Há dezenove dias na Suíça, eu vejo a neve, a chuva, o sol,
mas não vejo o calor humano. O pessoal daqui é individualista. Eles são criados
para serem autossuficientes. Raramente saem de suas casas. Todos ficam
trancafiados, prisioneiros deles mesmos.
Casualmente vejo alguns fumando do lado de fora, em frente a minha
janela, quando vou fazer as minhas refeições e logo retornam para seus ninhos.
Agora! São disciplinados e sem exceção cumprem a cartilha do país, tanto as
pessoas físicas como jurídicas. Aqui as regras são claras. Se houver algum erro
a penalidade será uma multa bem pesada no bolso, o que eu acho até correto. Respeito
é a palavra certa aqui na Suíça. Tudo é feito para preservar o espaço do
próximo. Falar baixo e não fazer barulho é um deles. Aqui desconhecem a palavra
empatia. Pelas cidades em que eu percorri, assisti pessoas andando rapidamente
com aquele ar rabugento. O sentimento passado a meus olhos é de que são
solitárias. Parece-me que estou em um daqueles filmes do futuro. Elas são
robotizadas, tem horários para tudo. Os habitantes dessa região estão habituados
a pesquisar o tempo antes de saírem para o trabalho. Não se preocupam com o que
você veste, não olham para você direta ou indiretamente e nem ficam a observar
o vizinho, coisas que no Brasil é normal, como a maioria de brasileiros
fofoqueiros. Eu soube pelo meu genro Markus que existe uma ponte em Berna, onde
há muitos suicídios. Esses suíços são essencialmente profundos.
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