A tentativa de exibir qualidades que não se possui de se vangloriar ou de construir uma imagem que não corresponde à realidade, é um fenômeno psicológico e social complexo. Quando alguém finge uma virtude ou uma habilidade, não está apenas tentando enganar os outros, mas muitas vezes está tentando enganar a si mesmo. O ato de se vangloriar de algo que não se tem é, na essência, uma confissão implícita de que a pessoa não está convencida de sua própria autenticidade. De algum modo, essa pessoa se sente incapaz de ser plenamente ela mesma, talvez por insegurança, medo do julgamento alheio ou pela crença de que suas qualidades reais não são suficientemente apreciadas.
Ela é bela, disso ninguém duvida, mas há mais nela que a forma esculpida. Seus traços, como arte, encantam à primeira visão, mas é no silêncio que mora sua real dimensão. Por trás do olhar que tantos prende e fascina, há tempestades, raízes, alma feminina. Carrega no peito mundos não ditos, palavras cortantes, afetos infinitos. O tempo a tocou, não só na pele, mas nos cantos do ser onde o corpo não revela. Maltratou com perdas, moldou com dor, e mesmo assim, ela brota em flor. Ela é revolução disfarçada de calma, uma guerreira com o dom de guardar a alma. Sua beleza é apenas o prenúncio sutil de um universo inteiro, vasto e febril. Não a reduzam a um reflexo ou vitrine, pois há nela um mistério que nunca se define. Linda? Sim. Mas muito mais do que isso: ela é tempo, essência, abismo e início.