quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Não quero mais sofrer

Não quero mais sofrer.
Chega! Quando você foi embora, eu fiz uma promessa.
Trancafiei o meu coração e joguei no abismo essas chaves sem cópia.
Fiz suas malas. As lembranças! Acondicionei-as uma por cima da outra e delicadamente coloquei também os nossos passatempos e os grandes momentos de nossa vida.
Sem refletir você jogou tudo fora, pôs tudo perder.
No jogo do amor há regras a serem cumpridas.
E nesse jogo a sorte não nos sorriu.
Saímos perdedores dessa relação.
Nem eu nem você conseguimos suportar o brilho de nossos olhares.
E o destino mais uma vez me fará fugir.
Lugares que ainda não conheci me aguardam.
Independente do que vier.
Um novo amor deverá surgir para você em nova estação.
Porque haverá muitos verões que encontros e desencontros se confrontarão.
E eu aqui no meu cantinho, descobrirei cada vez mais que se o amor não for de verdade, a nostalgia desse tempo não me fará mais sofrer, porque eu quero só viver.
Sentimentos os ventos levam.
E quem sabe um novo amor encontrar, para dissipar de vez esse dissabor.
Porque esse nosso amor de inverno, foi um verdadeiro inferno.

Mensagem do Papa Francisco

Segue abaixo a linda mensagem do papa Francisco para o mundo. E que todos nós reflitamos os sentimentos natalinos, independente de credo ou religião.

O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor. Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma. O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida. Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida. Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne. A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros. Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor. A estrela-guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor. Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos. A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior. O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano. O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos. Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício. A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado. Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo. Um muito Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Lembranças de festas natalinas


É bom recordar as esperadas festas natalinas. Lembro-me que quando criança meus irmãos e eu ficávamos alegres com o mês de dezembro, por duas razoes: Primeiramente o resultado das provas finais que sempre saíam na primeira quinzena e de acordo com as notas, o povo já ia para a galera em alusão ao seu “boneco”, da Escolinha do professor Raimundo. Meus irmãos e eu  nunca fomos reprovados e sequer ficávamos em segunda época, portanto íamos brincar. Mas reportando-me as festas de fim de ano, fazíamos um grande alvoroço com a armação da arvore de Natal em nossa casa e também na casa da vovó Lucia. A árvore da vovó era maior que a nossa, com varias bolas e muitos penduricalhos. O meu avô Agenor colocava o setenta e oito rotações na vitrola e ouvíamos muitas e repetidas vezes as musicas de Natal. Lá em casa quando a mamãe descascava o abacaxi, eu tinha o cuidado de lavar um vidro e colocava as cascas junto com agua e enterrava a garrafa por trinta dias. Depois desse prazo eu retirava a garrafa da terra e fazíamos uma festa com o líquido fermentado, já no mês de janeiro do ano seguinte. No Natal recebíamos vários presentes em especial aguardávamos o do Tio Haroldo, funcionário do Banco do Brasil, portanto com o poder aquisitivo maior, e que esperávamos com muita ansiedade. Graças a Deus a nossa ceia era completa, mas o mais importante era o valor de família que nos unia cada vez mais. Agora todo o dia 31 de dezembro, tínhamos que disputar no “par ou impar”, para acompanhar a minha avó que era presença constante no almoço de aniversário de sua irmã Guiomar, que morava em Marechal Hermes, bem próximo ao hospital Carlos Chagas. Como eu não tenho muita sorte em jogo, algumas vezes era obrigado a acompanhar a minha avó nesse evento. Lá não tinha criança, então eu ficava sozinho no portão vendo os ônibus, carros e ambulâncias passarem, e ao mesmo tempo rezando para que a minha avó retornasse, porque íamos e vínhamos de lotação que demorava a chegar no ponto e eu ainda queria soltar pipa, aproveitando um pouquinho do resto da tarde. À noite tinha novamente o encontro de família, dessa vez com amigos de meus pais e avós para o tão aguardado rompimento do ano. O que era penoso para mim, hoje é saudade.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Perdão

Você me perdoa...
Eu não consigo ficar longe de você...
Nunca mais baterei a sua porta para implorar o meu perdão...
Eu juro que esse é o meu ultimo pedido...
E nessa dor que em meu peito invade...
Fico subjugado a um só pensamento...
Desespera-me cada vez mais...
Eu sei que errei, peço-lhe desculpas...
Desculpe-me por eu ter tido esses sonhos...
Desculpe-me por sofrer junto com você...
Agradeço muito por você estar presente em minha vida...
Onde quer que você esteja...
Em todos os meus caminhos...
Se você for embora, eu sentirei a sua falta...
Mas só você me traz felicidades...
Perdoa-me mais uma vez “saudade”.

Amor sem limites

Sempre foi assim ou será o meu fim?
Quando eu me aproximo você foge.
Quando eu a persigo, você se esconde.
Quando eu a vejo, você vira o olhar.
Quando eu tento falar algo, você finge não me ouvir.
Se eu mudasse de tática, talvez você me correspondesse.
Se eu pudesse vê-la sorrindo, mesmo zombando de mim.
Melhor seria esse sonho continuar assim.
Se eu ao menos tivesse uma resposta ou uma palavra amiga.
Talvez eu acalmasse os meus sentimentos.
Mas não, o destino não bateu a minha porta.
Você partiu. Partiu também o meu coração.
E eu nunca saberei dizer se essa desilusão.
Foi tudo para ser assim.
Só sei dizer que agora me resta sonhar.
E quem sabe um dia.
Este grande amor recordar.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Sorriso ao amor

Sorrio quando choras.
Sorrio quando me agrides.
Sorrio quando gritas.
Sorrio quando te apavoras.
Sorrio quando cantas.
Sorrio quando te enervas.
Mas se sorris quando me distraio.
E sorris também quanto a meu choro e canto.
Encanto-me cada vez mais e sem tristeza.
Que esse amor em nós vem das profundezas.
Que risos nenhum hão de separar.
E quando sorrirmos juntos por esses comportamentos.
Este nosso grande amor sempre será argumento.
De um novo sorriso a reclamar.
E o infinito amor do meu sorriso.
Fá-lo-á acalmar.

Marcha do Apoloca


MARCHINHA EM HOMENAGEM AO MEU FILHO CAÇULA AUGUSTUS.



                                         MARCHA DO APOLOCA



ÍNDIO VIVE NA OCA.

EU MORO COM O MEU APOLOCA.

ÍNDIO VIVE NA OCA.

EU MORO COM O MEU APOLOCA.

NÃO VEM QUE NÃO TEM.

NÃO VEM QUE NÃO TEM.

O APOLOCA É MEU NENÉM.

NÃO VEM QUE NÃO TEM.

NÃO VEM QUE NÃO TEM.

O APOLOCA É MEU NENÉM.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Esmolas em sinais

Outro dia, passando pela rua, vi uma criança no semáforo pedindo esmolas. Ao fundo, tinha uma mulher sentada com uma garrafa de cerveja sobre a mesa. Assim que o sinal abriu a criança saiu correndo em direção à mulher, na mesma calçada, e a entregou o dinheiro amassado juntamente com moedas. Já eram doze horas e eu me perguntei: Será que aquela criança frequenta a escola? Estaria aquela criança com fome? Homens e mulheres indiscriminadamente usam crianças para pedir esmolas às pessoas, que sensibilizadas com a chegada do Natal cometem esse erro que não ajuda em nada para acabar com essa prática perniciosa. Eu estacionei o meu carro em uma rua próxima e fui lá conferir, pois com a chegada do fim de ano e férias escolares, cresce a demanda de trabalho para os pais e folga para as crianças. Em alguns casos alguns preenchem os seus tempos com atividades informais, outros levam os pequenos para as esquinas onde há grande fluxo de carro com um único objetivo: pedir esmolas. Perguntei ao menino o que ele fazia naquele cruzamento sozinho e obtive a confirmação que a senhora que estava ao longe bebendo cerveja era a sua mãe, e que ela não permitia conversa com estranhos para não atrapalhar a atividade e pasmem a criança estava sem estudar a cerca de dois anos. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, os responsáveis pelos pedintes não seguem a lei conforme os artigos abaixo:
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Seria muito bom que as leis nesse país fossem cumpridas.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A diferença entre Mariana e Brasília

Coitados dos moradores que perderam tudo, lá em Mariana. Perderam famílias, perderam as preciosas lembranças de ente queridos. Perderam as suas identidades. Mas uma coisa o povo não perdeu. “A fé”. Toda a lama foi para o mar, e nos escombros com máquinas e cães farejadores ainda continuam a encontrar corpos. Enquanto isso lá em Brasília, a lama avança lentamente. Todos os dias, assistimos os noticiários envolvendo alguns dos poderes constituídos nessa perversa ideia de dilapidar ou subtrair o erário público. A polícia federal farejando passo a passo o dinheiro da corrupção tenta deslindar esse ninho de maracutaias que se alinham com essa corrente dos envolvidos, e a cada dia encontra uma intromissão com relação aos réus da lava-jato. Assim como os habitantes de Mariana, eu não perdi a fé. A lama que hoje se hospeda em Brasília não tem hora para escoar. Desejo que o judiciário encontre os verdadeiros culpados e que eles também percam todos os seus valores materiais e monetários devolvendo ao nosso patrimônio o que foi tomado. Lá em Mariana a lama seguiu para o mar e em Brasília, em breve, lentamente, para o Paranoá.

sábado, 28 de novembro de 2015

"Haja tempo"

O meu tempo não sei onde anda.
Eu seguirei o meu destino sem esperá-lo.
Sem contratempos, os tempos perdidos serão recuperados.
Por isso não perco tempo.
Não tenho tempo a perder.
Só me resta contemporizar.
Que em qualquer tempo da minha vida, levará tempo para o tempo me levar.

                                                                      

" Brasil! Absolutamente verdade!"

Quem disse que tem a verdade absoluta, pode absolutamente não ter com precisão a informação da verdade. Pode ser que na verdade nada é incondicionalmente certo, mas não é verdade que todas as afirmações são semelhantemente presumíveis. Aqui no Brasil estamos nessa situação. A verdade e a mentira caminham juntas. E nesse enigma em que nos encontramos, acreditamos nas mentiras e verdades de nossos políticos.  Não havendo claridade nas informações em delações premiadas, e defesas convictas de réus investigados, seguimos na escuridão sem perspectivas de encontramos uma luz nesse longo túnel em que nos encontramos. Mas eu sempre acredito na verdade. O tempo ainda será o senhor da razão, mesmo que ela não seja totalmente absoluta. Se o judiciário obtiver uma  enxurrada de informações, será provável que encontre um pingo de verdade. "Verdade absoluta".

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Praça Seca não tem lágrimas para chorar.

 Quando éramos crianças nós costumávamos a  ficar ao pé da jaqueira, uma árvore grande e copada, em frente à casa do senhor Antônio empinando papagaio, principalmente em função das correntes de vento que nos eram favoráveis, além de ficarmos à sombra, muitas vezes do sol escaldante. Todos nós brincávamos alegremente e notadamente eram visíveis os confrontos em virtude de “cortes” de pipas, com algumas reclamações de quem havia perdido o brinquedo. Mas isso fazia parte do contexto. Se a pipa estivesse ao sabor do vento, logicamente se praticava o “cruza”, termo usado na minha época para cortar as linhas das pipas, e na maioria das vezes linhas com “cerol”, hoje acertadamente com a proibição da venda do produto. Às tardes como de hábito íamos à várzea praticar o futebol. Lá também às vezes, por entrada desleal de companheiros adversários as brigas ressurgiam. Em nossa residência não havia água encanada. Éramos obrigados a retirar água de poço, para beber, cozinhar, lavar e limpar. Imagine uma família com nove integrantes naquele momento, depois, nasceram mais dois irmãos, mas a situação já estava sob controle em relação à água. Apesar disso, a minha infância, e acho que as de meus irmãos, foram muito boas.
Morávamos em Jacarepaguá, num lugar tranquilo, situada na Praça Seca, onde todos se conheciam. Hoje eu tenho um imóvel bem próximo aonde fomos criados. E lamentavelmente só escutamos tiros de fuzis, traficantes fazendo vendas de drogas através de motos, assaltos à luz do dia, mortes, imóveis com varias marcas de balas de vários calibres, pessoas totalmente desconhecidas e mal encaradas.
O mundo mudou. Inclusive as pessoas. Infelizmente a nossa Praça está “Seca” de policiais, e raramente presenciamos agentes da lei em nossa rua, que outrora fora uma das melhores do meu bairro, como as demais de quase todo o bairro.
Que saudades da minha infância! 

sábado, 21 de novembro de 2015

Saudade e lembrança

A saudade é eterna companheira da lembrança. Então me digno a lembrar dos tempos de criança. Da minha infância muito boa com muito trabalho e divertimentos. Lembro-me da ida ao armazém do Zeca, quase sempre às seis e meia da manhã, para comprar dois litros de leite, vendidos em recipientes de vidro. Às vezes eu preparava o café da manhã, em seguida, após tomá-lo, eu partia para a escola pública Evaristo da Veiga, cuja diretora era a dona Iracema do Carmo Valente, que exigia dos alunos pontualidade para o hasteamento da bandeira brasileira. Sagrado também era passar na casa dos meus avós, toda a vez em que eu retornava da escola. Lá, era raro eu não fazer um lanche, e em seguida eu me encaminhava para a minha residência, a cerca de dez minutos do local em que eu estava. Depois do almoço, tinham os deveres de casa, que eu chamava carinhosamente de “parolar”. Após os afazeres domésticos, restava o futebol, sempre à tarde, que era obrigatório, e todos os dias, independente do tempo, e na maioria das vezes com o consentimento de minha mãe. À noite, algumas brincadeiras com os amigos, que não eram virtuais. E depois disso tudo, eu me preparava para dormir, e no dia seguinte, refazia os caminhos que a mim foram destinados. Mas eu não considerava isso monotonia, porque a cada dia era um aprendizado. Na escola, nas brincadeiras, e nas descobertas que continuo adquirindo, exercitando novos conhecimentos, até os dias de hoje.

Vale a pena ter lembrança com saudade!

Nunca mais

Nunca mais seguirei os teus passos.
Sem meus abraços tu vais perceber.
Que a minha alegria é a de te esquecer.
Quando me avistares na rua.
Finjas que não me vês.
Porque a tua presença, para mim sempre será desapercebida.
Despercebidas também serão as tuas mãos, que tentarão tocar em meu corpo.
Sentir-te-ás frígida a minha pele.
Descrevo a ti minha forte e profunda emoção.
E tu saberás o gelo que carrego em meu coração.


Aos nossos pais José e Moema



Na estrada da vida, caminho sem saber se retornarei. Sigo os meus passos freneticamente, mas não consigo alcançar os obstáculos. Com esses percalços, de início pensei que fossem naturais, mas não, são estas lembranças aqui dedilhadas no teclado que me fizeram pensar e anotar as vidas de meus pais: pontilhadas de superações, alegrias, tristezas, esperanças e, sobretudo do entendimento mútuo que conservaram até os seus derradeiros dias. Obrigado, “José e Moema”, pelas orientações dedicadas a nós, pela competência em administrar as nossas vidas, enquanto pequenos, pelo entendimento de discernirmos o certo e o errado, pela orientação espiritual, pelos ensinamentos simples de compreender que as nossas necessidades deveriam ser supridas pelo trabalho e muita dedicação. Lembro-me que com o meu “pequeno” e primeiro salário mínimo, comprei uma enceradeira para a minha mãe. Aquele ato me deixou muito orgulhoso. As lembranças para mim não são barreiras, as intransponíveis sim. Elas me deixam inquieto, risonho, tristonho, detalhista, conservador.
Hoje ao acordar, ao longe, vi um canário cantando e percebi que a vida é bela. Esse canto poderia ser a definição do que foram as vidas de nossos pais e o que eu considerava impossível, aconteceu. Venci. Desobstrui o que me impedia passar. Quando eu não estiver mais entre os vivos, retornarei e cantarei seguindo ao infinito acreditando que voarei sobre os empecilhos, como nossos pais nos transmitiram através das suas orientações, e quem sabe trinando agradecido a José e Moema, pelo o que hoje somos. Seus filhos: Alice, Candido Alberto, Angelo José, Marco Aurélio, Almir Roberto, Angela Moema, Ana Cristina, André Luiz e Telma.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tempestade

Você agita o meu coração.
Que atormenta minha vida nessa canção.
Sentimento que bate é alguma razão, de escolher.
Quando a vejo desfilar na avenida.
Ao longe observo o seu corpo esguio.
E sob o batuque do samba sincopado.
Minhas veias palpitam e com os olhos marejados.
Enxergam os seus cintilantes de amor.
Com a exuberância do seu corpo.
Que se aproxima de mim pouco a pouco.
Um repique descompassa as minhas batidas.
Explode o meu peito, com a força do amor.

Sempre a responder o inverso da dor.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Podem me prender

A necessidade de argumentar uma opinião não carece respeita-la. Caso contrário eu estaria fazendo parte de um presépio, num gesto de aprovação. Agora é imprescindível o respeito ao seu direito de opinar. As pessoas são distintas de ideias.
Vemos nas redes sociais várias interpretações sobre artigos veiculados na mídia. Em diversas opiniões, algumas absurdas e outras tantas evasivas. Normalmente, me pego cantando a letra interpretada por nossa eterna Nara Leão. Era um direito dela não mudar a sua vontade. Acho que a sua convicção pode ser propalada ao universo. Por isso não entro em redes sociais, porque muitos não têm a consciência do que dizem.
Mas sempre acolherei o seu direito de opinar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sobrevivência

Sentado em frente a minha janela, vislumbro a imagem do Redentor de braços abertos parecendo dar-me proteção. No entanto nesta selva de pedra em que resido, reluto acreditar que haja tanta violência. Assim cercado em uma prisão 3x4, sou obrigado a assistir impassível a covardia diária a cidadãos que cumprem suas obrigações e deveres nessa sociedade que se encontra sem regras e aplicações das leis.
Suportar esta situação é o segredo da “sobrevivência”, pelo menos aqui na nossa Cidade Maravilhosa. Isto configura que o nosso Estado está falido, gerando incompetência nesse processo. Notadamente somos uma população assustada e neurótica, submissa a impunidade e ao aviltamento que na realidade são corresponsáveis os nossos políticos demagogos que de quatro em quatro anos tentam renovar a esperança praticamente inexistente na maioria da população.
Ainda em frente a minha janela, assistindo a subida e descida do Bondinho do “Pão-de-Açúcar”, vejo que a doce vida que poderíamos desfrutar é alheia a nossa vontade.
Toda mudança só dependerá de nós mesmos, portanto devemos sempre escolher melhor os candidatos. Pensem nisso.

Sonho merecido


Eu nunca pensei que fosse assim.
Você sempre foi alegre, me tratava tão bem, e com certeza me amava como também a amo.
Eu corri com o tempo, tentando penetrar nessa pretensa escuridão em que você se encontrava.
De repente eu a vejo distante, como uma luz no fim de um túnel.
E na diagonal em que eu me encontrava, eu a via na tênue penumbra.
Com a sua boca balbuciando, insistentemente, eu ouvi que iria me deixar.
Fazendo gestos com as duas mãos que se entrelaçavam com seu véu.
E lá descubro que você não está só.
A princípio me desconcentrei e chorei.
Havia alguém com você. Fiquei mais calmo e reparei uma aura em sua frente.
Percebi que você um dia havia me falado.
Que até nos sonhos seus. Só haviam olhos para Deus.
Ela sacudiu-me e gritou: “Meu Deus, o que está havendo”!
“Acorde meu amor”!
E com um lenço as minhas lágrimas enxugou.
Eu sussurrei: “Pensei que eu a tivesse perdido”!
Ali notei que devemos sempre ouvir  e falar a Deus.
Porque um homem sem fé.
Não tem capacidade para amar a uma mulher.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O Brasil acordou?

Os brasileiros acordaram! E as vistas que estavam remeladas, pararam de chorar. O que se viu nesses últimos dias foi inimaginável aos olhos e ouvidos dos políticos brasileiros. É bem verdade que assistimos cenas de vandalismos com alguns poucos furiosos e também desanimados com o desempenho das elites políticas de nosso país. Por outro lado, a truculência de policiais como sempre, despreparados para essa ação. Mas prevaleceram as manifestações pacíficas. Os brasileiros estão fartos de promessas que não são cumpridas, da elevada cobrança de impostos para a nossa sociedade, sem retorno plausível para o nosso bem estar, razão pela qual, desencadearam essas manifestações. O que determina a consonância entre eleitos e eleitores, são as participações ativas de projetos de políticas públicas que se adéquam aos direitos civis e constitucionais dos indivíduos. As medidas impopulares nunca são bem-vindas, principalmente medidas aviltantes como aumento de tarifas de ônibus. Se o governo federal já havia desonerado os combustíveis e outros custos inerentes ao transporte, quais seriam os motivos para o aumento? Não adianta também transferir esse aumento que foi cancelado para compensar em outra área. Precisamos valorizar a saúde pública, transporte, educação, segurança pública, etc. Nesse papel os governos federal, estaduais e municipais estão coesos, ou seja, não fazem nada ou pouco fazem em detrimento aos interesses do povo. Nessa mesma linha estão os poderes legislativos e judiciários que não se mexem para reformular as nossas velhas leis que permitem impunidades, corrupção, etc. No que tange ao novo pesadelo com a volta da inflação, vimos todos os dias os aumentos substanciais de gêneros alimentícios, vestuários, serviços e etc., sem que houvesse alguma intervenção dos nossos mandatários, alegando que eram fases, e que os aumentos por si só estancariam em breve e que estariam tomando providencias para estabilizar a disponibilidade interna. O que não ocorreu até o momento. O despertar desses jovens ganharam espaço em todo Brasil em virtude das descrenças com os políticos acostumados a desrespeitarem os cidadãos que trabalham mais, ganham menos e são descontados na fonte de seus impostos, sendo assim alijados de quaisquer benesses governamentais. Quanto aos gastos esportivos, não houve um plebiscito para saber o que o povo precisava naquele momento, e mais uma vez foram à Suíça e acertaram que a copa do mundo e as olimpíadas seriam realizadas no Brasil. A FIFA por sua vez obrigou ao nosso governo a reformulação e construção de arenas esportivas, onde foram gastos até agora valores expressivos com recursos mal aplicados. Algo em torno de R$ 30.000.000.000,00 (trinta bilhões de reais) Após a conclusão de alguns estádios, muitos jornalistas reclamaram dos dispêndios, mas as efetivas reclamações emanaram das ruas, vieram do povo. Fala-se em reforma política, mas nenhum partido se posiciona a respeito. O recado vindo das manifestações deixaram os políticos perplexos. Eles colocaram o aparelho de surdez nas orelhas e agora passaram a ouvir as ruas. Os manifestantes, exercendo os seus direitos dentro de uma democracia, farão uma pausa para avaliarem os rumos que tomarão diante do discurso da presidenta Dilma. Será que o Brasil acordará de vez ou ficará na madorna, aguardando novos desmandos de nossos comandantes.

Voto infernal

Do alto do cortiço vejo fumaças brotando das telhas e uma tênue brisa corre em meu rosto umedecido pelo suor. Fico a imaginar que os abastados fechados em seus lares desfrutando dos seus 18º graus não pensam como o indivíduo em condição subumana vive ou teima em viver, convivendo com esgotos, mosquitos, ratos, falta de água, falta de luz, e principalmente falta de uma solução de nossos governantes. Para nós, que estamos na base da “pirâmide”, agregados a uma dura realidade que consumidos à exaustão, tentamos de quatro em quatro anos recuperar o fôlego para mais longos períodos de sofrimentos e dor. Mesmo aqui onde o Redentor de braços abertos tenta nos proteger da violência, somos aviltados por alguns políticos que se beneficiam de seus cargos, para participarem de barganhas, se deixando corromper em troca de alguns benefícios em prol de seus mandatos. A nós só resta à brisa, que às vezes passam em nossos corredores, torcendo para que não haja incêndios em nossos barracos, se resignando com essa estrutura conhecida por todos, no aguardo de um milagre. O milagre da igualdade social, que aguardamos com paciência. Vontade política é o desejo de todos, mas a maioria aprovam os projetos de acordo com a sua conveniência e não pela própria vontade. A minha arma é o voto. Com ele eu posso liquidar essa famigerada corja da política brasileira que só pensam em enriquecimento ilícito e negando aos pobres um direito digno de sobrevivência.

 

José dos Santos, o que contava aos filhos

Não fui militar, eu era um simples funcionário público, como muitos outros, mas não sei por que terminei na Capitão.
Machado era o nome dela, mesmo assim, o meu santo não ia com o dela, enfim eu não gostava dela. Tudo que sei, é que nunca ostentei títulos da realeza e nem tampouco militares, mas eles me perseguiram até o momento do desfecho, mas de alguns eu até gostei. Menezes era bom. Foi onde iniciei a minha trajetória, conquistando juntamente com a minha família, a independência tão sonhada, pois, após o casamento eu morei com a minha mãe Lucia, e deu para guardar um pouco de dinheiro, para comprar um modesto terreninho nas imediações da Praça Barão da Taquara. Comprei com um parceiro com o nome de “Job”, ele era esperto, mas creio que não era chegado ao trabalho. Por isso deram-lhe esse nome. Lá, no 139,  na Doutor Carlos Gross, foi o meu pé de coelho. Com a ajuda de meus amigos, em especial a de “Zezé molequinho”, ergui a minha casa para a acomodação da minha numerosa família, eu era feliz e não sabia. Geralmente, eu sentava no meu cantinho predileto da varanda e passava várias horas, absorto e pensando nos meus desejos realizados e sempre sonhando em conseguir melhorias para todos, entre uma tragada e outra, acompanhando os caminhos da fumaça em busca de novos horizontes. Lembro-me de que nos fins de semana eu era brindado com a visita do meu irmão Haroldo, para almoçarmos aquela deliciosa galinha assada, preparada por Moema. Muito antes disso, perdi uma das vistas num acidente doméstico. Lutei bravamente e mesmo assim não esmoreci e consegui criar meus nove filhos, sempre acompanhado da minha incansável esposa, Moema, na base de “melhores dias virão”. Um acontecimento me marcou, quando fui ao necrotério entregar mais uma vítima da morte, na função que era delegada a mim. O cidadão estava na maca inerte e movimentava o dedão do pé. Agora não me lembro de se foi o direito ou esquerdo. Corri apavorado e perguntei ao médico se haveria a possibilidade dele estar vivo. O guardião da vida informou-me que ele de fato estava morto, usando termos técnicos para aquela situação. Aí, sim, tive medo da figura que assusta principalmente as crianças com a foice na mão. E essa visão me acompanhou por muitos anos, sendo comentada em toda a minha existência aos parentes mais próximos. Os meus jalecos, bem passados e na cor alva, deixavam os pacientes intrigados. Ora me chamavam de doutor, ora de senhor, mas no fundo eu era administrador. Embora esse assunto seja “dispensário”, o meu grande companheiro Conceição, com seu modesto caminhão. Ele me quebrava alguns galhos e às vezes, me transportava de jipe do hospital Dispensário Carmela Dutra, uma prerrogativa da minha função, às vezes do trabalho para casa ou de casa para o trabalho. Na Candido Benício, minha estada foi obrigatória, tanto que estive lá, por duas vezes. Na Bernardino, eu era “doutor”, e minha especialidade “guloseimas”. Com o passar dos tempos, e sempre buscando uma melhor tranquilidade para a minha família, mudei de ares. Estive na Dona Clara e Travessa Carlos Xavier, onde adquiri outro imóvel, mas por adversidades que a vida nos impõe, tive que vender. Enfim, Madureira não me trouxera boas recordações. Com barões me empolguei e lembrei-me dos meus tempos de menino. Na Rua Bom Retiro, eu vivi algumas apreensões, mas eu não achava nada mal morar lá. Estive também na Nelson Cardoso, Godofredo Viana, Coronel Tendim e consequentemente onde foi o meu fim. O tempo passou num passe de mágica, meus filhos cresceram quase todos se casaram me deram netos e estes, bisnetos. E só um filho permaneceu com o que restou. Com muitas ferramentas que usei, lembro-me de duas que não trabalhei, porque eu não gostava. E tudo aquilo que construí, se tornou um paradigma. No entanto, a minha vida ceifou. A foice e o machado, definitivamente tudo acabou. E nos corações, a saudade de quem ficou.



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Amor e firmamento

Sempre irei ao firmamento para alcançar as estrelas. 
É assim o amor. 
Todo o esforço deve ser recompensado. 
Mas, às vezes o amor não correspondido, faz-te esmorecer. 
Não desistas, porque se o perdes lutando, é porque tentaste. 
Por isso é bom lembrares que as flores despetaladas não significam o término do relacionamento. 
Poderá ser o começo, se alimentares esse procedimento. 
Será o fim, caso não consigas regar essa flor com paciência e carinho, apagando-se também o brilho em tua lembrança. 
fato é que o amor se esvai, quando olhares ao céu e notares uma estrela cadente. Ela se apagará. 
Na aposta de um grande amor, a velocidade da estrela que a vês no firmamento, é como um rastilho e o teu amor não deverá sucumbir a explosões. E nesse infinito de percepção, o amor e as estrelas são finitos. 
Findam quando tu fizeres a tua opção. 
Mas ele será decisivo se tu esvais esse teu sonho que sempre te alimentarás. Coragem e perseverança, sempre...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O tempo!

O tempo é nosso algoz.

O espelho, nosso amigo, nos comunica dessa transição imposta por ele.

Ontem mesmo eu me espantei com a reflexão de um raio luminoso.

Estou ficando velho. Não importa.

Cada fio de cabelo perdido simboliza que não temos raiz.

O tempo e o vento provocam erosões.

Se você duvida, se olhe no espelho.

Mas não fique impressionada, a mudança sempre será inevitável.
(Homenagem a minha neta Natália)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Marcha da marolinha

Você agita o meu coração.
Que atormenta minha vida nessa canção.
Sentimento que bate é alguma razão, de escolher.
Quando a vejo desfilar na avenida.
Ao longe observo o seu corpo esguio.
E sob o batuque do samba sincopado.
Minhas veias palpitam e com os olhos marejados.
Enxergam os seus cintilantes de amor.
Com a exuberância do seu corpo.
Que se aproxima de mim pouco a pouco.
Um repique descompassa as minhas batidas.
Explode o meu peito, com a força do amor.
Sempre a responder o inverso da dor.


Marcha da Informática

A Minnie tem um mouse

E não empresta prá ninguém

Programa é só na Disney

E palm top

É prá meu neném

A Minie tem um mouse

E não empresta prá ninguém

Programa é só na Disney

E palm top

É prá meu neném

A memória run vai funcionar

E na minha rede processar

O tablet é só alisar

E com ipod vou escutar

No computador

Mickey manda e-mail para o seu amor

No computador

Mickey manda e-mail para o seu amor

Homenagem a Jamelão


Não é jabuticaba.

E nem melão.

Na voz do morro.

A Mangueira é Jamelão.

Surgiu. Surgiu uma nova estrela no espaço sideral.

O intérprete do nosso carnaval.

Tem que ter nervos de aço.

Eta dor de cotovelo.

Exemplo de folha morta. É solidão.

O meu segredo.

Nunca iremos esquecer.

Dessa paixão verdadeira.

É Jamelão a exaltação da Mangueira.

O sol raiou

O sol raiou

E o samba não acabou

Na roda de bamba

Não é só a mulata

Que vai se mexer

Deixa de lado a vergonha

Que a tristeza também vai embora

Pula pra frente que a cuíca vai gemer

No compasso do cavaco

Bato mais forte e o coração vai partir

Explodir de alegria, no gingado do meu samba

Eu sou a corda procurando a caçamba

O sol raiou

E o samba não acabou

Na roda de bamba

Não é só a mulata

Que vai se mexer

Venha sambar também

A branca a loura e a morena

É a caçamba achando a corda

Em um samba

Lamento




Chora cavaco.
A sorte me abandonou.
Depois que ela se foi.
A minha vida mudou.
Trazendo mais um dissabor.
Eu não.
Os conselhos de meus amigos.
Hoje carrego um martírio.
Que enganou meu coração.
Mas se um dia ela voltar.
As notas do meu amor vão afinar.
Dedilhando as cordas ré, sol, si, ré.
Se eu pequei.
Peço perdão com muita fé.
Ela é meu talismã.
Ela é a deusa do meu coração.
Carregando esse pranto e cobrindo o rosto prá ninguém ver.
Lágrimas rolar com saudades de você.


Olha nos meus olhos


Olha nos meus olhos.

E decida em que estrada quer ficar.

Eu ainda sigo o meu caminho com espinhos.

Tentando me reencontrar.

Vou seguindo a minha trilha, pois a vida não deve parar.

Esquecendo a tristeza, pois pretendo um dia voltar.

Ai meu coração.

Já sofreu demais.

Eu não volto atrás.

Sem mim você não vai viver.

As rugas no meu rosto.

São provas de desgostos.

Que almejam o mesmo posto.


Do amor que você me deu.

Acalanto


Vou acalentar o seu sonho.

De viver sem amargor.

A nossa história foi bonita.

Mesmo que você não diga.

Não vou chorar de dor.

Siga o seu caminho.

Eu não vou incomodar.

A flor que tem espinho.

Também pode enfeitar.

Em nome de nossa amizade peço uma explicação.

Sabendo que você não vai mudar de opinião.

Quando se atravessa uma maré de azar.

Pego o meu patuá, e começo a rezar.

Deus sempre me dá essa motivação.

Vivo o meu caminho, com essa desunião.

Não abandono o barco.

E também não vou desviar.

Sabendo que um novo dia vai raiar.

 Quando o sol se por.

Recomeçar.



Brisa Nova (bloco de carnaval)


Vem, vem amor, vem amor!

Desfilar na avenida, e sambar com alegria, a emoção do carnaval.

Vem descobrir a natureza que o Brisa Nova homenageia Muriqui, neste cenário tropical.

Vem conhecer.

Vem conhecer amor, amor, amor.

A Batata e o Poção, real, real.

Vem descobrir, ilhas nascentes o paraíso natural.

Florestas, cachoeiras, praia calma ao redor.

Vem cair na folia. O que! O que!

O Brisa Nova só respira poesia.
(Samba enredo do bloco "O Brisa Nova" de Muriqui")

Beija Flor

Música que fiz para a minha filha Aline com 5 meses!

Pousa beija-flor

Na árvore do meu amor

E com sutileza

Permaneça com seu calor

Olha a nuvem branca

Já começa a gotejar

E pouco a pouco

Uma rosa irá brotar

Ao meu achego

Você irá partir

Sentirei saudades

Da rosa e do jardim

Reflexão II


Reflexão


Sou doido varrido.

Com essa minha vida.

Acordo e tomo banho.

Faço a minha marmita.

No caminho do trem.

Não encontrei com ninguém.

Dá janela de uma casa.

Ouvi o berro de um neném.

Ele está com fome.

Eu ainda não almocei.

Será que meu estômago.

Vai chorar também?

A caminho do trabalho.

Aonde eu me embaralho.

Na Lapa e Catete.

Ou Vicente de Carvalho.

Como estafeta.

Eu tenho obrigação.

De conhecer a cidade.

Em qualquer direção.

São cartas e mais cartas.

Que vou entregar.

E sempre em cada esquina.

Eu tenho que me ligar.

Na viela ao lado.

Dois caras abusados.

Levaram meus pertences.

Com um trabucão.

Eu fiquei na mão

Só de cueca e calção.

A violência está.

Em qualquer lugar.

Ela vai muito alem.

De onde eu for morar.

Ao norte ou sul.

Ao leste a oeste.

Em todo o lugar.

Sempre tem essa peste.

Sigo de longe os passos.

De uma bela mina.

E numa caminhada.

Eu a vi na esquina.

Estava doidona.

Parecia uma pamonha.

Depois que eu notei.

Ela cheirava a maconha.

Tô fora dessa gata.

Que agora é heroína.

Lembro do tempo que usava.

A velha cocaína.

Essa fase muito boba.

Que foi de se drogar.

Deixei lá bem guardada.

Em Jacarepaguá.

A vida que vou levando.

É melhor que aquela.

Eu vivia entorpecido.

Na linha amarela.

Hoje ando contente.

E também não sou descrente.

Pedi ajuda a muita gente.

Então preste atenção.

É uma grande furada.

O uso da droga deixa.

A gente abobalhada.

Você meu amigo.

Se liga no que digo.

Largue esse caminho.

E retorne a direção.

Este é o papo reto.

Que eu vou lhe dizer.

Deus existe sim.

Está junto a você.

Volte ao seu lar.

Que será a maravilha.

O caminho da volta.

É o que espera sua família.

O caminho da volta.

É o que espera sua família.

Tua presença


Tua presença

Sempre quando venho aqui, sinto a tua presença.

Mesmo sem te ver, noto que não estás ausente.

Junto a teus pertences me embriago de amor.

E de gole em gole, fico tonto para te dizer.

Quem me dera se eu te escutasse.

Quem me dera se essa agonia passasse.

Se eu não tivesse escolhido a teimosia, não teria desperdiçado a alegria.

Alegria de estar contigo, alegria de permanecer sempre ao teu lado.

Hoje, estou ao lado do teu retrato.

Mesmo desbotado pelo tempo, procuro alisar as tuas feições.

E na moldura surge um brilho dos teus olhos.

E eu, arrependido a te pedir perdão.

Seguirei carregando o dissabor de nunca ter-te falado.

Se existiu alguém em minha vida.

Foste tu, que me deixaste apaixonado.


Somos iguais?


Somos iguais? Sim ou não. Só mudamos quando algo interfere dentro de nós. Respiramos o mesmo ar. Quando há interferência, mudamos de ares. Comemos comidas diferentes. Quando nos faltam, existe a criatividade para saboreá-las. O modo de pensar sempre sofrerá mutação. Porque as mudanças benéficas ou não, determinam a nossa capacidade de enfrentarmos com luta e paciência o que será determinante para o nosso futuro. Esse meu passado, considero um presente. Presente também o meu futuro, porque lembrarei, esquecerei, desejarei, e finalmente ganharei. Porque com a boa lembrança eventual do passado me esforçarei e conquistarei ainda mais os meus desejos.
Somos iguais? Acho que não. Somos semelhantes.
A semelhança distinguem os homens.


Criancice


Ser criança é a melhor fase de nossa vida. Desde submerso no ventre materno, já existem opções de desejos. Quando nasce descobre outros sentidos concentrados no pequeno computador. Chega à adolescência, surgem conflitos existenciais. Na fase da maturidade alguns se desnorteiam e não conseguem evoluir com sucesso suas aspirações, então na velhice acompanhada da rabugice, além da doidice, tornamos a ser velhas crianças.


Reminiscência




Tenho algumas recordações da minha infância, eu deveria ter aproximadamente uns cinco ou seis anos e algumas das quais me lembro, foi que moramos na Rua Candido Benício com a Rua Capitão Menezes, e lá, o que ficou gravado em minha mente foi o roubo na casa da minha avó Lucia, que estava passeando na Pedra de Guaratiba. Da nossa casa dava para vermos a residência da vovó. Notamos que todas as lâmpadas estavam acesas e pedimos ao nosso pai José para nos levar até lá, mas ele acabou indo sozinho. Acho que papai estranhou as luzes acesas e foi verificar. E para a sua surpresa o portão e a porta da sala estavam abertos e todos os móveis revirados. Ele chegou a ouvir um barulho vindo em um dos quartos e pressentiu que o ladrão estava dentro da casa. Preocupado, ele recuou, pois o ladrão poderia estar armado, saindo imediatamente da residência da minha avó, e quando a policia chegou o ladrão já havia se evadido pelos fundos da casa. Ele nos contou na época, que talvez fosse o Davi, um vagabundo que vivia nos botequins. Também me lembro do gambá, um mendigo local.
Nessa mesma época, outra passagem importante em minha vida, foi quando nos mudamos para a Rua Marangá. Lá o meu irmão Almir prendeu a mão em um arame farpado, onde existia uma cerca. Outra passagem na mesma rua foi quando eu me perdi tentando ir sozinho a padaria com outro irmão, de que eu não me recordo o nome, mas acho que foi a Alice. As maiores recordações foram quando nos mudamos para a nossa própria residência na Rua Doutor Carlos Gross, 139, um lugar tranquilo, numa rua sem saída, onde praticamente todos os dias nós participávamos das brincadeiras com todos os colegas da localidade. As brincadeiras ficavam melhores quando a Prefeitura mandava a retroescavadeira, juntamente com seus funcionários, para nivelar toda a rua. Outra mania que nós tínhamos era o vício de soltar pipas. Nós ficávamos como de costume aos pés da jaqueira no portão do senhor Antônio e aos pés da mangueira, na frente da casa da vizinha ao lado, chamada Nadir, filha da dona Maria, onde meus irmãos e eu empinávamos papagaio. Todos nós nos divertíamos alegremente e notadamente eram visíveis os confrontos verbais e físicos com os colegas também moradores nos arredores de nossa rua, em virtude de “cortes” das pipas, que chamávamos de cruzamento. Sob as sombras das árvores, tínhamos que nos preocupar com a dona Guiomar, esposa do senhor Antônio, que sempre chegava furtivamente com uma vassoura ou pedaço de pau e sem fazer barulho nos atacava, porque além de doente, achávamos que ela não queria que ficássemos no seu portão. O melhor lugar para empinar pipas era lá embaixo das gostosas sombras da mangueira e da jaqueira. E na época da manga, comíamos aquela carlotinha deliciosa. Ás vezes nós éramos cortados na mão, termo usado quando se corta quase toda a linha da pipa empinada, porque tínhamos que prestar atenção na dona Guiomar e observar também pelas copas das arvores a chegada de alguma pipa. Muitas vezes quando avistávamos outras pipas sobre as árvores, era impossível sair, sendo então cortados. De vez em quando nós soltávamos pipa dentro da cozinha, geralmente na hora do almoço, com um olho na comida e outro na pipa sob a guarda da Ângela ou Alice. Lá em casa não havia água canalizada. Tínhamos um poço, mas a água só servia para utilizarmos no banheiro, por isso nós apanhávamos primeiramente água no poço da casa da dona Lurdes, esposa do Zezé molequinho, depois nós passamos a apanhar no poço da casa da dona Jandira. Nós íamos chateados, porque tínhamos que parar as nossas brincadeiras. A água daquele poço era cristalina e geladinha. Lembro-me também do famoso “firiri”. Era um vendedor de biscoitos e pirulitos muito gostosos. O pirulito era de açúcar queimado em forma de cone. Ele passava batendo com um objeto em uma das mãos sacolejando e deixava a gente com grande expectativa, mas raramente a mamãe comprava.  O mano Candido relembrou bem que pegávamos para nosso consumo a água na fonte da casa do Sr.Juca/Dona Vitória. Lembro-me que o meu pai canalizou a água e colocou uma biquinha perto da varanda. A nossa alegria durou pouco tempo, pois fomos denunciados, possivelmente pelo senhor Silva, marido da dona Havanir, tendo a nossa água sido cortada pela companhia de águas, e algumas semanas depois a ligação foi regularizada pelo nosso pai José. Tomei uma bronca do senhor Silva, e toda a vez que o seu neto ia lá à nossa rua e empinava uma pipa, eu cortava. Ás vezes até na mão. Eu considerava aquilo como vingança. Nós apanhávamos barro para ajudar ao nosso pai a concluir os cômodos da nossa casa. Essa barreira ficava na própria rua, perto da casa de Dona Sebastiana e da casa do senhor Juca, onde hoje mora o Betinho. O mano Candido também relembrou da nossa prima Lígia? (já falecida) que às vezes ia lá pra casa na Rua Carlos Gross, ela tinha um problema de cabeça, mal resolvido, falava muito sem parar o dia todo, parecia uma maritaca. E a visita da tia Odete? No dia em que ela chegou prometeu que iria a praia conosco no dia seguinte, ficamos ansiosos, e no dia do evento por volta do meio-dia, iria começar fazer o seu biquíni de praia... Nada aconteceu... Que frustração, ficamos chateados... E o nosso ritual de todos os domingos? Ir a missa, depois fazer a feira da gente e para vovó Lúcia, na Praça Seca, a ida era tranquila, mas a volta a pé, cheio de bolsas pesadas, uma delas feita pela mamãe, que era enorme e debaixo de sol era terrível. Algumas lembranças do Tio Haroldo, de ir até a Cooperativa do BB, na Praça da Bandeira, levando a lista de compras, o caminhão entregava em casa, precisamente na casa da vovó, e quando as compras chegavam os nossos rostos ficavam estampados de alegria. Afinal a vovó comprava bastante doce. Outra recordação era que, às vezes, no carnaval o tio Haroldo levava a gente para pular no baile infantil na AABB-Lagoa, só a viagem de Jacarepaguá para lá já era uma grande distração, E certa vez, no Natal, o tio foi nosso papai Noel, ganhamos carrinhos (um de cada cor) e das meninas não me lembro. A mana Angela Lembra do ingá na casa da dona Sirene.  O mano Almir se lembrou do campeonato de sinuca, esta feita pelo próprio Gominho, pois ele era marceneiro, (meu compadre), marido da dona Neide. A mana Angela lembrou-se que o Iran a salvou de ser queimada, também havia um homem que varria o telhado da casa de dona Glorinha, senão me engano, avó do Ricardinho. Tinha também a Dona Toquinha que aplicava injeção quando ficávamos doentes. O filho dela Tacico, às vezes jogava bola conosco. Frequentamos também o curso para admissão ao ginásio na casa da dona Nilza, (ela não nos cobrava nada), que tinha uma antiga rixa com o General, que também lecionava um curso na Rua Maricá. Às vezes nossos primos de Nilópolis iam lá para a nossa casa e nós também íamos a casa deles. Era uma interação muito boa. A mana Angela também lembrou que quase perdeu a vista em uma brincadeira de índio se não me engano o Almir sem querer mirou a flecha, (feita com bambu e na ponta, alfinete amarrado com linha), erradamente indo cravar bem próximo ao seu globo ocular. 
Às tardes, como de hábito, íamos à várzea praticar futebol, ora perto da casa do senhor Joaozinho e ora ao lado da casa do Ricardinho, quase em frente à residência dona Donga. Em ambos os lugares, também, às vezes por entrada desleal de companheiros adversários, as brigas ressurgiam. Com um pouco mais de idade nós pedíamos a nossa mãe para jogarmos num campo maior, e esse campo ficava no inicio de outra rua. A dona Moema, nossa mãe, passou a deixar a gente a jogar no campo da Rua Dias Vieira, mas antes tínhamos que varrer o quintal que era muito grande. Jogar lá era muito bom, mas havia um fato ruim. Dado o terreno ser muito charcoso, quem isolasse a bola, teria que pegá-la sob o risco de voltar com as pernas cheias de sanguessugas. Às vezes a nossa irmã Ângela ia à beira do campo para avisar que a mamãe queria falar conosco, com o tradicional: - “Mamãe tá chamando!”. Nós ficávamos injuriados, mas íamos atendê-la. Quando acabava o jogo, voltávamos correndo e quem chegasse primeiro em casa, tomava banho. E nessa disputa o Almir e Marco que eram menores levavam algumas desvantagens. Ainda me recordo de que dormíamos todos num mesmo quarto e numa noite as luzes estavam apagados, quando vimos um facho de luz direcionado para o quadro do meu falecido avô Armando, pai da mamãe, ainda com medo me levantei e coloquei a mão na frente do quadro e para a minha surpresa a luz atravessou a minha mão e ficou estampada na gravura que era um barco ancorado na água e ao fundo uma casa. Nesse mesmo momento saímos todos, Alice, Candido, Marco, Almir, Ângela, não me lembro de se a Aninha estava, e eu, correndo para o quarto da mamãe aos gritos, passando quase todos ao mesmo tempo pelo portal, pois para nós aquilo era assombração. A mamãe nos tranquilizou e disse que vovô havia nos visitado. Aquela noite ninguém conseguiu dormir direito.
Lembro-me também que no inicio de nossa rua havia um barracão, e achávamos que ele era mal assombrado. Eu ficava preocupado com o Candido, que sempre vinha da escola tarde da noite, mas acho que ele não se importava com isso.  Na porta da nossa cozinha não havia fechadura, e o Candido tinha uma técnica especial de colocar o botijão de gás travando a porta, para protegê-la de “ladrões”.
Nas comemorações juninas, fazíamos as festas na nossa casa, que tinha um terreno enorme, com a soltura de rojões e balões os quais a maioria não chegava a subir em virtude de o nosso primo Waldair encarregar-se de queimá-los por estar com a cabeça com uma quantidade considerada de quentão. Mas tudo era alegria. Participávamos também das festas juninas na casa do senhor Joaozinho que fazia uma enorme fogueira que ficava queimando até por três dias. Nós comíamos batata doce assada, aipim assado, cana assada, etc. Enfim, era uma verdadeira festa! Dávamos prosseguimento às festas juninas por meses. Apanhávamos as madeiras e fazíamos fogueiras quase que diariamente em frente à casa do Cassio. Às vezes quando não tinha vento, nós aprontávamos com os nossos colegas. Amarrávamos uma linha no balão japonês, geralmente à noite, o balão subia e quando se apagava, puxávamos até a nossa casa e os colegas ficavam atônitos, doidos para apanhar o balão e reclamavam, porque sempre o balão “caía” lá em casa.
Lembro-me das idas ao morro, especificamente ao Coque da Velha, onde o nosso querido e falecido tio Armando desbravava o mato com um grande facão. No morro tinha uma nascente na Pedra da Navalha, onde bebíamos muita água e comíamos caju, a fruta comum daquele local.
Sempre éramos surpreendidos com o barulho da sirene da pedreira que partiam as pedras com poderosas cargas de dinamite. Lembro-me que uma vez uma vaca escorregou e rolou ribanceira abaixo. Os moradores se deslocaram para o morro aonde ela havia morrido e trouxeram os pedaços de carne, exibindo-as para nós.  Criamos também o teco das quatro horas. Nós jogávamos pedras a esmo nos telhados dos vizinhos e por azar a maioria das pedras caiam na casa de dona Jandira que ficava muito exaltada, dizendo: - Era uma pedra desse tamanho, tá bom. A dona Jandira reclamava com a mamãe para saber de nós quais seriam as crianças que jogavam as pedras em seu telhado, então decidimos não fazer mais o famoso teco das quatro.
Brincávamos também de bandeirinha, pique tá, pique esconde, carniça, vôlei, bola de gude, pião, ferrinho, enfim todas as modalidades da época. Atrás, na parte lateral de nossa casa, havia uma pedra enorme, às vezes íamos à parte mais alta da pedra para também moer vidro e misturar com cola, fabricando o cerol, coisa que peço veementemente aos jovens de hoje não praticarem, e soltávamos pipa naquele lugar, mas era perigoso ficar lá por dois motivos: porque poderíamos escorregar e também com os pés de Umbaúba, caso a linha ou pipa tocasse em suas folhas ficavam presos como imantados pela aquela planta. O papai e a mamãe também faziam cestinha com papel celofane de várias cores com flores e também para adornos os morangos, que ate pareciam verdadeiros. Aos domingos o papai levava as flores fincadas numa pita à feira. Ele costumava voltar com a pita inteiramente vazia e contente pelas vendas. Lá em casa nós tínhamos várias árvores frutíferas. Eu gostava de comer romã, era docinha. Eu só apanhava a fruta quando ela começava a rachar aparecendo àquelas bolinhas vermelhinhas. No final do nosso terreno tínhamos um pé de amoras, que também eram docinhas, principalmente quando ficavam roxinhas. Comíamos também amêndoas, brancas ou vermelhas, fruta do conde, banana. Ás vezes eu também tirava do pé a flor papoula e chupava a parte de baixo da flor, era docinha. Comíamos também oiti, tamarindo, etc., que ficavam plantadas nas casas dos vizinhos.
Apanhávamos também no quintal do senhor Joaozinho o fruto chamado ingá. Era parecido com a vagem, de cor verde, por dentro ele era branco com fibras e caroço, mas era docinho. Morávamos em frente à quadra da Escola de Samba Império do Marangá e toda vez que havia uma atração, nós íamos lá para participar assistir aos eventos. Os meus avós Lucia e Agenor, que residiam na Rua Capitão Menezes, 725, tinham sempre a nossa companhia, e todos os dias sem exceção tínhamos que passar a noite com eles, por serem idosos os meus pais achavam que deveríamos pernoitar lá, caso se sentissem mal, principalmente de madrugada, poderíamos providenciar o socorro, solicitando auxilio a alguém. Também, lá na Rua Capitão Menezes nós soltávamos pipa e a briga era para escolher o cantinho que tinha um ventinho encanado. O senhorio da vovó se chamava Oliveira, que morava na mesma rua bem perto da casa da vovó, onde é hoje o supermercado Mundial, inclusive a casa da vovó também, e sempre que podíamos nós pedíamos ao senhor Oliveira a fruta sapoti. Como era saborosa aquela fruta.
Sempre que jantávamos na casa da vovó, ela fazia o suculento bife, juntamente com o inigualável feijão preto com torresmo. Mas só poderíamos comer quando o Agenor cortasse o ultimo pedaço de carne da ultima pessoa que estivesse sentada. Ele era o verdadeiro fiscal da comida.
Às vezes o papai apanhava a mangueira d’água e nos dava banho em conjunto, e o Marco tinha um pouco de medo, se preocupando para que o papai “não se molhasse”. E papai respondia: - Não tem problema não meu filho, o papai não tem medo de se molhar. Outro fato de que me recordo, foi que o nosso avo Agenor nos períodos de carnaval, sempre partia uma mortadela inteira em quatro partes iguais, para que não detonássemos a mesma, no primeiro dia de festa. Lembro-me ainda que em um desses carnavais o tio Haroldo nos levou à cidade para apreciarmos a festa e ele disse: - Se quiserem deitar na Avenida Rio Branco aproveitem, porque hoje é carnaval. Aquele dia foi inesquecível, porque não estávamos acostumados a passear na cidade e lá haviam muitas pessoas fantasiadas, as quais nos metiam medo.  Também fomos agraciados várias vezes com os presentes de Natal do nosso tio Haroldo. Um desses presentes foi o livro: Histórias de Sherazade. Lembro-me que cada um de nós recebeu um exemplar. O meu tio Haroldo trabalhava no Banco do Brasil. Quando ele chegava do trabalho, trazia o jornal O Globo e eu lia as historinhas do Brucutu, Mandrake, Fantasma, etc. Essas historinhas vinham estampadas no interior do jornal diariamente. Na hora de dormir, nós fazíamos um fabuloso lanche, e às vezes antes de dormirmos participávamos do jogo papa tudo ouvindo o programa miss campeonato transmitido pelo rádio. Era muito divertido. Tínhamos uma rixa com a vizinha chamada Lurdes, apelidada por nós de (Nêga). Ela fazia tudo para nos prejudicar. O seu marido era um senhor franzino, chamado José e apelidado de Zé o qual fazia tudo o que ela queria. Ele era frouxo. Ela também gostava de fazer macumba para nós e, constantemente, ela era observada por mamãe que ficava apreensiva observando-a pela fresta da janela do banheiro. Em um dado momento a minha avó adoeceu e a minha mãe era quem preparava o almoço e a janta para eles. Nós levávamos as refeições através de uma única condução que era a bicicleta marca Astória, a qual quebrava os nossos galhos inclusive para irmos ao armazém do Zeca. Todos os sábados éramos autorizados a comprar doces e o meu predileto era a cocada de batata. Quase todos os sábados à noite éramos brindados com a presença do falecido amigo Domiro, que ensinava os primeiros acordes de violão ao meu irmão Candido e logo após da série Bonanza, tomávamos aquele delicioso chocolate com pão, feito pela mamãe. Papai gostava muito de ir ao cinema, e quase sempre à noite, ele trazia para a casa após a sessão de cinema, pão de forma e presunto, e eu, às vezes, ficava aguardando a mamãe fazer o sanduiche e distribuir para quem estivesse acordado para comer aquele sanduiche delicioso. No dia seguinte, aquele que comeu na noite anterior não tinha direito a repetição.
Eu tenho até hoje um acordeon da marca Scandalli, que o Agenor me deu, mas não aprendi a tocar. De vez em quando tento fazer uns acordes para os meus filhos. Na nossa adolescência, por volta de 1967, deixamos a nossa residência e fomos morar na Candido Benicio, 2080. Os meus avós morreram, a minha avó Lucia morreu antes do meu avô Angenor. Ainda me lembro de que no dia que entreguei ao senhor Angenor o meu convite de casamento, ele ficou quieto, e em poucos dias ele baixou o hospital, para se despedir da vida. Acho que ele ficou triste com a aproximação do meu enlace matrimonial, mas aí é outra história. Apesar disso, minha infância, foi muito boa e creio que a dos meus irmãos também.
O início de uma nova vida
A outra história a que me refiro, ainda morando na Rua Carlos Gross, foi quando decidi trabalhar para ganhar o meu próprio dinheiro. Eu ainda era menor e fui ao centro da cidade, postular uma vaga, precisamente num escritório de advocacia, através de anuncio de jornal, na Av. Churchil, no Castelo, onde fiz a inscrição para o meu primeiro emprego. Os serviços que foram propostos a mim, era chegar às seis horas da manhã, limpar o banheiro, fazer o café e entregar cartas. De pronto eles me entregaram as chaves do escritório. Quando cheguei a minha casa, fui interpelado pelo meu pai sobre o emprego e passei a ele a proposta daquela empresa. O meu pai falou que eu estava estudando e a proposta era indecente, afinal ele não queria que eu lavasse banheiro, e mandou-me entregar a chave do escritório no dia seguinte. Após alguns meses me apresentei em uma empresa multinacional, através de anúncio de emprego, para o cargo de Office boy. Ao ser entrevistado, pelo senhor Hélio Correa, após ter encarado uma longa fila, me foi perguntado se eu conhecia o Ministério da Fazenda, do Trabalho, Lapa, Castelo, e respondi que não conhecia. Ele retrucou e me perguntou então: - Como você quer trabalhar se não conhece nada? Eu respondi: - Senhor, um dia eu aprenderei e conhecerei esses lugares. Na mesma hora o senhor Hélio mandou todos que estavam na fila a irem embora e me admitiu para a empresa The Sydney Ross Co, onde fiquei até outubro de 1977, sendo demitido a pedido. Com o meu primeiro salário comprei uma enceradeira da marca Arno, para a minha mãe. O que mais me marcou foi à compra de vários pães de forma e uma peça de queijo nas casas da Banha em Cascadura, ao pé do viaduto, tendo o papai limpado o ferro de passar e feito vários queijos quentes, isso foi numa sexta feira, e no sábado a procura do banheiro foi bastante concorrida. Ainda bem que eu não trabalhava aos sábados, porque ainda era estafeta. Conheci na vila em que morávamos, na Rua Candido Benício, 2080, por volta de 1967/1968, uma pessoa muito especial. A minha esposa Tania. O nosso primeiro contato verbal foi quando comprei pão, se não me engano, numa noite de sábado e ela me perguntou aonde seria o café. Eu respondi que seria na minha casa e a convidei para tomarmos o café com pão. Ela agradeceu, mas declinou do convite.
Eu a vi, quando ela foi limpar a casa em que os meus sogros iriam morar, no lado oposto da vila. Eu residia na casa quatro e ela foi morar na casa nove. Depois do convite do café com pão, passamos a ficar no portão, conversando com os amigos, Paulinho, Robertinho, Armandinho, Lincoln, Teresa, a falecida Ingrid, minhas cunhadas Sandra, Ana e alguns colegas da Rua Pedro Teles, sobre os temas nacionais, pois, vivíamos sob o jugo militar.  Falávamos também sobre músicas e às vezes tocávamos violão. Nessa época nós tínhamos a bossa-nova e ye-ye-ye, sob a batuta de Roberto Carlos, mas eu particularmente gostava mais da MPB, em especial a bossa-nova, o que fazia nos aproximarmos mais das meninas que estavam entre nós. Fui convidado a participar da festa de quinze anos da Tania e todos sabiam que eu estava gostando dela. E o Lincoln, que também estava interessado nela, me falou que tinha perdido a parada para mim, porque achava que ela também sentia alguma coisa na troca de nossos olhares, razão pela qual em uma festa junina, lá mesmo na vila, eu a pedi para ser a minha namorada. Primeiramente, iniciamos o namoro no portão da vila, depois o meu sogro descobriu e proibiu a Tania e a Ana que era a namorada do meu irmão Candido, de namorar no portão, nos convidando a entrar na sua residência. Lá fui sabatinado pelo meu sogro. O senhor Gerdal. Na verdade ele queria saber quais eram as minhas intenções.  O meu falecido sogro Gerdal, numa noite, se não me engano num sábado, na primeira semana em que eu frequentei a sua casa, sentou-se na soleira da porta da sala e começou a limpar o revolver calibre 38, como que dissesse: - Aqui o chumbo come! Ainda não se ouvia Zeca Pagodinho com a música: O pai coruja! Mas eu não levei a mal, a intenção do meu sogro, porque hoje eu compreendo o seu recado, pois também sou pai. A Tania e eu passeamos bastante, sempre tendo a companhia da minha cunhada Sandra, que não largava a gente a sós, em nenhum segundo. A Tania tinha um namorado, que também perdeu a parada para mim. Eu tinha um magnetismo que impressionavam as meninas. Em 1969, marcamos o nosso noivado e aos poucos fomos comprando o nosso enxoval para o casamento. No dia quatro de setembro de 1971, nós realizamos o nosso sonho na Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração de Maria, na Praça Seca, sendo oficiado pelo padre João.
Eu já ocupava um cargo melhor onde trabalhava na empresa multinacional mencionada acima. O meu compadre Ulisses me ajudou na colocação de lustres no apartamento que aluguei na Rua Ana Teles, 565. Naquele lugar nasceu o meu primeiro filho, precisamente no ano de 1972, chamado Marcelo. Nunca esquecerei o dia 29 de julho. Quando o Marcelo nasceu, eu perdi completamente a voz, pois era marinheiro de primeira viagem. E nesse dia ganhei pela primeira vez uma milhar no jogo de bicho. A milhar fora 2517. Nessa mesma época comprei o meu primeiro carro. O fusquinha verde pastel que só me deu alegria. Nós passeávamos todo o fim de semana, ora visitando parentes, ora indo à praia, sítios etc. Eu fazia muita hora extra, isto possibilitou que vivêssemos bem. Em seguida, precisamente no dia primeiro de setembro de 1973, nasceu a minha filha Glaucia. Depois fomos morar na Rua Albano, 211, que também era uma vila. De lá, eu me lembro de que tive um acidente de carro na Rua Atininga, tendo o carro perda total. Graças a Deus saí ileso daquela batida. Acabei vendendo o carro e comprando um autorama para o meu filho Marcelo. Preocupado com a aposentadoria do meu pai, que ganhava pouco e com esperança de melhorar a minha vida, compramos em sociedade um bar na Rua Antonieta, no ano de 1977. Lá só tivemos insucessos. Fomos assaltados várias vezes, razão pela qual tivemos que vender o negócio e desfazermos a nossa sociedade. Nessa época eu morava na Rua Carlos Xavier, também numa vila. Eu tive uma enorme dificuldade para me inserir no mercado de trabalho novamente. Em 1979, me mudei para o Condomínio Residencial Marangá, no bloco 12, apartamento alugado pela tia da Tania, cujo nome é Iná, onde consegui iniciar a minha nova trajetória em 1980, e fui trabalhar na Rhem Metalúrgica, em São Cristóvão. Lá eu fiquei por pouco tempo. Nesse interim eu soube que o BNH havia aberto inscrições para o seu concurso. Nessa época eu estava com a minha situação financeira muito ruim e liguei para o meu irmão Candido, que trabalhava na agência do Banco do Brasil, em Volta Redonda, para que me enviasse o dinheiro para eu pagar a minha inscrição, via ordem de pagamento daquela instituição bancária. No mesmo dia eu fiz a inscrição e passei no concurso, mas somente em 1982 fui admitido pelo banco, precisamente no dia treze de dezembro. Mas antes disso, em 1981 o Ulisses conseguiu através de um amigo da Petrobras um emprego na Petroserv, depois fui trabalhar na Brasdril. Ambas são empresas de prospecção de petróleo, que atuam em Macaé, no Rio de Janeiro. Em 11 de dezembro de 1984 nasceu a minha filha Aline e a minha vida teve uma nova reviravolta. Em 1985, comprei o meu primeiro imóvel no bloco 06. Em novembro de 1986, outra frustração, o BNH foi extinto e o decreto dizia que a Caixa Econômica Federal a seu critério, ficaria ou não com os empregados do extinto Banco. Fizemos as famosas vigílias e conseguimos que a Caixa nos readmitisse, afinal, ela havia admitido os empregados da extinta Delfim, que nem concursados eram. Em 1987 reiniciei as minhas funções no prédio da Agencia Almirante Barroso até 1997 onde me aposentei, sendo a minha última lotação na agencia do município de Itaguaí. Em 1988, realizei o sonho da minha filha Glaucia com a festa de seus quinze anos no Country Club da Praça Seca. Lá compareceram umas quatrocentas pessoas. A festa foi muito bonita. Em 1989, o meu filho Marcelo surtou e perdeu a oportunidade de seguir a sua vida na Marinha. E numa dessas atabalhoadas decisões, que chamamos de rebeldia de adolescente inconsequente, nasceu a Natália, fruto dele com a minha finada nora Patrícia, que faleceu em 1993. A partir de 1990 comecei a frequentar a Costa Verde e aluguei uma casa em frente à praia, na localidade de Muriqui, em principio como veranista e a partir de 1994 fixamos a nossa residência por lá. Em 14 de novembro de 1991, nasceu o meu filho caçula, o Augustus. Confesso que fui um pai um pouco ausente para o Marcelo e Glaucia, pois eu trabalhava em dois empregos e consequentemente tinha pouco tempo para atender as carências deles. Para mim o que importava naquele momento era só ganhar mais dinheiro para manter a minha família num patamar mais tranquilo. Já em Muriqui, a Aline e o Augustus tiveram maior assistência da minha parte e pude curtir mais as fases das adolescências deles.  Umas das brincadeiras com o Augustus era o: Tá sem goleiro! Onde saíamos correndo para o portão da vila e o Augustus chutava a bola para eu defender. Lembro-me também que o Augustus ganhou de presente de papai Noel um jogo Nintendo, eu acho que ele tinha cinco anos e eu sempre brincava com ele. Numa dessas brincadeiras sem querer eu teclei um fatality. O Augustus começou a chorar porque queria que eu o ensinasse a fazer essa finalização no jogo, cujo adversário morria, digamos de forma mais violenta, e eu não sabia como explicar, porque teclei varias vezes o joystick e não gravei o que eu teclei. Nós brincávamos também no Iate Clube de Muriqui jogando futebol de salão. Em 1998 comprei o primeiro computador para eles, numa viagem que fizemos a Brasília em visita a minha filha Glaucia que já estava casada e morava lá. 
Nós fizemos a transferência da Aline, que estudava no Externato Geremário Dantas, para a Escola Municipal Nossa Senhora das Graças, em Muriqui, e fomos morar efetivamente na Rua Primeiro de Maio, 603 que por coincidência é a rua onde fica a escola, onde moramos até hoje. Fomos a Muriqui a passeio e também para visitar o Orlando, apelidado de cocoroca, que era tio de sangue da minha mulher Tania e considerado por mim como um grande tio também. Era uma grande pessoa. Ele havia se desligado da Marinha Mercante e da mulher, que o colocou a bancarrota, indo morar lá sozinho. Ele dizia que bebia somente três qualidades de bebida: a nacional, estrangeira e falsificada. Ele ficava bastante alegre, mas eu nunca vi o cocoroca bêbado. Nós já gostávamos do lugar, pois em 1976, havíamos passado o carnaval lá, com os meus pais e alguns irmãos. E daí nós achamos uma casa em frente à praia, a principio para passarmos o feriado da semana santa. Então pensamos em alugá-la por tempo indeterminado para nos distraímos aos fins de semana. A forma de aluguel era em dólar. Nós e o cocoroca frequentávamos várias barracas e conquistamos muitos amigos. Podemos falar do falecido Humberto, apelidado por nós carinhosamente de “sumô”, por se aparentar como lutador desse esporte, dono do quiosque Brisa Nova, que em 1993, me pediu que eu fizesse um samba para o bloco com o nome do quiosque. A festa de carnaval foi maravilhosa. Ele alugou o carro de som, mas o puxador do samba não veio, então tive que improvisar e fiquei cantando para muitas pessoas que me chamavam de poeta, pois entreguei a eles as cópias das letras com o tema do bloco: O Brisa Nova só respira poesia!
Participamos também do bloco do carnaval do ano anterior, se não me engano em 1992, do nosso amigo Barão. A Glaucia foi fantasiada de baronesa e a festa desse carnaval também foi muito boa. O Augustus ainda não andava, ele tinha três meses, ficando no colo do João e a Tania, Marco, Marilene, Ângela, cocoroca e eu ficamos ajudando na bateria. Frequentávamos também o quiosque do Vitor, onde fazíamos serestas ao som do violão dedilhado por mim. Nas serestas compareciam o Roberval e a esposa Emir, Agenor, às vezes Domingos e esposa, Humberto e esposa etc. Na beira da praia também frequentava o saudoso Senhor Toninho, que era dono de uma empresa de ônibus e toda a vez que ele ia a Muriqui, pedia ao seu segurança Jonas, para me avisar que ele estava me esperando no quiosque Sol de Verão. O que mais me emocionava era quando ele pedia que eu dedilhasse alguma musica e ele declamava versos sobre o seu pai e chorando desabafava através dos versos, todo o seu sentimento escondido no peito. Era de arrepiar. Depois todos ficavam esperando ele abrir uma cerveja como se estivesse brindando ao seu pai, voltava a conversar e a cantar como se nada tivesse acontecido. O Toninho morreu sem concretizar a sua intenção. Ele havia dito que daria de presente a mim e a Tania, pela passagem de nossas bodas de prata uma viagem à Nova Iorque, em um apartamento que era de sua propriedade. Ele gostava muito de nós. Mas Deus o levou. Ele tinha uma Mercedes Benz e em uma viagem, se não me engano a caminho de Brasília, seu carro colidiu com outro veículo e ele e a sua esposa morreram. A casa dele ficava em frente ao quiosque Sol de Verão, que hoje é uma pousada. Toda a despesa no quiosque Sol de Verão que também era frequentada por mim e minha família era paga pelo senhor Toninho. Obviamente quando ele participava das serestas conosco. Ele não admitia que ninguém pagasse a conta e o Alcides, que era o responsável pelo quiosque, atendia a sua solicitação. A Glaucia namorava o Alberto que me ajudava, pois tocava violão também. Ele com letras de músicas contemporâneas e eu com letras de músicas mais antigas. Assim nos revezávamos, e ninguém se cansava.  Nós fazíamos também quase sempre aos fins de semana seresta na nossa residência, onde compareciam o meu irmão Candido, com o seu inseparável violão, o nosso querido Marrom com o seu trompete e vários amigos que gostavam da boa música. No dia 30 de janeiro de 1996 o nosso cocoroca faleceu e a partir daquela data nunca mais fizemos seresta nem em casa e nem à beira da praia. Em 1998 me tornei proprietário em Muriqui. Comprei um imóvel, situado na Rua Minas Gerais, 529. Ele media 15 x 40 metros. Em 2007, comecei a construir casas neste terreno para vender. Em 2010 arrematei um imóvel num leilão da prefeitura em Vila Valqueire, situado na Rua Anália Franco, 258 casa 36. Estou reformando o imóvel para retornar ao Rio de Janeiro e dar continuidade as nossas vidas.