sábado, 14 de dezembro de 2024

As esperanças, sem desilusões.

Do choro se fez a noite. As minhas lágrimas brotam em dores, de emoções reprimidas. Esse desabafo profundo da minha alma cansada de esperar por definições, no silêncio da escuridão, sem compartilhamento de angústia e ansiedade, esquecido em uma prateleira coberta de pó, nesse autêntico adeus às ilusões, em olhos fechados ao acaso. A esperança sempre surge após as sombras e o passado já não tem mais importância. Sei que o sol virá em breve e secará minhas lágrimas de soluços, como promessa de cura. Ontem, marcado pela minha história de vida, em papel surrado à mesa, sob a pena da minha caneta, eu escrevi com admiração sobre uma mulher que sobrevoava como uma fênix, ressurgida das próprias cinzas, após desencontros de recomeços, em voos rasantes, procurando espaços para pousos. Eu, envolvido em narrativas, a observava, de longe, com a reverência de quem conhece o custo da reinvenção. À medida que as palavras fluíam da minha caneta, eu não conseguia evitar o sorriso suave que surgia em meu rosto, como um reflexo da certeza de que, assim como ela, todos têm a capacidade de suplantar suas dificuldades, mais uma vez, após cada queda. Ela já não acreditava nas máscaras que o destino lhe colocava à frente. Sabia que, por mais que desejasse o amor não era sempre puro e eterno, e que as vitórias nem sempre vinham com recompensas douradas. Dei fim à minha fantasia amorosa, pelas palpitações excessivas, com o coração mais vazio que antes, mas ainda com coragem. Porque, talvez seja isso o que as fênix nos ensinam. Que mesmo após perdermos alguém que amamos, a verdadeira transformação começa em nós mesmos, e algum dia uma delas pousará suavemente no meu coração, iluminada como o astro rei da manhã, secando os orvalhos com felicidades e quem sabe sem desilusões, ao cair em lágrimas de amor.

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