Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a Intuição, a Inocência e a Fé. Ao longo da vida, somos ensinados a acumular conhecimento, desenvolver habilidades, cultivar experiências e buscar certezas. Mas, curiosamente, quanto mais crescemos, mais nos afastamos de três presenças silenciosas e poderosas que estiveram conosco desde o início: a Intuição, a Inocência e a Fé. Essas três amigas não gritam, não disputam espaço, não exigem explicações. Elas apenas esperam com paciência que voltemos para casa para dentro de nós mesmos. A Intuição: a sabedoria que não precisa de palavras À Intuição é aquela voz que sussurra antes que a mente formule argumentos. Ela é o pressentimento, o arrepio, o caminho que parece certo mesmo sem lógica aparente. Não é superstição, tampouco impulso vazio. É sabedoria antiga que se manifesta sem pedir licença. Num mundo onde tudo precisa ser provado, medido, calculado, a intuição é muitas vezes desacreditada. No entanto, quantas vezes já nos arrependemos por não tê-la escutado? Ela percebe o que os olhos não veem, sente o que as palavras não dizem. Ignorá-la é como tapar os ouvidos para um conselho vindo do nosso eu mais profundo. Manter a amizade com a intuição é manter o canal aberto com o invisível, com o que está além da razão e muitas vezes é lá que mora a verdade. A Inocência: a pureza que enxerga com o coração A inocência não é tolice, não é ignorância. É a capacidade de ver o mundo com olhos limpos, sem cinismo, sem o peso das decepções. É a criança que ainda vive em nós, acreditando no bem, na beleza, no recomeço. Na pressa de crescer, trocamos a inocência pela desconfiança, como se fosse sinal de maturidade suspeitar de tudo e de todos. Mas o cético excessivo raramente encontra paz. Já o inocente, aquele que ainda consegue se maravilhar com a vida, experimenta um tipo de alegria que não se compra nem se ensina: apenas se sente. Conservar a inocência é manter viva a sensibilidade, a empatia, a esperança. Ela nos protege do endurecimento da alma, do olhar amargo. É ela que nos permite amar de novo, confiar de novo, começar de novo. A Fé: o sustento invisível nos dias escuros À fé é a chama que não se apaga mesmo quando tudo ao redor escurece. Não importa em que ou em quem você acredita o essencial é que você acredite. Ter fé é seguir andando mesmo sem saber o que vem depois da curva. É confiar que há sentido mesmo quando tudo parece sem modo algum. A fé não precisa de prova, ela é a prova. Em tempos de dúvida, crise, perda ou solidão, é ela que nos mantém de pé. Enquanto o medo paralisa, a fé impulsiona. Enquanto a razão limita, a fé expande. Fé é resistência. É ponte entre o finito e o eterno. É a certeza de que, mesmo no caos, existe uma ordem maior agindo em silêncio. Não as abandone. Nunca. A intuição, a inocência e a fé não são luxos espirituais são ferramentas de sobrevivência da alma. São raízes que nos mantêm conectados ao essencial quando tudo o mais nos afasta de nós mesmos. Quando o mundo te fizer duvidar de tudo, que você ainda se lembre de ouvir a intuição, de preservar a inocência e de cultivar a fé. Elas caminham com você desde o berço. E, se você se permitir elas as acompanharão até o fim como grandes e resolutas amigas.
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