Todo o ano é a mesma coisa. Congratulações, abraços
fraternos, abraços falsos, enfim, desejos de prosperidades para o ano que se
inicia e falsos desejos para os que são conflitantes em suas emoções. E quando
chega a meia noite com ou sem horário de verão vemos os céus cheios de fogos espocando
como se enviassem esperanças aos sofridos trabalhadores. Nessa imensa queima de
fogos não percebemos que os nossos salários corroídos pela inflação também ardem
pelos esforços combalidos da imensa sociedade que trabalha com muita garra. E nesse
vai e vem de ano, o que vemos é a situação cada vez pior, e o que realmente
cresce em nós é a inevitável velhice. Assim,
eu fico impressionado com as mazelas dos governantes desse país em todas as esferas
que dizem que irão resolver pendências de governos anteriores e nos quatro anos
seguintes a situação piora por desmando. E assim seguimos nós, resignados pela
farta falta de consciência desses políticos em coadunar-se com a postura de
cidadão eleito pelo povo. Nos jornais só se registram tramoias, conchavos, favorecimentos,
ilícitos e assim sucessivamente. Agora teremos o carnaval, onde o povo
extravasa a sua alegria momentânea, queima de estoques para renovação de
produtos, enquanto os desempregados lutam para pelo menos levarem um litro de
leite para seus filhos. No final de mais um ano, mais fogos serão lançados aos
céus e se estivermos vivos veremos o firmamento alegre e mais um ano de senilidade
argumentando que dias melhores virão, mas nem todos verão, tanto na forma substantiva
como na verbal. Quem viver verá!
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