terça-feira, 25 de junho de 2024

Uma paixão silenciosa.

Nos seus olhos o mistério do luar, em brilhos tresloucados que me dizem tudo. Seu sorriso é o sol e a lua, que iluminam meus dias e noites, em sonhos resilientes de alegrias e paixões. Em cada gesto seu, com a batuta silente e coordenada em harmonias, como o seu corpo em simetria, entrelaçado ao meu, como em danças de valsas ou boleros, em que você a maestrina, que envolve e conduz o meu coração, em melodias apaixonadas, em danças provocativas e celestiais. Seu cabelo é como a seda ao vento a bailar, seu toque suave, como brisa a me acariciar. Na sua carne, eu encontro a alegria que inspira, E em seus braços e abraços, meu mundo se refaz, na fantasia de dançar e amar. Você é a musa que insufla meus versos apaixonados, A doce melodia que embala meus sonhos. Seus passos são poemas que ecoam no ar, E mesmo sem o seu amor, um tesouro que guardo com carinho, em razão das minhas palpitações, uma morada da minha ilusão.

domingo, 23 de junho de 2024

Depois da despedida.

Nessa noite enluarada, as estrelas testemunharam nossas despedidas. Sabe! Aquela dor no coração em que o destino nos chama em direções opostas? É assim que eu me sinto. Desmotivada, com lembranças de risadas e sonhos compartilhados, esse que fora para mim um futuro incerto, concretizou-se. Ainda guardo a ternura de nosso encontro. Os momentos vividos intensamente, os quais nós amanhecíamos bem, com o sol a contemplar à minha alegria, vendo as montanhas verdejantes atrás da minha casa. Costumeiramente, nós tomávamos café, olhando o perfil do maciço da Tijuca e o céu em anil, rodeados de pássaros em cantos e encantos coloridos. Infelizmente, a tristeza se aloja no silêncio do adeus. Posto que o tempo cure as feridas da separação, onde o amor se faz verdadeiro e amigo. Em novos braços eu encontrarei um novo abrigo. Um novo refúgio, seguro para meu coração, numa eterna entrega e devoção, no ritmo de novas paixões sem segredos, entre sombras e esperanças perdidas, futuramente, renascidas.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

A expectativa de uma paixão.

Hoje eu acordei mal. É como eu estivesse em frente ao precipício, sem luz pela sua profundidade, tampouco, sem som. Nesse meu espaço secreto e invisível, como escalas entre o céu e o inferno, uma dor antiga, me persegue até a esse ponto mais alto da montanha. Eu me reinvento a esse mistério com letras que saem dos meus olhos, com gritos ecoados pela minha boca sedenta de beijos, na esperança de reencontrá-la. Infelizmente, como outras noites, eu cuidei dessa, sem sucesso, mais adoecida e ressentida com vistas abertas ao luar, por um caminho, que penso na volta da amada, do meu coração, desprendida, como aquele calor frio do sol que nunca brilhou em minha vida. Na pedra, que eu tropeço diariamente nas minhas ilusões, as insônias me acompanharão, enquanto perdurarem as tristezas e solidão, onde a estrela da minha vida ao longe e em despedida aquece outros corações. Nesse deserto de emoções, espero mais uma surpresa, pelas quatro letras que mudariam a minha vida e bem longe do passado. Não está em Roma, aquela cumplicidade, um ambiente perfeito em acolhimento. Uma nova estrela guia surgirá e meu céu brilhará apaixonado. Penso que sempre haverá uma recompensa ao ouvir estrondos das tempestades, para amar. Um sopro da paixão.

Busca pelo prazer.

Amores impossíveis atraem-se pelas inviabilidades. Assim como o perigo, nos motiva, nos impulsiona, o acesso a informações íntimas de outra pessoa. Neles cabem todos os sonhos que se meçam pelas dificuldades, excepcionalmente pela busca do prazer. O improvável, também, é belo. O anonimato e as volúpias, por redes sociais aglutinam novos viciados em sexo virtual. As mulheres preferem as salas de ‘chats’ com imagens, fotos eróticas entre outras preferências. Já os homens, além disso, às fantasias sexuais. Mais focado no corpo da parceira e no momento único. As aventuras sexuais têm seus mistérios, mesmo de longe na magia da sedução. Os prazeres apaixonantes da vida continuam na velhice. Pensar que não há desejos e sexualidade na terceira idade é um equívoco.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Uma reflexão da minha vida.

O meu passado, foi como uma tela de televisão em preto e branco com chuviscos, eu via vagamente, algumas silhuetas em danças, frenéticas e fora de tons. Mudava de canal, zapeava mais alguns e os desempenhos eram idênticos, daquela confusão eletromagnética. Nessa época, eu também, me encontrava na mesma situação. Tentava sem solução, uma seleção com o poderoso potenciômetro vital, ajustes da minha vida. Fiz muitas coisas boas. Passei pelo teste sem ser notado, com muita discrição. Alguns percalços e desencontros, também, que, na verdade, foram contornados com bastante resiliência e sabedoria. Mergulhei de cabeça, bem cedo. Constituí família, o meu bem maior. Vivi mau momentos como nuvens no céu espalhadas ao vento. Sou mais um afluente que a vida preservou indo enfim, para o grande rio de correntes perigosas, que sustentei com todas as minhas forças, desviando de pedras e lodaçais. Tenho defeitos como outro qualquer, mas a minha vida não foi decretada por falência, muito pelo contrário, defendida com muita abnegação da minha administração e colaboradores como esposa, filhos, ainda mais com netos excepcionais, um novo complemento da nossa existência. Com ideias e projeções para o futuro renovado que me restam na velhice, em novos sonhos, sendo as essências do que a vida nos reserva, apesar de um passado duríssimo. A vida é maior que todos os livros, que eu li, e sobre ela eu me debruço em frente a uma nova televisão. Uma quatro K, em cores fortes, com imagens lindíssimas sem fantasmas e tremedeiras, com vozes firmes, com ‘flashes’ de aves altaneiras, em voos de liberdades como nós pretendemos viver até nossos dias.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A velhice chegou.

No combate, relativo com o tempo de vida, o meu mundo ficou preto e branco. Enfim a velhice chegou. Deu-me ela, vários presentes, um deles, a bengala para a prudência ao caminhar, atravessando mais obstáculos com o avançar da idade. A jovialidade que tornava o conhecimento da minha alma em visões e sonhos multicores deixaram meus olhos vazios a contemplar com saudades os sonhos realizados. Nesses lábios amargos e ressecados, que hoje eu tenho, acumulado em rugas pelo corpo, tornaram-se calados, congelados por uma nova situação de pavor. Em espelho, a minha face perdida, um novo retrato da minha vida, um pacto com a solidão. Passei com nota máxima pelas idades de interrogações, afirmações, às de negações, ainda não assimiladas, fiquei em segunda época. Eu passei por todos os prazeres da infância e juventude, hoje, consumidos pela tirania da velhice. Minhas costas curvadas, como badoque, são a prova disso. A única certeza que eu tenho é que o amanhã os prazeres serão precários. A beleza tem o seu tempo exíguo. O espaço entre a juventude e velhice, em intervalo de paixões e decepções, são essências que nunca passarão despercebidas. O tempo da velhice depende exclusivamente da nossa sabedoria de viver mais otimista com fé e esperança. As últimas fases de vidas merecem contemplações saudosistas.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

A namorada de escola.

Hoje, eu vi aquela moça, menina, linda como sempre. A minha paixão dos tempos de escola pública. O meu coração disparou quando ela apareceu toda charmosa com andar elegante e inadvertidamente, atravessou a rua, fechando o trânsito, sem me notar seguindo seu caminho, deixando o seu perfume, inigualável em minha face, que chegou a estremecer meu corpo. Ali, eu vi nascer esta maravilhosa mulher. Lá no colégio, nós trocávamos olhares inocentes, mas não nos falávamos. Os olhos dizem tudo. Quando ela aparecia nos diminutos tempos de recreio vinha àquela forte sensação inexplicável, que eu nunca imaginei em sentir. Na hora do recreio, eu meio tímido, procurava localizá-la nas dependências da unidade, sem muita oportunidade de dar um simples ‘bom dia’, que em insegurança consumada, alimentava meus sonhos inconscientes. Esse reencontro casual aqueceu as minhas mãos que pingavam de nervoso, pela emoção em meu rosto, estampada. Sei que o meu amor não desfez com o tempo. Ela dava passos rápidos com elegância, talvez, perdida em seus momentos de escola, talvez, pensando em outros braços, o amor que entre nós, não viveu, que em sonhos diferentes o destino traçado escreveu.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

A distância do sol.

Por que o sol está tão distante? Os astros também têm seus segredos. Emana calor aos desesperados em desilusões e enfraquece um pouco aos bem aventurados. Rasga as nuvens, algumas traiçoeiras e nas madrugadas ilumina aos sonhadores vislumbrando a beleza da lua que se retrai em fases consumidas. Ao nascer de um novo dia ela chora e adormece por fim. É claro que o sol sempre virá e os luares, nos embalos dos versos seguem como destinos aos desconhecidos. A escuridão e todo o azul do mar resplandecem as liberdades das estrelas. Iluminam e escurecem como estiagens. Sempre haverá temporadas de alegrias e tristezas. Até o último dia de minha vida, eu farei como o sol. A distância sempre dependerá do acaso. O ocaso do sol possibilita-me organizar as minhas ideias e escolhas para um novo brilho ao amanhecer.

domingo, 9 de junho de 2024

Sem despedidas.

Ontem, uma bala certeira acertou o meu coração. Ela chegou sorrateira. Não ouvi o seu estampido, e atingiu-me em cheio. A minha aorta, que irrigava diariamente meus sonhos e projetos, foi seccionada de aspirações partilhadas. Já não existe mais. As mensagens travadas e ocultas sucumbiram. Nas minhas poesias apaixonadas, onde inicialmente nossos olhos se encontraram, perderam o brilho intenso como o sol. Uma estrela que jamais poderei alcançá-la. Em mundos distintos seguimos nossos caminhos. Às mágoas, como ponteiros de relógio passam com o tempo. O céu amanheceu nublado. Uma nova canção de amor eu ouço bem longe. Apesar da dor, na imensidão dessa vida sempre aprendemos uma lição. Esfumaram-se a esperança e a desilusão, que me escorrem em meus dedos, como areia fina da praia, levadas ao sabor dos ventos. Amor é só para gente que acredita e não se cansa de esperar, ou a tudo isso se contentar.


sábado, 8 de junho de 2024

O despertar do amor.

Você é como o sol da manhã. Beija meu rosto, depois da noite fria sem seu calor. A falta que faz em meu cobertor. No seu jeito sedutor, como girassol, eu busco a sua luz. Trago nas palavras em lampejos as minhas sinceras tensões. Entrego-me ao seu corpo nu, às minhas mãos libertas em toques descarados com fervor de transpirações e boca ofegante, que modificam nossos pulsos e aceleram as batidas de nossos corações intensos. Na suave palma de suas mãos, em afagos, com perfumes de intentos, eu vejo as linhas do passado, riscando outras, em convulsões, que reconhecem a entrega entrelaçadas às carícias da saudade de você, clamando por mais beijos, de seus lábios em desejos. À noite em claro me faz assim. Enlaçado a seu destino, para seguirmos de mãos dadas a caminho do amor.

terça-feira, 4 de junho de 2024

A tristeza da velhice.

Aquele sentimento de solidão, de inutilidade, da dificuldade em lidar com as limitações, juntando com a perda de um familiar da vida privada e amorosa, além de outros motivos emocionais, sensibilizam em demasia muitas pessoas da terceira idade. São imprescindíveis as relações familiares e interpessoais. Isso por que, a falta dessa interação acarretam a perda de memória, declínio cognitivo e um crescente estado de isolamento. O idoso deve ter pensamentos positivos e alegres, estimulante em suas conversas e pensamentos que contribuem para que não haja os surgimentos da depressão e redução da autoestima, que se agravam com a perda de contatos pessoais. Os distúrbios de comportamento com sintomas psicóticos, ansiedade, irritabilidade e instabilidade emocional, são meramente confronto de personalidade perpetrada por essas desordens no cérebro de septuagenários, isso porque eu tenho setenta e quatro anos, acreditando que prolonguem com maior profusão aos bem mais idosos. Portanto, o cérebro deve ser exercitado plenamente. Uma batalha diuturna que só depende dos acometidos, inclusive da frequência da vida sexual, com benefícios da saúde do corpo e da mente, sem quebrar a regra de sua autonomia e independência no decorrer da sua existência. Eu pratico várias atividades sem preocupação da idade avançando sobre o meu corpo, para manter a saúde e a vitalidade suportada pela minha estrutura física, sempre pensando em que a minha simplicidade, com capacidade de valorizar o que já possuímos inclusive as amizades.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Quem sabe um dia?

Quem sabe um dia, se for nossos destinos, que nos encontremos mesmo em quaisquer outros planetas, onde haja vida, com um talvez, de hesitações, hipóteses e senões, num reflexo transparente e atraente, descobrindo em nossos sexos, mesmo por caminhos nublados após tempestades em despudoradas fantasias carnais de satisfação, na perfeição do absoluto prazer, a dois. Quem sabe um dia, redescobrir o mundo em pensamentos ocultos. Quem sabe um dia, colorir de azul o infinito, enxergando todo o nosso amor que na sua frente eu a perdi. Quem sabe um dia, eu me perdoe pelo ato falho, em deixá-la fora dos meus pensamentos nos derradeiros acenos de despedida das suas delicadas mãos. Quem sabe um dia, voltar a sentir o seu perfume adocicado, que eu, em desatinos, sem rumo na estrada, com descuidos e incertezas, na procura com tenacidade de um predador à presa. Quem sabe um dia, você invada a minha porta escura na sombra de meus anseios, e com ar de apaixonada, nós vivermos para sempre. Quem sabe um dia, o sacrifício e a persistência em que reclamo a sua ausência, o seu sorriso invisível. Quem sabe um dia, nossos corpos celestes, sem serpentinas e confetes, saia do bloco da solidão e transforme-se novamente em turbilhão de paixões. Quem sabe um dia, você também, me diga não.

domingo, 2 de junho de 2024

Confissões de bar.

Aos prantos emocionais, com choros e lembranças, eu desabafo no copo, sentado à mesa do meu tradicional e preferido ‘Unimé Bar’, aquele traçado que só o atendente bigode sabe fazer. Essa é a triste realidade. Girando o copo a cada golada, reservadamente, eu escondo a minha mágoa, acumulado de tanta dor, para que ninguém veja um derrotado, que tinha um peito forte para receber de forma violenta, resistência a obstáculos defenestrado por alguém, que com duas consoantes e vogais. ‘Amor. ’ Hoje eu carrego como Jesus a cruz do meu calvário. Lamuriando-me pela estrada e exausto de desconsolos. Lá, naquele bar, tenho a sensação de que encontro vários irmãos da dor, revelados em rugas e decepções, através de talagadas das branquinhas ou amarelinhas. Tanto faz o que importa é matar a sede de suas angústias, como eu na requintada bebida de novos dias. Como Chico Buarque, pode ser que a gota d’água surja em alguns potes deles. O meu transborda de saudades e esperança. A pureza do meu ser, que me deixa pensando em você, a espera que naquele lugar, tudo possa recomeçar.