A verdade é um assunto intrincado, e frequentemente a resposta das pessoas ao confrontá-la pode ser desconfortável ou até mesmo rejeitada. Em diversas circunstâncias, não é que as pessoas "não gostem" de escutá-la, mas que ela pode abordar temas sensíveis, questionando convicções, costumes ou até mesmo a identidade de quem a ouve. A veracidade frequentemente expõe algo que não queremos admitir. Pode ser um erro nosso, uma precisão desconfortável sobre uma relação ou uma circunstância desafiadora da vida. Este embate com algo que nos incomoda costuma provocar resistência. Quando o acontecimento impacta diretamente a nossa autoconfiança ou as nossas convicções mais íntimas, temos uma inclinação inata para negá-lo ou, pelo menos, questioná-lo. A aceitação total da realidade requer bravura, algo que nem sempre estamos prontos para encarar, especialmente quando ela contrapõe nossa perspectiva de mundo. Frequentemente, ouvir a verdade implica enfrentar consequências que podem ser dolorosas. Isso explica, em parte, porque alguns indivíduos optam por viver na ilusão ou negar o ocorrido: o receio de sofrer futuramente parece mais intenso do que enfrentar a realidade no momento. Em termos psicológicos, nosso cérebro está intrinsecamente programado para procurar conforto e proteção. Frequentemente, a sinceridade do termo nos incomoda, e temos a tendência de nos distanciarmos para preservar a estabilidade emocional. A verdade dói, mas é necessária na vida do ser humano.
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