Há
quarenta e seis anos atrás, um rapaz e uma moça, de vinte e um e dezoito anos
de idade respectivamente, uniram-se voluntariamente, através do matrimonio, para
constituir uma família. Desse vinculo conjugal nasceram quatro filhos, depois,
com a ampliação da família, mais quatro netos. No início, como todo casal,
existe o período de adaptação. Dificuldades e alegria nos permitiram que
chegássemos nesse quatro de setembro de dois mil e dezessete mais uma vez unidos
por esse sentimento. Éramos duas crianças e nos achávamos gente grande.
Enveredamo-nos com pouca idade ao sagrado altar. Aquele dia, lembramo-nos de
que foi nossa pura emoção. Tudo começou na Nossa Senhora do Sagrado Coração. O
dia quatro de setembro de mil novecentos e setenta e um, ficou gravado na nossa
folhinha como feriado nacional. Uniram-se
as famílias Gouveia e Santos. Nesse caminho nós, jovens casal encontramo-nos
com a atribulação, contornando essas adversidades com garra e obstinação. Com nossos
votos matrimoniais renovados desde então essa promessa não foi quebrada,
simplesmente arraigada até os dias de hoje, com o sentimento de que cumprimos a
nossa missão em criarmos os nossos filhos: Marcelo, Glaucia, Aline e Augustus e
bem posteriormente a nossa primeira neta Natália, hoje vivendo conosco. Isso só
foi possível porque estávamos em sintonia no seio familiar. A Tania, uma abnegada, dedicando-se a cuidar do
lar e dos filhos, e a minha função era o sustento da família. Hoje essa
modalidade de pensamento é totalmente descabida. Agora nossa concentração é
voltada para os filhos e netos dando-lhes força necessária para enfrentarem os
ciclos de suas vidas com muita bravura e sagacidade desejando-lhes persistência
para alcançarem seus objetivos com solidez e tranquilidade, como o alabastro;
maciço e translúcido.
Poema à Tania, mãe, avó e esposa.
O
amor tem dessas coisas ele aparece do nada.
E
um simples toque de um bordão.
Escolhe-se
a mulher amada.
Nossos
olhares se cruzaram, numa rua barulhenta.
Na Cândido Benício, 2080. Você estava linda como a noite enluarada.
E
as noites no portão eu ouvia, a disparada no meu peito.
Prepare
seu coração pras coisas que eu vou contar.
E
sem muita conversa.
Mandei
outro pretendente rodar.
Palavra
de amor dita então. Você quer ser minha namorada?
O
“sim”, em uma brincadeira de São João.
Fez
alegrar a minha pupila.
Com
uma festa no fim da vila.
Esse
amor irradiou e não foi por engano.
Foram
nos seus quinze anos. Ele enraizou.
Você
a menina moça, conquistou meu coração.
E
há quarenta e seis anos estamos juntos.
De
forma antagônica as letras de ultimo desejo.
Seguimos
juntos pela estrada da vida, com alguns percalços.
Mas
não desistimos, e vencemos como nossos filhos e netos vencerão.
As juras do altar seguirão até as nossas
ultimas horas.
Sozinho
sou desamor, sem mar e sem flor.
A
tristeza pode até vir, mas fundamental é o amor.
E
o amor é perene entre nós.
“Muito
obrigado por ter me dado uma família maravilhosa”.
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