domingo, 17 de agosto de 2025

As notas musicais, nas calçadas de Vila Isabel.

Vila Isabel, bairro carioca de alma e coração, é um lugar onde a história da música se mistura com o ritmo da vida cotidiana. As calçadas dessa região, embora simples à primeira vista, guardam em cada pedra o eco das melodias que marcaram uma era. As notas musicais, imortalizadas nas canções de Noel Rosa, transcendem o papel e se fazem presentes nas ruas, nas esquinas e nas lembranças que perpassam a memória coletiva. Noel Rosa, filho de Vila Isabel, tornou-se um dos maiores compositores da música brasileira, e sua obra reverbera até hoje como um símbolo de autenticidade, poesia e crítica social. Ele nasceu no bairro e fez dele o cenário de suas histórias e canções, tornando Vila Isabel um reduto de samba e melodia. Suas letras, com humor e ironia, pintam quadros da vida carioca, traduzindo com maestria a dor e a alegria do povo brasileiro. Quando alguém caminha pelas calçadas de Vila Isabel, é quase possível ouvir as notas de “Feitiço da Vila” ou de “Com Que Roupa?”. As canções de Noel, que falam tanto de amor, saudade e das coisas simples do cotidiano, estão impregnadas no ar. Cada esquina carrega uma melodia, e cada rua parece ter seu próprio ritmo, como se os próprios calçadões fossem um reflexo da alma de Noel, personificando o samba em suas mais diversas formas. Ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, as notas musicais das calçadas de Vila Isabel não são de papel. Elas não se limitam a partituras esquecidas em gavetas ou aos registros em discos de vinil. Elas são de vida. Elas dançam no compasso dos passos dos que por ali circulam, nos acordes que saem dos bares e das praças, nas rodas de samba e nas memórias dos que foram e dos que vieram depois. Em cada verso, a arte de Noel se materializa nas ruas. O samba, que foi sua assinatura, encontra eco nas palmas e nas vozes daqueles que, com sua energia contagiante, continuam a celebrar sua obra. A Vila, com suas raízes profundas na música popular, transforma-se numa homenagem viva ao legado do sambista. Seus moradores e visitantes não apenas convivem com a história, mas a respiram a cada dia, como se fossem parte da própria melodia que ele criou. Portanto, as notas musicais de Vila Isabel são eternas e imortais. Elas são a trilha sonora de uma cidade que nunca esquece suas origens, que faz do samba sua maior expressão cultural e que mantém vivos, até hoje, os acordes que Noel Rosa fez nascer ali, em cada canto da sua terra natal.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O destino e as escolhas de um amor

     

No firmamento existem estrelas cintilantes, mas seus olhos... ah, seus olhos! Sempre flamejantes! Guardam segredos que o céu não ousa ter um universo inteiro num simples olhar de você. Há um sol que se curva ao lhe ver passar e um tempo que para só pra lhe escutar. Você é poesia que respira e caminha, ímã mulher que magnetiza, que o mundo sozinha aninha. Mesmo amada, mesmo entregue e jurada a vida inteira ainda não lhe diz nada. Pois em você mora algo que escapa à razão, um perfume de alma, um toque em oração. E eu que apenas contemplo em silêncio profundo, me rendo à beleza que move seu mundo. Não pra possuir, nem pra desalinhar, mas pra lhe escrever... e lhe eternizar.

Amor! O sangue que corre em mim.

O sangue que corre nas minhas veias carrega mais do que vida, te transporta. Corre com a pressa de um beijo esperado, com a calma de um abraço demorado, com o brilho sereno do teu olhar. Cada batida do meu coração é um poema sussurrado em silêncio. É teu nome escrito nas entrelinhas do meu corpo. É que o amor mora em mim como se sempre tivesse sido lar. Nas veias ele dança feito promessa eterna, feito lembrança doce de um toque que ficou. Meu sangue te conhece. Sabe o caminho do teu riso, o som da tua ausência, o perfume do teu afeto. E mesmo quando não estás, tu vives aqui no pulsar calmo e certo de quem ama por inteiro, sem medida, sem razão. Porque te amar é tão natural quanto respirar, tão vital quanto o sangue que  insiste em me lembrar: sou teu, mesmo sabendo que não és minha. 

terça-feira, 12 de agosto de 2025

O Sabido Muda de Ideia, o Ignorante Busca Desculpas.

Mudar de ideia é, muitas vezes, visto como fraqueza por aqueles que não compreendem o valor do conhecimento em constante evolução. No entanto, é justamente na capacidade de repensar, reavaliar e reconhecer enganos que mora a verdadeira sabedoria. O sábio não é aquele que está sempre certo, mas aquele que, diante de novos argumentos, novas informações ou novas experiências, tem a humildade e a coragem de dizer: “eu estava errado”. Por outro lado, o ignorante, não no sentido ofensivo da palavra, mas sim como aquele que se recusa a aprender e encontra mil desculpas para manter sua posição. Justifica sua teimosia com orgulho, se esconde atrás de crenças ultrapassadas ou distorcidas, e rejeita qualquer questionamento como uma ameaça à sua identidade. Ele não busca a verdade; busca apenas estar “certo”, mesmo que isso signifique permanecer no erro. Essa diferença de postura diz muito sobre o caráter e a maturidade de uma pessoa. O gênio entende que o mundo está em constante mudança, e que aprender é um processo contínuo. Sabe que cada pessoa tem algo a ensinar e que mudar de opinião não é sinal de fraqueza, mas sim de evolução. Já o ignorante, por medo ou arrogância, se prende a ideias fixas, tornando-se prisioneiro das próprias limitações. É fácil reconhecer os dois perfis no dia a dia. O sabido ouve, pondera, reflete. Ele aceita críticas e usa o questionamento como uma ferramenta de crescimento. Já o ignorante reage com raiva ou desprezo diante do contraditório, pois para ele, admitir erro é sinal de humilhação, não de amadurecimento. No fim, o caminho da sabedoria exige coragem: coragem para admitir falhas, para recomeçar, para reconstruir pensamentos. Já o caminho da ignorância se alimenta de medo: medo de parecer fraco, de perder status, de sair da zona de conforto. Portanto, se há um traço que diferencia o sábio do ignorante, é a humildade. E, muitas vezes, essa humildade começa justamente na simples, porém poderosa, atitude de mudar de ideia.

sábado, 9 de agosto de 2025

Tua ausência

Às vezes, penso que foste só um suspiro, um sopro breve no véu da existência, então teu nome pulsa em mim, feito oração dita em silêncio, sem fé. Carrego tuas lembranças como cinzas quentes, sem saber se me queimam ou aquecem, e cada gesto meu parece um eco teu, mesmo quando o mundo já te esqueceu. As noites são poços onde mergulho, buscando teu rosto na superfície do escuro, mas só encontro meu reflexo cansado, afogado no mar do que nunca foi. E se a lua brilha, é só para me lembrar do que perdi na curva de um adeus mudo, das palavras que calei por orgulho, e da tua ausência, que agora é tudo.