Às vezes, penso que foste só um suspiro, um sopro breve no véu da existência, então teu nome pulsa em mim, feito oração dita em silêncio, sem fé. Carrego tuas lembranças como cinzas quentes, sem saber se me queimam ou aquecem, e cada gesto meu parece um eco teu, mesmo quando o mundo já te esqueceu. As noites são poços onde mergulho, buscando teu rosto na superfície do escuro, mas só encontro meu reflexo cansado, afogado no mar do que nunca foi. E se a lua brilha, é só para me lembrar do que perdi na curva de um adeus mudo, das palavras que calei por orgulho, e da tua ausência, que agora é tudo.
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