sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Nova chance e o destino

Quando abri a porta, não a fechei para não ver o seu rosto. Eu estava magoado, rancoroso, e bastante nervoso parti para não ser lembrado. Atravessei a rua e vi um casal alegre aos beijos e abraços. Eles não me viram porque naquele momento eu era insignificante. Irrelevante também foi a minha entrada no ônibus que abrira a porta com seu motorista mau humorado. Paguei a minha passagem, passei na catraca e ao sentar-me no banco deparei com uma medalha de São Judas Tadeu, o santo dos desesperados, um pouco arranhada, usada com descuido. Peguei-a e senti o relevo da imagem que parecia sorrir para mim. Segui sem direção e atordoado com o meu gesto refleti bastante o que acontecera e me acalmei. Resignado retornei para pedir-lhe desculpas, segurando firmemente a medalha do santo, implorando que ele intercedesse nessa impossível causa. Na minha volta quis o destino que eu entrasse no mesmo ônibus, com o mesmo motorista. Este sorridente abriu a porta para mim e passou a viagem até ao meu ponto de partida cantando. Por coincidência encontrei o mesmo casal discutindo e brigando talvez por ciúme, quase chegando as vias de fato. Atravessei a rua novamente, caminhei alguns metros e um profundo silencio no meu lar. Toquei a campainha mesmo com a porta entreaberta e ela apareceu linda e formosa.  Seu olhar era de remissão pelo que eu fizera. Quis o acaso que eu visse todas as situações com a minha saída. Abracei-a fortemente e com longo afago ofereci a medalha do Santo. Ela prontamente aceitou-a e a colocou em seu peito junto ao seu coração, sem dizer uma palavra. O destino me concedera uma nova chance. A oportunidade de permanecer novamente ao lado dela. Errei sim, mas voltei atrás arrependido. E quando ele chega faz-nos sofrer e chorar. Sendo o destino uma força misteriosa ou a vontade de Deus, devemos sempre ter uma nova chance. Depende de você mudar seus objetivos! 

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