quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Lembranças de festas natalinas


É bom recordar as esperadas festas natalinas. Lembro-me que quando criança meus irmãos e eu ficávamos alegres com o mês de dezembro, por duas razoes: Primeiramente o resultado das provas finais que sempre saíam na primeira quinzena e de acordo com as notas, o povo já ia para a galera em alusão ao seu “boneco”, da Escolinha do professor Raimundo. Meus irmãos e eu  nunca fomos reprovados e sequer ficávamos em segunda época, portanto íamos brincar. Mas reportando-me as festas de fim de ano, fazíamos um grande alvoroço com a armação da arvore de Natal em nossa casa e também na casa da vovó Lucia. A árvore da vovó era maior que a nossa, com varias bolas e muitos penduricalhos. O meu avô Agenor colocava o setenta e oito rotações na vitrola e ouvíamos muitas e repetidas vezes as musicas de Natal. Lá em casa quando a mamãe descascava o abacaxi, eu tinha o cuidado de lavar um vidro e colocava as cascas junto com agua e enterrava a garrafa por trinta dias. Depois desse prazo eu retirava a garrafa da terra e fazíamos uma festa com o líquido fermentado, já no mês de janeiro do ano seguinte. No Natal recebíamos vários presentes em especial aguardávamos o do Tio Haroldo, funcionário do Banco do Brasil, portanto com o poder aquisitivo maior, e que esperávamos com muita ansiedade. Graças a Deus a nossa ceia era completa, mas o mais importante era o valor de família que nos unia cada vez mais. Agora todo o dia 31 de dezembro, tínhamos que disputar no “par ou impar”, para acompanhar a minha avó que era presença constante no almoço de aniversário de sua irmã Guiomar, que morava em Marechal Hermes, bem próximo ao hospital Carlos Chagas. Como eu não tenho muita sorte em jogo, algumas vezes era obrigado a acompanhar a minha avó nesse evento. Lá não tinha criança, então eu ficava sozinho no portão vendo os ônibus, carros e ambulâncias passarem, e ao mesmo tempo rezando para que a minha avó retornasse, porque íamos e vínhamos de lotação que demorava a chegar no ponto e eu ainda queria soltar pipa, aproveitando um pouquinho do resto da tarde. À noite tinha novamente o encontro de família, dessa vez com amigos de meus pais e avós para o tão aguardado rompimento do ano. O que era penoso para mim, hoje é saudade.


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