No vai e vem da rede de dormir, mais uma despedida do dia, O sono
fecha minhas pálpebras, o meu corpo se entrega com uma sensação de conforto e
relaxamento, balançando exaustivamente, pelo auxílio do vento, e com um leve
barulhinho dos acabamentos de pano com metais. O silêncio da noite aliado ao movimento
da rede proporciona-me um momento único de conexão profunda com minhas emoções
e aspirações, um ambiente propício para a minha criatividade fluir. Na
liberdade de meus neurônios, em questão de segundos viajo para lugares
distantes, um portal para mundos que habitam a minha imaginação. Mas, também,
meus reais medos em confrontos escondidos pelas inseguranças refletidas. O pior
deles, para mim, é o da solidão. O desconhecido é atraente, à medida que a
noite avança e um futuro incerto é assustador. Na quietude da rede, embalado
pela suavidade, a lua se torna uma companheira também silenciosa. A sua luz
delicada e suave me transmite serenidade e um olhar de um futuro promissor.
Pela lei natural do universo, o sol da manhã desponta em meu corpo. Os
primeiros raios generosos abraçam-me trazendo calor e vida a cada fibra da
rede, que me preenche de gratidão e me lembra da importância de viver cada
momento plenamente. O embalo na rede de dormir é inimaginável, em minha
privacidade.
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