domingo, 26 de janeiro de 2025

Os rios do amor.

 A convivência das diferenças, mesmo no amor, que geram tensões delicadas. Um homem sereno e misterioso traz consigo a calma da concentração, o sabor das sombras e a profundidade das emoções licenciosas. Uma mulher, a generosidade, a energia, a intensidade e a paixão que se derrama sem medo, que transborda e arrasta tudo em seu caminho. Nesse contexto, penso eu, que as perspectivas do amor, vão ao encontro de forças distintas, que transcendem suas próprias naturezas, mas não de imediato, visto que somente observam-se e aguardam o calor da proximidade, respeitando o tempo de sua própria fluidez. Não há fusão abrupta, mas um processo gradual, onde cada um cede ao outro as distâncias despercebidas, sem exigências de se tornarem iguais. Assim como o Rio Negro e o Solimões, com o tempo, e sem pressa as águas se unem que cria o Amazonas, uma força indomável que segue seu caminho para o mar, mais forte, mais rico, mais profundo do que nunca. E a força do amor em sua mais pura forma, em que a união das diferenças renasce uma nova realidade, mais completa, mais inteira. Entre águas negras, turvas e temperamentais, que lentamente, começam a se unir, criando um novo corpo d'água. Assim é o amor, uma explicação inexplicável. Na letra ‘O negócio é amar’ do saudoso Carlos Lyra, que independentemente de tudo, o amor é um aspecto fundamental da vida humana. Essa magnifica letra sintetiza que o amor não é mera brincadeira. São rios que passam por nossa vida e deixam marcas corroídas.

 

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