aos nossos desejos. Os meses de distância, as horas perdidas, tudo isso constituem-se em desperdícios. A razão fundamenta que os pensamentos se perdem em nossos inconscientes, pois somos seres humanos e falhamos mais que acertamos. Sua mãe e eu casamos muito jovens, sem experiências e aprendemos dessa união a vivermos com serenidade os percalços em prol dos filhos. Sendo você o primogênito de nossas vidas, nos esforçamos também em dar a você o melhor de acordo com as nossas posse. E hoje pela a passagem de seus quarenta e oito anos de idade, sentimo-nos honrados por ter conseguido repassar esse sentimento como também aos demais filhos o significado de "família", desejando a você toda felicidade do mundo com muita paz e saúde. O distanciamento pune, mas não apaga as emoções existentes em vínculos familiares. Abraços e estejam todos com as graças Deus!

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Ninando a Carolina

O cavalo relincha
O gato faz miau
E a cabra berra
No fundo do meu quintal
O cavalo relincha
O gato faz miau
E a cabra berra
No fundo do meu quintal
O galo já cantou
A galinha cacarejou
O porco também roncou
E a Carolina papou
Então vamos todos brincar
Depois que a mamãe me limpar
Eu já nao vou mais chorar
E a festa vai recomeçar


Exaltação ao Samba

Samba esquecido
É aquele que está na gaveta
Guardando poeira
Adormecido de seus ideais
Lá na escola
Só é bamba quem dança com os pés
Como linhas em carretéis
Anunciando um novo alvorecer
Que essa mentira
Diz que diz que o samba morreu
Ao contrário
Ele nao renasceu
Sempre regado
Como chuva em flor
E a porta bandeira
Desfilando na Avenida
Retrata o dia a dia
Que a gira do samba não esmoreceu
Quem abraça o samba
Entende o que ele tem
Argumenta forte
E sabe que a morte
Nao pertence a ninguem
Deus sempre é maior
E prá viver melhor
Nos protege do mal pior
Se as aguas
Do rio
Se encontram lá no mar
Quero ver o samba
Navegar
Se as aguas
Do rio
Desaguam lá no mar
Quero ver o samba
Navegar

Minha Juriti

Minha Juriti está aqui
Trazendo noticias
Novamente de ti
Minha juriti está aqui
Trazendo noticias
Novamente de ti
Disse que a saudade é demais
E que o seu canto
é que te dá paz
Minha juriti está aqui
trazendo noticias
novamente para mim
Enveredou-se pela mata
Ao raiar a madrugada
Procurando um trovador
E eu fiquei aqui chorando
Isolado no meu ninho
Esperando o meu amor
Enveredou-se pela mata
Ao raiar a madrugada
Procurando um trovador
E eu fiquei aqui chorando
Isolado no meu ninho
Esperando o meu amor
Minha juriti saiu daqui
só lembranças guardo de ti
Minha juriti partiu daqui
Só lembranças guardo de ti

domingo, 24 de maio de 2020

Nada azul para os Marinhos.


Há quase sessenta e cinco anos, o Grupo Globo fazia o requerimento de sua primeira concessão de televisão, isso no governo de Eurico Gaspar Dutra, mas devido a vários processos para a sua aprovação, a Radio Globo foi finalmente concebida no ano de 1957, pelo então Presidente Juscelino Kubitschek e posteriormente a TV Globo, no fim desse mesmo ano.  A emissora começou a funcionar em 26 de abril de 1965. No Final de 1964, em plena ditadura militar, estruturou-se de maneira organizada, onde se tornaria a primeira organização, dentre as demais no Rio de Janeiro, sendo a TV Tupi, na época a maior emissora do país e detinha audiência consagrada pelo público. Como nada é fácil nessa vida a Globo também atravessou os seus percalços e com a contratação de Walter Clark, por onde ficou por vinte e nove anos, como diretor geral da empresa que conseguiu alavancar a idônea corporação  meteoricamente. Primeiríssimo lugar em audiência arrebanhou varias afiliadas pelo Brasil. O conglomerado perdeu sua credibilidade, depois de confirmadas as desconfianças pelo apoio aos militares na implantação da Ditadura no Brasil. Em troca a empresa teria rendido benefícios para a família Marinho. Tendenciosa, a empresa começou a ser vista com outros olhos por críticos e telespectadores, recebendo enxurradas de críticas sob sua atuação, principalmente no seu Jornalismo, sendo inclusive acusada de fraudes na campanha filantrópica “Criança Esperança”. Há quase vinte anos as audiências da empresa descaíram e com a vinda da internet essa retração ficou ainda mais nítida. Sendo a segunda maior do mundo, a Rede Globo possui um histórico de controvérsias em suas relações na sociedade brasileira. Então hoje, apesar da breve consideração acima, a disputa pelo poder da informação torna-se mais acirrada em virtude de termos vários canais, cujas informações inferem imparcialidade. Sendo reputada perniciosa ao país, a Globo é taxada por vários adjetivos que não são boas para a sua história. Uma delas “Globolixo”. O embate desse ano é com o Presidente Bolsonaro, que mais uma vez alega que não será nada fácil a sua renovação de concessão, já que a empresa se encontra há algumas décadas no vermelho e que segundo ele foi beneficiada por governos antecessores, objetivando negociatas com informações e propagandas governamentais. No azul da cor do mar, a rede Globo tem muito para contar. Dizer que reaprendeu, porque o mundo quer ver e ouvi-la, e, que procurem noticias conclusivas e coesas. Que ela tenha motivo para sonhar com seu retorno ao apogeu de uma liderança sem informações imprecisas e inconsequentes para a população. Que venham mais canais de TV com informações objetivas! É o que todos nós brasileiros e telespectadores, esperamos.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Setenta anos em família


O que é a vida! Hoje eu completo sete décadas. O meu coração é só felicidade. Vida! Eu enfrentei desafios, muitos obstáculos, esses me fizeram aprender como viver e como festejá-la. Eu nunca lamentei envelhecer e celebro a terceira idade mais maduro e com muita alegria. Eu tenho uma família magnífica, honrada e acolhedora dos meus carinhos. Isto me proporciona vigor, e essa energia recíproca, me emociona nos mistérios de nossas vidas. Quem não gosta de amar e se sentir amado? Diferentemente da poesia, o tempo consumiu a minha estrutura física, lentamente, não os pensamentos. Já os meus poemas retratam esses setenta anos com muitos sentimentos e emoções semelhantes a enredo de escola de samba. A evolução da escola depende do andamento do samba. Estão interligadas. O tempo! Ah o tempo. Este há tempos esperado, chega hoje para mim. Os meus parabéns são para a vida, conquista essa que me permitiram descrever nessas pequenas linhas toda a gratidão a Deus, que consentiu a minha permanência nessa terra junto a irmãos, tios, sobrinhos, primos, cunhados, amigos e demais parentes de outros graus. E seguindo esse raciocínio, transmito também a minha esposa Tania parabéns pelos seus sessenta e sete anos, que será realizado três dias após a passagem do meu festejo. Ela é de vinte e três de maio e eu vinte de maio. Enalteço aqui também à sua dedicação na criação de nossos quatro filhos que depois de formados pela faculdade da vida, passam, passaram e ou passarão esses conhecimentos para as suas famílias que seguem seus caminhos para descobrirem os seus futuros. Filhos em nossas vidas sempre estarão presentes. Esse é o ciclo. Um fenômeno natural. O DNA não engana. Transmite nossa característica para seus descendentes. Reportando-me agora sobre a unidade entre casais, desentendimentos às vezes ocorrem, mas ideias devem ser ajustadas de forma coesa entre  eles. O companheirismo é muito importante quando vividos harmonicamente a dois. A resposta é simples. Respeitar suas individualidades. Afinal somos diferentes. Segundo “Santo Agostinho”, a verdade é doce e amarga, quando doce perdoa; quando amarga cura. Em síntese não somos donos dela, razão pela qual, a manutenção do equilíbrio de opinião entre cônjuges para bom convívio. Por fim, agradecemos Tania e eu a Marcelo, Glaucia, Aline e Augustus, (nossos filhos), Ramón e Markus Ruesi, (genros), Lili, (nora), Natália, Mateus, Sara, Gabriel e Carolina (netos) em especial para as nossas novas gerações elencadas acima, pela sucessão da vida e a grande felicidade compartilhada no âmbito pessoal desses jovens, que seguem seus caminhos rumo ao desconhecido. Mas futuramente eles também descobrirão as boas vertentes de seus objetivos. A Tania e eu seguimos em frente com o autocontrole da velhice sem labirintite, doença comum em alguns idosos. A vida já é um labirinto. Sempre haverá uma saída, quando o beco nos leva a algum lugar. Então, exaltemos “Os Parabéns” para nós que estamos vivos agraciados pelo abraço de Deus. Amplexos a todos da família!

domingo, 17 de maio de 2020

Pandemia em alto mar.




Eu estou em alto mar. O meu navio está fundeado no oceano. As ancoras desceram sobre pedras e eu encaro tempestades, vendavais. Agora eu conto com a própria sorte, como num jogo. Eu pego então o binóculo e vejo vários periscópios de submarinos que emergiram, alertados pelos seus sonares, que foram desligados. Esses dando volta próximos a minha embarcação. Serão inimigos. Não creio. O momento não é para caçada ao “Outubro Vermelho” e sim pelo inimigo invisível. Não adianta direcionar os torpedos para a minha direção. Não adianta reverberar. Também não adianta sustentar que eu também esteja por cima, e que eu lançarei com os meus canhões a artilharia pesada sobre as decisões emanadas pela espremida tripulação. No caso dessa pandemia as radiofrequências devem ocupar a mesma faixa. Os torpedos enviados pelo vírus, tem alvo certo, e, será devastador. Os governantes não são “Sofias”. As escolhas somos nós que fazemos e devemos decidir o que é melhor para o Brasil. Eu não desejo morrer de fome, nem ficar sendo rodeado em altos mares, sem definição, na minha humilde balsa, sendo escoltada sem visibilidade de um porto seguro. Acho que nós temos rebocadores para emergências e que velas sejam içadas e não acesas.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Não existe santinho no poder.



Sabemos que o Brasil é extenso com peculiaridade de continente, o que facilita também a corrupção de agentes públicos. Então elenco abaixo algumas considerações, sem aprofundamento dessa minha conclusão nesse permissivo vício para nossa sociedade, com consequências gravíssimas para todos nós, que pagamos a conta desses corruptores e corruptos da nação brasileira. No regime autoritário o combate à corrupção foi uma das bandeiras da ditadura, onde houve inicialmente uma ampla investigação sobre a corrupção do então deposto ex-presidente Goulart. Mas acharam por bem não darem publicidade à corrupção alheia, porque também já existia em suas próprias fileiras, ou seja, deixaram o barco correr. Com a morte de Tancredo, surge Sarney, acusado de corrupção endêmicas em todas as esferas de governo, foi denunciado, mas o caso foi abafado pelo Congresso Nacional. Depois veio o Collor, sendo o primeiro presidente da América Latina a sofrer impeachment, com seus negócios escusos com o PC Farias. Depois o Itamar com denuncias de corrupção de seus ministros. Depois Fernando Henrique Cardoso, que garantiu as benesses do Plano Real. Com uma serie de denuncias de corrupção, compras de votos para a reeleição, corrupções na venda das telecomunicações, entre outras mais. Depois veio o Lula, com o mensalão, o mais notório escândalo da corrupção, entre outros. Depois veio a Dilma, onde se inicia a Operação Lava Jato. Deu muito prejuízo à nação, sendo investigada com a compra de refinaria, com prejuízos inimagináveis a Petrobrás, dentre outras acusações, sendo deposta do cargo. Depois o Temer, em conluio com os proprietários do frigorífico JBS, tendo sido flagrado o deputado Loures com quinhentos mil reais recebidos de Joesley para o então presidente. Agora o Bolsonaro. Esse falastrão abalando os jornalistas, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, está envolvido inicialmente em polemicas com demissões de ministros e querendo também uma bondade de segurança em interferir politicamente na Policia Federal, para os seus parentes e aliados. Ainda não se tem noticias de corrupção no seu governo, apenas denuncias por meios de comunicações sobre aproximação com milicianos, más influencias de seus filhos, com comportamentos não condizentes dos cargos que exercem etc. Faz hoje quinhentos dias que o Bolsonaro segue à frente no comando do Brasil. Eu espero que ele cumpra o seu mandato honrando as esperanças de mudanças orientadas pelas urnas e que santinhos estejam nas ruas para a população decidir o futuro da nossa nação. Afinal deixe que igrejas mostrem os seus verdadeiros santos! Por fim eu sou apolítico