quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Amor! Um lockdown de loucura.

Trago meu peito gelado e vazio, nas longas noites, sem tuas carícias como vigores de metais, fortes de dobras e corrosões. Esse desejo de morte em ter-te eternamente em meus braços, num lockdown de loucura, invade meus espaços interrompidos que preenchem o refúgio do teu silêncio, que mesmo à distância, parece estar bem perto. Minhas palavras atropeladas em exageros são gestos silentes em revelações de formas inesperadas. Nesse cenário de incertezas, o amor se reinventa em sentimentos de profundidade intensa e se completa, acomodado em ninhos de explosões. Mesmo sem te olhar, teus abraços virtuais, que atravessam alegremente as minhas manhãs de expectativas e de vulnerabilidade, de acolhimento, de sinceridade e de paz, confortam meus alardeados desejos e sensações. Nessa prisão doce da minha vida, os teus sorrisos acalmam a minha mente, como tempestades, raios e trovões no firmamento. Tuas provocações são turbilhões de emoções, em que meu coração se entrega sem medo, em quedas desmedidas e excessivas subidas como montanha-russa de divertidos parques em minha fantasia. É um amor que se escreve sozinho, nas entrelinhas de tudo o que não se diz. Escureceu! O sol caiu no mar, mas o amanhã nascerá e tudo que se perdeu, e se acendeu somente tu e eu, em tórridos confinamentos de eternas paixões, em campos de experiências extremas de liberdades, sem prisões comprometedoras de ilusões.


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Rio de Janeiro. Uma passarela da tristeza.

Eu estou sobre uma das trinta e cinco passarelas numeradas, da Avenida Brasil, uma rodovia movimentadíssima do Rio de Janeiro, onde brigam: motos, ônibus, carros, caminhões, e em alguns trechos conhecidos, os usuários de drogas, arrastões, roubos de veículos, de celulares, acidentes diários, entre outras irregularidades, em disputas territoriais, do cada um por si, sem apelação. Eu, lá de cima, observo todas essas situações no trânsito, da falta de educação massiva de uma boa parcela da população, por aqui, em nosso Município. Tudo isso, sem comentar a crescente movimentação do tráfico de drogas e extermínios, em várias localidades do Rio de Janeiro. Quase fui atropelado por um motociclista em cima da passarela, que se achou com razão sobre a minha reclamação. O Rio de Janeiro é como uma cidade do velho oeste. É terra sem lei, onde a bagunça impera. O desrespeito às normas de convivência e a busca incessante por vantagem individual em detrimento do coletivo são visíveis em cada esquina. Infelizmente, essa realidade parece ser marca registrada em nossa complicada geografia, onde muitas vezes o compromisso com a segurança e o bem-estar comum fica em segundo plano. A falta de infraestrutura adequada, de fiscalização eficiente e a sensação de impunidade acabam alimentando esse comportamento agressivo e irresponsável, criando um ciclo de mudança que esbarra na insegurança e desordem difícil de quebrar. A sensação é de que, a cada dia, a cidade se afunda mais nessa espiral de caos. É muito triste vivenciar essa realidade sem futuro. Tenho pena de meus netos e futuros bisnetos que herdarão essas situações, ofuscando qualquer hipótese de um futuro melhor. O Rio de Janeiro continua lindo, só para inglês ver.

domingo, 26 de janeiro de 2025

Reflexão da minha mente.

Sei que é proibida a chama da incessante paixão que arde em agonia, este meu descompassado peito. Ela, bem Intensa e plenamente avassaladora, sempre ameaçada pela sombra do impossível. Esse amor nasce em segredo, escondido em cantos escuros e momentos furtivos, onde a liberdade é roubada pelo medo da descoberta, pela culpa que se enreda nas almas condenadas ao amor. Há uma beleza amarga nesse poder de afeto. Ele ressurge como uma flor rara, florescendo onde não deveria que simultaneamente, sendo vetado a murchar logo depois, antes mesmo de poder ser totalmente apreciada. Corações entrelaçados, mãos e olhares distantes. Os ventos vieram até a mim. Nele, o seu sorriso, como raio de sol, o seu perfume. Ah, o seu perfume, que não consigo descrever em palavras. Uma lembrança que nunca se apaga, e que se torna porque, mesmo sem querer, continuo a buscar por você em cada lugar, em cada momento. Nos grandes instantes, esses castelos de carinhos que eu suplico, como as ondas incertas do mar, onde minhas palavras não poderão apagar. 

Os rios do amor.

 A convivência das diferenças, mesmo no amor, que geram tensões delicadas. Um homem sereno e misterioso traz consigo a calma da concentração, o sabor das sombras e a profundidade das emoções licenciosas. Uma mulher, a generosidade, a energia, a intensidade e a paixão que se derrama sem medo, que transborda e arrasta tudo em seu caminho. Nesse contexto, penso eu, que as perspectivas do amor, vão ao encontro de forças distintas, que transcendem suas próprias naturezas, mas não de imediato, visto que somente observam-se e aguardam o calor da proximidade, respeitando o tempo de sua própria fluidez. Não há fusão abrupta, mas um processo gradual, onde cada um cede ao outro as distâncias despercebidas, sem exigências de se tornarem iguais. Assim como o Rio Negro e o Solimões, com o tempo, e sem pressa as águas se unem que cria o Amazonas, uma força indomável que segue seu caminho para o mar, mais forte, mais rico, mais profundo do que nunca. E a força do amor em sua mais pura forma, em que a união das diferenças renasce uma nova realidade, mais completa, mais inteira. Entre águas negras, turvas e temperamentais, que lentamente, começam a se unir, criando um novo corpo d'água. Assim é o amor, uma explicação inexplicável. Na letra ‘O negócio é amar’ do saudoso Carlos Lyra, que independentemente de tudo, o amor é um aspecto fundamental da vida humana. Essa magnifica letra sintetiza que o amor não é mera brincadeira. São rios que passam por nossa vida e deixam marcas corroídas.

 

O rei das perseguidas.

Mauro, tido com ‘Don Juan’, assíduo frequentador de prostíbulos e venerado, sem exceção, das infortunadas, por suas atitudes de conquistas em busca de satisfação rápida e descompromissada, sem romantismo, em busca incessante de prazer que não cabia em si. Gabava-se de ser o maior na alcova, sob as luzes vermelhas de cabarés superlotados. Num determinado ponto desses encontros, ele achou no bar uma linda mulher. De início pediu ao garçom uma pedra de gelo. Ao recebê-la, e, ao mesmo tempo, a atirou ao chão, espatifando-a em várias partes. Disse ele que era para quebrar o gelo, num gesto simples de sedução e dominação. No entanto, algo naquela mulher era diferente. Ela não reagiu da forma como ele esperava. Não riu não se surpreendeu, nem demonstrou o mínimo interesse por seu gesto. Em vez disso, ela olhou para ele com uma calma imperturbável, como se já tivesse visto aquele tipo de tentativa antes, como se soubesse exatamente quem ele era e o que ele queria. Seu olhar não era de desdém, mas de uma curiosidade silenciosa, algo que desconcertava Mauro. Enquanto o bar continuava a pulsar ao som da música e das conversas ao redor, Mauro ficou ali, imerso em seus próprios pensamentos, na tentativa de mais um sucesso, que nunca falhara nas investidas. Lá pelas tantas, os dois, como cobra no álcool, em passos trôpegos, seguiram para o abatedouro. Nas preliminares, o que parecia mais uma noite de prazer fugaz, descobriu ele que aquele corpo escultural era um travesti de lábios avermelhados, pronto a se entregar. Irresignado e perplexo com o lapso de cálculo, ele vestiu-se rapidamente e dirigiu-se, novamente, ao bar, a fim de terminar a noite adversa de decepção. Lá encontrou um novo amigo. Um rapaz novo, com falta de cabelos nas laterais da testa e meio esquisito. Beberam praticamente tudo. O astro-rei já raiava e as portas do bordel descerravam-se lentamente. Na despedida, os dois trocaram endereços e nomes. O segundo era Paulo. Mais era mais conhecido pelo mulherio de ‘calo de coxas’. Mais isso, é outra história. Quando as pedras sólidas de gelo são quebradas, descongelam-se mais rápido, o que muda a dinâmica de tudo que está ao nosso redor.

Uma dama e a saudade de um bom vinho.

 Nos prazeres de uma dama, uma porta aberta envolta em mistérios. É como um convite ao destino que são como jardins furtivos, em suavidade dos detalhes, aguardando a ousadia do passo seguinte, nas pequenas sensações que escapam dos olhos apressados. O prazer para ela não está no açodado, mas no que se dá tempo para desabrochar. Para mim, essa dama que é diferente deve buscar novos horizontes e não se sustentar nas paredes construídas, mas nas portas que a ela ousam abrir. Em uma transformação de essências o vinho envelhece e amadurece nas barricas e uma dama carrega no olhar a sabedoria de tantas primaveras vividas. Como o vinho, ela também carrega em si, multiplicidades de experiências. Um prazer de um bom vinho e em boa companhia com gostos preciosos em goles de desejos de conexões verdadeiras.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

A caravana da vida.

A caravana da vida é um símbolo, que nos convida a refletir sobre a jornada que cada um de nós faz ao longo de nossa existência. Assim como marcha, que segue seu caminho repleto de paradas, desafios, encontros e despedidas, as nossas vidas também são marcadas por momentos de aprendizado, superação e transformação. Cada etapa da jornada representa uma experiência que nos molda, nos ensina e nos conecta com o que realmente importa. Ao longo dessa viagem, encontramos diferentes paisagens: momentos de felicidade e conquistas, mas também períodos de dificuldades e obstáculos. Nesse complicado desfile, nós aprendemos que, assim como um viajante, que precisa ajustar seu ritmo, adaptar-se às condições do caminho e, muitas vezes, compartilhar a jornada com outros, também precisa aprender a lidar com os altos e baixos da vida, a ser flexível e a respeitar o tempo de cada um. É claro que não somos iguais. Mas, assim como em um cortejo, estamos sempre acompanhados por outras pessoas. O caminho se torna mais leve e significativo quando somos capazes de fazer boas conexões, em apoios mútuos. Os amigos, a família, os companheiros de rota são os que nos ajudam a atravessar os momentos difíceis e a celebrar os momentos felizes. A vida, nesse sentido, é uma grande travessia coletiva. A comitiva da vida também nos lembra de que, por mais que estejamos em movimento, é essencial saber aproveitar cada momento do caminho, e não apenas esperar pela chegada. Ao longo da jornada, é importante fazer pausas para contemplar, refletir, aprender e, sobretudo, viver com intensidade e gratidão. A chegada pode ser incerta, mas a beleza está no percurso que seguimos, nas histórias que acumulamos e nas pessoas que encontramos. Em suma, penso que na procissão da vida, ela nos convida a estarmos presentes no itinerário, a reconhecer a beleza nas paradas e a sabedoria nos momentos de dificuldades, celebrando a aventura da existência com coragem e esperança. Como a letra de ‘Encontros e Despedidas’. Todos os dias é um vai-e-vem. A vida se repete na estação. Tem gente que chega para ficar. Tem gente que vai para nunca mais voltar. Tem gente que vem e quer voltar. Tem gente que vai e quer ficar. Tem gente que veio só olhar. Tem gente a sorrir e a chorar. Por isso, nós devemos sorrir e agradecer pela vida.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Um carnaval de fantasias em minha vida.

Minhas fantasias foram de pura magia, em trajes de sonhos e desejos. Os meus medos, já não os tenho. São fragmentos que me importaram em alguns momentos. Mas, o avançar da idade, que me disfarçaram de risos e dores, sob os olhares desconcertantes e profundos, em que a fala sem sons, de danças com sombras nos enredos, me fizeram refletir sobre o que a vida, me preservou em desencanto sutil às minhas verdades, com notas mínimas na apuração, sem comissão de frente, sem bateria, descarregada pelo sentimento de perda.  Mil máscaras de amores eu encontrei. São muitas fantasias de um mundo invisível, difícil de alcançar. Em seus trajes de sonho e espelhos, uma me interessou, que dançava na pista em delírios, entre esperanças e temores. Sim, eu tive um amor fantasiado de estrela distante. Um sonho, levado pelos ventos errantes. Era um amor feito de espelhos quebrados, em reflexos de um rosto que jamais encontrei. E nesse enredo sem fim, sem chegada, o meu ‘tic tac’, ainda teima em querer, pois, o impossível, que eu já tenho, não se renova na estrada da vida, o que revigora o exercício das insistências e perseveranças de sempre sonhar em amar.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Alegrias e felicidades.

O sol me despertou do sono profundo de desejos, em alegrias como flores que perfumam a alma. Essas compartilhadas de luzes nos caminhos, como risos aos ventos, aquecem corações, em danças com amigas, em toques sinceros de devoções, que se tornam presentes ardentemente, em imensas felicidades de puro êxtase, mesmo com amores ausentes. Juntas se encontram em pequenos milagres da vida, onde os desenganos em cada esquina abraçam-se em profusões. Na contenção de seu silêncio, sinto as minhas mãos entrelaçadas às suas, em danças de canções apaixonadas acentuadas de finais felizes, que explodem em emoções. Como tempestade em minha vida, surgiu você, mais uma estrela a brilhar que em minha alegria impulsiva, é o que me faz voar. No brilho de seus olhos, vejo um novo segredo escondido, em seu coração. O rubor de seu rosto incógnito se aclara incontido, e você, como verdadeira, pura e serena, se destaca entre as outras. É o reflexo do amor, que nem as estrelas apagam o brilho de seu interior. Sua luminosidade incessante, que me acorda diariamente no delicioso jardim em flor, como ondas sonoras do mar, eu prefiro o seu sigilo, em gesto excessivo do seu silêncio florescer.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

O riso que a letra 'ele' não enxerga.

Nós encerramos o ano com notícias, nada alvissareiras, no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O dólar em alta, inflação sem controle, aumento significativo da violência. A saúde mal das pernas, reprovação acentuada em pesquisas de opinião pública. Enfim, um melancólico governo que reverbera conquistas, como a diminuição de desemprego no Brasil, mas a expansão da informalidade não consta do cálculo do gerenciamento governamental, um quantitativo expressivo de, aproximadamente, quarenta milhões de pessoas vivendo sem a mínima segurança social. A reforma agrária paralisada, muitas mortes de índios que eram atribuídas ao antecessor, sem contar as queimadas que imperaram em todo território nacional. Discutiu-se sobre o pacote fiscal e até agora o próprio Ministro da Fazenda se enrola em explaná-lo, além do cerco da Receita Federal com relação às operações financeiras por PIX e cartões de débito ou crédito, algo que irá impactar aos desassistidos em políticas públicas. Somos a plateia. Choramos rindo em emoções intensas e contraditórias. As fragilidades das condições humanas são visíveis. Em meio a esse cenário, o governo tenta se sustentar nas suas próprias narrativas de conquistas. Vemos que no palco, a política é um enredo de promessas não cumpridas, de dificuldades que se multiplicam, e de um povo que, apesar de tudo, segue tentando encontrar algum fio de esperança no meio de tanto caos. O riso, muitas vezes, surge como uma defesa, mas, no fundo, é apenas uma máscara que esconde a tristeza e a frustração de um país que ainda luta para se reencontrar. O que esperar do governo em 2025? É uma questão cheia de incertezas, mas também de esperanças para uma parte significativa da população. Após um retorno ao poder marcado por um ambiente político conturbado, o terceiro mandato de Lula, agora com a experiência acumulada ao longo de sua trajetória política, pode ser visto como uma tentativa de reconstrução e adaptação diante de uma realidade desafiadora. A primeira grande expectativa gira em torno da economia. O Brasil enfrenta altos índices de inflação, aumento da informalidade no mercado de trabalho e uma crise fiscal que exige reformas urgentes. Embora o governo tenha se esforçado para promover uma retomada da economia, com foco na redução do desemprego, a expansão da informalidade, avança freneticamente. Na área social, espera-se que o governo dê continuidade e amplie programas como o ‘Bolsa Família’ e políticas de inclusão, buscando reduzir as desigualdades sociais que continuam a marcar o Brasil. No entanto, a grande questão será como equilibrar essas ações com as demandas por uma recuperação fiscal, principalmente com a necessidade de cortar gastos públicos e reestruturar as finanças do país. A reforma agrária, uma bandeira histórica de Lula, segue sendo uma área de atenção. Com a paralisia de ações no setor nos últimos anos, há uma pressão crescente para retomar a distribuição de terras e a melhoria das condições de vida no campo. A questão indígena também continua a ser uma das mais sensíveis, especialmente após o aumento de violência e desmatamento na Amazônia durante o governo anterior. A expectativa é que o governo de Lula programe políticas de proteção ambientais mais rigorosas, com foco na preservação da Amazônia e combate ao desmatamento ilegal. Em relação à segurança pública, o aumento da violência é um dos maiores desafios que Lula terá pela frente. Com a falta de uma solução clara para o aumento da criminalidade e a crescente insatisfação da população, as políticas de segurança precisam ser repensadas, equilibrando os direitos humanos e a necessidade de eficiência no combate à violência. Outro ponto relevante é a gestão das questões fiscais e tributárias. A proposta de reforma tributária, ainda em discussão, precisa ser resolvida, pois, impactará diretamente as finanças do governo e a capacidade de arrecadação. A reforma tributária é vista como essencial para resolver a distorção no sistema e promover uma maior justiça fiscal. Por fim, o governo Lula, em 2025, terá de lidar com a polarização política e a pressão constante de setores da sociedade, com desafios tanto dentro quanto fora do país. A comunicação e a capacidade de dialogar com diferentes forças políticas serão fundamentais para garantir a governabilidade e as importantes concretizações de reformas necessárias para o Brasil avançar. A população espera por soluções concretas que melhorem suas condições de vida, ao mesmo tempo, como o governo enfrentará um cenário econômico e político mais complexo, exigindo uma liderança capaz de unir o país em torno de um projeto de crescimento e justiça social. Creio que o equilíbrio entre as expectativas populares não são suficientes para tal façanha. Entre o sucesso e o fracasso, o governo deverá se equilibrar nessa corda bamba, de forma pragmática e eficaz, para que o público enxergue suas iniciativas que poderão exaurir-se no picadeiro de Brasília, sem choros e risadas desconcertantes, nas infelicidades da governança que se encontra em cheque no xadrez das dúvidas e probabilidades.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Brigas, nunca mais.

Eu estou cansado de berros, silêncios e tropeços, dos destroços, de belos momentos.

A minha dor já não sabe onde a minha alma se encontra, perdida entre ecos de discussões sem sentido.

Que em cada desentendimento, um abraço se erga com perdão, que aliviem nossos corações.

Cada minha palavra afiada como fio de navalha, rasgando a tolerância mais funda do que eu gostaria, já não quero mais. Não quero mais ferir nossos sentimentos. Agora só a bilateral harmonia interessa.

Eu quero curar, construir, recompor o que a raiva já quebrou.

E que, no lugar dos embaraços que nos distanciam, possamos dar passos firmes em direção à reconciliação.

Quero o enlace que apaga o grito, como também o perdão que apaga a dor.

Em suspiros de amores, sutis e profundos, compartilhados sem o som, a serenidade das paixões perdidas, escondidas em gestos discretos, os sonhos de nossos mundos.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Deixe-me entrar.

Deixe-me entrar nessa tua floresta quase intransponível, onde eu sempre procurei realizar meus sonhos, no qual tuas enoveladas mechas, mescladas de preto e branco, me enchem de prazer de dias extasiantes, como galhos e sombras que guardam segredos. Deixe-me perder em teus labirintos em silêncio, com balbucios meus de indecências aos teus ouvidos. Quero sentir-te pulsar em minhas veias, como terra sob meus pés trôpegos de amor. Quero beber e alimentar-me do orvalho que teus lábios de mel adormecidos em favos desconcertantes como escondidos entre galhos que teus segredos e sombras guardam mistérios. Nessa minha vontade insaciável de desvendar a imensidão que vive em ti, como chuva que invade, sem pressa, mas com força para ficar. Quero entender o silêncio das tuas noites, das tuas memórias. Deixe-me entrar na tua vida. Não, para ser o dono dela. Mas, para aprender com tudo como uma dança, em celebração da confiança compartilhada e alegrias multiplicadas.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Eu, o jacaré e a solidão.

Por um descuido, em uma noite enluarada, meus grandes olhos me denunciaram. Os caçadores. pularam na água com muita impetuosidade. Tentei dar o giro da morte, com a isca lançada ao lago, sem sucesso. Um tiro acabou com a minha força esvaída em sangue, no abate comercial, em busca de lucros. Dali, eu fui preparado, como uma iguaria especial, o meu couro, com sua durabilidade e aparência exótica, um produto valiosíssimo, transformado em bolsa, sapatos e acessórios. Vendido para várias grifes internacionais, protegi os pés de pessoas ilustres e famosas, para novas caminhadas. Um novo ciclo de renovação. O meu símbolo de poder e resistência, e a superação de desafios, foram testados e infelizmente, encurtados. Enfim, nesse mundo interconectado, onde as ações humanas têm consequências profundas sobre outras formas de vida, gerou novamente um impacto negativo no meio ambiente. Hoje, enfurnado em uma velha caixa de papelão, entre outros calçados, sujo, desgastado e um pouco rasgado, em marcas permanentes da minha vida, em prantos e agonia sufocada. O couro, uma vez macio e firme, agora parecia rachado, como se o tempo tivesse se infiltrado nas suas fibras e o feito envelhecer de forma irreversível, sem falar no abominável cheiro, entre mofo e poeira. Por fim, a verdadeira beleza de um sapato não está em sua aparência, mas na jornada que ele percorre. Assim como ele, ainda tenho muito caminho pela frente. Conforme a última estrofe “do famoso Roupa Nova”, a verdadeira beleza de um sapato não está em sua aparência, mas na jornada que ele percorre. É só você me calçar, que eu aquecerei o frio dos seus pés. Basta você iluminar meus olhos no lago da esperança. Lá estarão abertos às novas sensações e destemidos de perseguições, com giros de paixões.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

O que eu vivi, na passagem peremptória da minha vida.

Hoje, eu resolvi falar de mim. Caminhei por estradas tortuosas. Desde cedo, enfrentei desafios pessoais significativos, que me serviram de alerta e ótimas oportunidades de crescimento. Desde a infância, percebi que as dificuldades não eram obstáculos, mas sim pontes para o meu desenvolvimento. Em vários momentos da vida, enfrentei situações que me forçaram a sair da zona de conforto e várias tentativas de buscar soluções criativas e resilientes. Comecei cedo a labutar com carteira de trabalho de menor de idade, Sempre procurei seguir meus instintos. Trabalhei em algumas boas empresas, mas sempre procurando dar o máximo de mim, ao longo da minha jornada de revés e conquistas. Mas o que mais me motiva não são apenas as vitórias, mas as lições que as experiências me trouxeram. Ao superar os desafios, descobri minha capacidade de adaptação, minha inteligência emocional e a importância de ter uma visão positiva diante das adversidades. O que aprendi com isso é que a verdadeira força está em persistir, mesmo quando o caminho parece incerto. O início de minha trajetória foi em uma empresa farmacêutica, no centro da cidade. Dentre tantos candidatos, perfilados à procura de emprego, eu fui o escolhido, pela minha espontaneidade e tranquilidade de responder com sinceridade as perguntas formuladas pelo chefe de recursos humanos da empresa. Naquela época, o racionamento de luz imperava no Rio de Janeiro e demais capitais, e o meu trabalho consistia em entregar cartas do setor de compras. Eu subia e descia todos os dias às escadas dos prédios, para entregar as propostas de compras, e infelizmente era contemplado na hora do corte promovido pela Light, no que me resultou algumas varizes. Mais tarde, eu fui promovido para controle de estoque de remédios e perfumarias no setor de expedição de mercadorias. Lá eu fiquei por pouco tempo. Observado pelo pessoal da contabilidade, eu fui promovido por aquele setor e a minha tarefa inicial era arquivar os comprovantes de pagamentos e controle dos pedidos de funcionários. Mais tarde, eu fui transferido para o setor de faturamento. Lá, eu aprendi a calcular mapas de custos, vendas, impostos federais e municipais, balancetes e imposto de renda da empresa. Saí de lá em 1977, no auge da carreira como chefe de setor. Na tentativa de ajudar o meu finado pai, que ganhava pouco com a sua aposentadoria, nós adquirimos um bar e mercearia, para uma nova experiência no comércio. Essa empreitada não deu certo. Nós trabalhávamos duro, todos os dias sem exceção. Fomos obrigados a vender o estabelecimento, por conta de frequentes assaltos em nosso trabalho. De lá, eu fui trabalhar em uma fábrica de galões e baldes para empresas petrolíferas, em São Cristóvão, também no setor de contabilidade. Lá eu exercia a função de chefia de faturamento de equipamentos e serviços correlatos à plataforma de petróleo. De lá por intermédio do amigo Ulisses, eu fui trabalhar em uma empresa de prospecção de petróleo, no centro da cidade. Nessa ocasião eu fiz a inscrição para o concurso do BNH, e fui aprovado. Dois anos depois eu tomei posse no Banco. Em 1986, o presidente Sarney extinguiu o Banco e todos os funcionários transferidos para a Caixa Econômica Federal. Sou casado, tenho quatro filhos, cinco netos. Sou feliz. Como disse, eu reverbero as oscilações da minha trajetória de vida, que eu considero resoluto às minhas expectativas, resumidas neste pequeno texto com a simplicidade que Deus me deu em conseguir meus objetivos, pronto para novas conquistas nesse incessante girar de mundo, enquanto vida eu tiver.