Fidelidade é o sopro leve que sustenta o amor nas horas frias. É a chama pequena que não se apaga, mesmo quando o ar sopra forte. É o gesto simples que repete o cuidado, a escolha silenciosa que se renova a cada amanhecer. Ser fiel é permanecer quando seria mais fácil partir. É acreditar no vínculo mesmo quando o mundo duvida. É guardar o nome do outro como promessa. É respeitar o espaço sem perder o laço. Lealdade é raiz e é asa. Raiz que firma, asa que liberta. Pois quem é fiel não prende acompanha o voo com confiança. Há deferência nas palavras que cumprem o que dizem, nos olhos que não se desviam da verdade, das posturas e da sinceridade, no abraço que permanece igual, mesmo quando o tempo muda tudo ao redor. Ser fiel é amar sem precisar vigiar. É confiar sem medo da distância. É saber que o coração tem endereço certo, ainda que os caminhos se alonguem. E no fim, a consideração é espelho da alma: reflete quem somos quando ninguém nos vê. É a poesia que o tempo escreve em silêncio, a eternidade escondida nos gestos simples. Porque ser fiel é ser inteiro. E o que é inteiro, o tempo não quebra. O que é fiel, o mundo não apaga. No som, o original é a gravação. A alta fidelidade busca a reprodução perfeita e sem distorções do som. No amor, o original é o compromisso ou a promessa de exclusividade e união. O zelo e a atitude que mantém esse compromisso inalterado são puros.
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