Hoje não é dia de festa. Muitos tiros ecoaram aqui na Marangá.
Roubaram dois caminhões. Um que transportava carnes bovinas e frangos e outro
com refrigerantes e cervejas. Isso foi por volta das dez e meia da manha.
Quando eu saí para trabalhar notei um “caveirão” nas redondezas. Este fez a
manobra e virou a direita para a Rua Doutor Bernardino. Eu que vinha logo atrás
ouvi varias rajadas de metralhadoras, que me pareceu serem direcionadas ao
veiculo policial. Dei marcha ré e coloquei-me atrás do caminhão de bebidas
abandonado, sem saber que este fora roubado. Logo em seguida eu atravessei a
rua rapidamente e fui trabalhar. No meu retorno para casa o caminhão estava no
mesmo lugar, com varias caixas de papelão que envolve latas de cervejas pelo
chão, lonas rasgadas, sem refrigerantes e pallets revolvidos. Com certeza ali
houvera uma grande baderna. Tudo fora saqueado. Vagabundos e moradores da
localidade aproveitaram-se desse momento e a guarnição policial sem ação para
proibir o furto, evadiu-se. No dia de hoje até a esse momento, já que são dezoito horas, ouvem-se
muitos tiros e barulho de helicópteros em incursão na comunidade vizinha a meu condomínio.
Infelizmente estamos sem segurança. Não respeitam forças armadas, intervenção,
polícias, pessoas idosas, crianças. As facções criminosas estão acima da lei. Estamos
desanimados com essa situação sem solução. Aqui na Praça Seca, todos sem
exceção, rogam diariamente para que cesse essa ditadura imposta pelo crime
organizado. Só está faltando esses bandoleiros baixarem o Ato Institucional.
Tivemos aqui dezessete atos publicados pelos militares na década de sessenta. Para nós
que vivemos nesse teatro, ansiamos aos governantes para a elaboração do último
Ato com final feliz para a população. especialmente a de Jacarepaguá.
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