domingo, 2 de novembro de 2025

As emoções ocultas reveladas por um simples gesto.

Um simples aperto de mãos. Nada mais, nada menos que isso. Um gesto cotidiano, rotineiro, quase automático. No entanto, naquele instante em que minha mão pousou sobre a sua algo diferente aconteceu. Senti, através do frio que emanava da sua pele, uma corrente de emoções que nenhuma palavra conseguiria traduzir. Havia medo ali, uma ansiedade quase palpável, um desconforto que não se disfarçava, mesmo que você tentasse esconder por trás de um sorriso breve e forçado. Seus dedos tremiam levemente, e esse tremor dizia mais do que qualquer confissão. Era como se sua alma, por descuido ou exaustão, tivesse escapado por entre os poros e se revelado em silêncio. Por um momento, o tempo pareceu desacelerar, e o simples toque se transformou em um elo invisível, uma conversa muda entre duas presenças que se reconheciam pela vulnerabilidade. Olhei em seus olhos e vi o reflexo de algo que conhecia bem, o medo de ser lido, o receio de se despir emocionalmente diante de alguém. Mas, ao mesmo tempo, havia um pedido implícito, um grito contido por compreensão, como se o toque dissesse: “Perceba-me! Mesmo que eu não saiba como dizer o que sinto!” Soltei sua mão devagar, respeitando o silêncio que se formou entre nós. Ainda sentia o frio preso à minha pele, como se um pedaço do seu medo tivesse se agarrado a mim. E foi nesse instante que eu compreendi a razão pela qual as emoções humanas são mais sinceras quando não precisam de palavras. O corpo fala com uma verdade que o discurso não alcança. Às vezes, basta um gesto, um olhar, um toque, um aperto de mãos, para que a alma se revele inteira. E é nesse instante breve, quase imperceptível, que descobrimos que os sentimentos mais profundos não só gritam. Sussurram também aos ouvidos como simétricas conexões.

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