Coitada da Belinha, uma cachorrinha
brincalhona que tinha a mania de dormir na cama beliche, na parte do alto. Para
subir ela fazia um grande contorcionismo. Ia pela estante e galgava rapidamente
a parte superior do leito. Todos os dias ela fazia isso quando queria
descansar. Era costume eu colocar o seu almoço, na parte externa da área. Até
que em determinado dia, na hora da refeição ela não apareceu como era de
costume. Eu tinha ido ao mercado e antes de sair coloquei o seu prato preferido,
“grãos de carne prensado”, para sua alimentação. Quando cheguei à minha casa,
vi uma cena horripilante. A minha Belinha estava toda ensanguentada. Ela ainda
se encontrava viva. Enrolei-a em uma toalha e segui para a clinica veterinária,
próxima a minha residência. Lá constataram que ela havia sido baleada. Fizeram
todos os procedimentos necessários, mas infelizmente ela não resistiu. O
projétil havia atingido órgãos vitais da minha cadela. Após o sepultamento da
minha “filha”, fui para casa e lá reparei que no vidro da janela havia um
buraco feito à bala. Essa situação aqui no Rio de Janeiro está insustentável.
Muitas mortes ocasionadas por tiros disparados de todos os lados. Policiais,
traficantes e milicianos em confrontos esquecem-se da população. A bala nunca é
perdida. Ela sempre encontra alguém, e até os animais não estão livres dos
descasos dos políticos que deveriam criar leis mais severas para acabar com
essas mazelas de nosso Estado. Rio de Janeiro também virou um Rio de sangue.
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