domingo, 8 de dezembro de 2024

José, um vencedor!

O meu nome é José, em perseguições há dias melhores. Fui morador de rua. Trabalhava como catador de papéis e outros materiais de reuso. Eu, além de outros, fui mais um invisível da sociedade. Por compadecimento ao meu estado de vulnerabilidade, o pároco da localidade cedeu-me um espaço bem pequeno nos fundos da paróquia, o suficiente para me abrigar e proteger, um novo ensejo de viver com dignidade. A cada dia, enquanto empurro meu carrinho, lembro-me de como é frágil minha condição humana. A procura de melhoria, de vivência condigna e espiritual, de preocupações com o meu futuro, luto diariamente com abnegação para conquistas na vida profissional. Pelo menos, garanto com o meu velho instrumento de transporte de produtos de reciclagem, o mínimo para a minha sobrevivência. No entanto, não é a indiferença que me define, mas a resistência. A resistência de continuar, de não me deixar vencer pelas adversidades, de acreditar que, apesar de tudo, há sempre uma chance de recomeço. É nesse movimento constante que encontro forças para enfrentar os percalços da vida. Mesmo nas condições mais precárias, minha vontade de viver com honra e lutar por um futuro melhor supera qualquer obstáculo. Em determinado momento, um voluntário de uma organização abordou-me e incentivou-me a participar de um programa de reintegração social. Hesitei no início, desconfiado, mas algo dentro de mim me fez dar mais uma oportunidade. Foi lá, naquele projeto, o meu primeiro emprego formal, em um salão de beleza, que aprendi novas habilidades, como cortar cabelo, limpar equipamentos da loja, realizar pequenos serviços de manutenção elétrica, hidráulica e comecei a entender que, apesar de meu passado difícil, havia um futuro possível para mim. Em sequência, fiz cursos profissionalizantes na minha área e abri o meu próprio estabelecimento, com apoio de um pequeno empréstimo. Hoje sou um empresário bem-sucedido. A verdadeira vitória não está em alcançar o sucesso, mas em ajudar outros a também vencerem as dificuldades da vida. Para mim, a maior lição foi entender que, não importa o quão profundo seja o abismo, sempre é possível encontrar forças para se reerguer e sempre haverá uma pessoa que nos estimule a vencer na vida. Agradeço a Deus e às boas almas que compreenderam meu drama e que me deram a possibilidade de enxergar o meu futuro pela mudança radical da minha forma de viver, um maltrapilho que vivia à margem da sociedade e pragmático que venceu com méritos os esforços dispendidos.

 

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