Nós encerramos o ano com notícias, nada alvissareiras, no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O dólar em alta, inflação sem controle, aumento significativo da violência. A saúde mal das pernas, reprovação acentuada em pesquisas de opinião pública. Enfim, um melancólico governo que reverbera conquistas, como a diminuição de desemprego no Brasil, mas a expansão da informalidade não consta do cálculo do gerenciamento governamental, um quantitativo expressivo de, aproximadamente, quarenta milhões de pessoas vivendo sem a mínima segurança social. A reforma agrária paralisada, muitas mortes de índios que eram atribuídas ao antecessor, sem contar as queimadas que imperaram em todo território nacional. Discutiu-se sobre o pacote fiscal e até agora o próprio Ministro da Fazenda se enrola em explaná-lo, além do cerco da Receita Federal com relação às operações financeiras por PIX e cartões de débito ou crédito, algo que irá impactar aos desassistidos em políticas públicas. Somos a plateia. Choramos rindo em emoções intensas e contraditórias. As fragilidades das condições humanas são visíveis. Em meio a esse cenário, o governo tenta se sustentar nas suas próprias narrativas de conquistas. Vemos que no palco, a política é um enredo de promessas não cumpridas, de dificuldades que se multiplicam, e de um povo que, apesar de tudo, segue tentando encontrar algum fio de esperança no meio de tanto caos. O riso, muitas vezes, surge como uma defesa, mas, no fundo, é apenas uma máscara que esconde a tristeza e a frustração de um país que ainda luta para se reencontrar. O que esperar do governo em 2025? É uma questão cheia de incertezas, mas também de esperanças para uma parte significativa da população. Após um retorno ao poder marcado por um ambiente político conturbado, o terceiro mandato de Lula, agora com a experiência acumulada ao longo de sua trajetória política, pode ser visto como uma tentativa de reconstrução e adaptação diante de uma realidade desafiadora. A primeira grande expectativa gira em torno da economia. O Brasil enfrenta altos índices de inflação, aumento da informalidade no mercado de trabalho e uma crise fiscal que exige reformas urgentes. Embora o governo tenha se esforçado para promover uma retomada da economia, com foco na redução do desemprego, a expansão da informalidade, avança freneticamente. Na área social, espera-se que o governo dê continuidade e amplie programas como o ‘Bolsa Família’ e políticas de inclusão, buscando reduzir as desigualdades sociais que continuam a marcar o Brasil. No entanto, a grande questão será como equilibrar essas ações com as demandas por uma recuperação fiscal, principalmente com a necessidade de cortar gastos públicos e reestruturar as finanças do país. A reforma agrária, uma bandeira histórica de Lula, segue sendo uma área de atenção. Com a paralisia de ações no setor nos últimos anos, há uma pressão crescente para retomar a distribuição de terras e a melhoria das condições de vida no campo. A questão indígena também continua a ser uma das mais sensíveis, especialmente após o aumento de violência e desmatamento na Amazônia durante o governo anterior. A expectativa é que o governo de Lula programe políticas de proteção ambientais mais rigorosas, com foco na preservação da Amazônia e combate ao desmatamento ilegal. Em relação à segurança pública, o aumento da violência é um dos maiores desafios que Lula terá pela frente. Com a falta de uma solução clara para o aumento da criminalidade e a crescente insatisfação da população, as políticas de segurança precisam ser repensadas, equilibrando os direitos humanos e a necessidade de eficiência no combate à violência. Outro ponto relevante é a gestão das questões fiscais e tributárias. A proposta de reforma tributária, ainda em discussão, precisa ser resolvida, pois, impactará diretamente as finanças do governo e a capacidade de arrecadação. A reforma tributária é vista como essencial para resolver a distorção no sistema e promover uma maior justiça fiscal. Por fim, o governo Lula, em 2025, terá de lidar com a polarização política e a pressão constante de setores da sociedade, com desafios tanto dentro quanto fora do país. A comunicação e a capacidade de dialogar com diferentes forças políticas serão fundamentais para garantir a governabilidade e as importantes concretizações de reformas necessárias para o Brasil avançar. A população espera por soluções concretas que melhorem suas condições de vida, ao mesmo tempo, como o governo enfrentará um cenário econômico e político mais complexo, exigindo uma liderança capaz de unir o país em torno de um projeto de crescimento e justiça social. Creio que o equilíbrio entre as expectativas populares não são suficientes para tal façanha. Entre o sucesso e o fracasso, o governo deverá se equilibrar nessa corda bamba, de forma pragmática e eficaz, para que o público enxergue suas iniciativas que poderão exaurir-se no picadeiro de Brasília, sem choros e risadas desconcertantes, nas infelicidades da governança que se encontra em cheque no xadrez das dúvidas e probabilidades.
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