Essa lei romana, com o conceito de “olho por olho, dente por dente”, é um princípio fundamental que merece uma reflexão interessante quando aplicada ao amor e aos relacionamentos humanos, embora, principalmente, criminal, com possibilidade de punição. Amores, carinhos, traições, decepções tendem a retribuir o sofrimento da mesma maneira. Os amores não seguem regras matemáticas ou uma simples troca de favores. Os verdadeiros são generosos, compassivos e perdoadores, compensados de maneira igual. A norma de Talião para o amor pode ser vista, então, como um reflexo de desconfiança ou desforra, um mecanismo que busca restaurar um equilíbrio quebrado por um ato negativo, e a compreensão mútua, o perdão e a busca por soluções criativas que superem a ideia de revanche. Entrementes, esse preceito segue essa regra objetiva e equitativa de justiça que visa corrigir um mal com um mal de igual proporção. O amor é uma força que transcende essa lógica de retribuição. O amor é incondicional e grandioso, buscando não apenas a reparação de danos, mas também o perdão e o crescimento das relações. A justiça do amor é curativa e restauradora, enquanto o código de Talião busca apenas equilibrar as ações por meio de uma retribuição exata. Assim, ao passo que o regulamento de Talião pode oferecer uma solução rígida para as transgressões, o amor presenteia uma possibilidade de cura e superação dos erros, muitas vezes de forma inesperada e até extraordinária.
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