domingo, 22 de dezembro de 2024

O incondicional amor proibido.

Sei que é pecado e proibida a chama da incessante paixão, que arde em agonia, neste meu descompassado peito. Ela, bem intensa e plenamente avassaladora, sempre ameaçada pela sombra do impossível, desvanece em pedaços. Esse amor nasce em segredo, escondido em cantos escuros e momentos furtivos, onde a liberdade é roubada pelo medo da descoberta e pela culpa que se enreda nas almas sentenciadas pelo amor. Há uma beleza amarga nesse poder de afeto. Ele ressurge como uma flor rara, florescendo onde não deveria, mas simultaneamente, sendo condenado a murchar logo depois, antes mesmo de poder ser totalmente apreciado. Corações entrelaçados, mãos e olhares distantes, como se o mundo que nos separa fosse maior que qualquer desejo. Os ventos vieram até a mim, trazendo consigo um eco de tudo o que poderia ser, mas não é. Nele, o seu sorriso, como raio de sol, ilumina os cantos sombrios do meu coração e o seu perfume. Ah! O seu perfume, que não consigo descrever em etéreas palavras. Esse, uma lembrança que nunca se perde em aromas e que se torna eterno, como uma fragrância impossível de deixar de sentir, mesmo que eu disfarce meu sentido. Porque, mesmo sem querer, continuo a buscar por você em cada lugar, em cada momento, como se fosse o último refúgio da minha censurada solidão. Nos grandes instantes, esses castelos de carinhos que suplico em desejos, como ondas incertas do mar, onde minhas palavras não poderão apagar a dor ou a saudade que me deixa sua ausência. Tudo que me restam são simplesmente as lembranças de um amor que, por ser proibido, se tornou o mais intenso e o mais inesquecível da minha vida.                


 

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