Todos os dias minha esposa Tania e eu somos agraciados com a visita
de um passarinho nas janelas do nosso apartamento. Ele bica alegremente o vidro
da nossa primeira janela da sala, que ainda está fechada, parecendo fazer-nos
uma saudação. Seu nome “sanhaço coqueiro”. Esse pássaro habita normalmente em
palmeiras, sendo logicamente o coqueiro um parente próximo da palmeira. Achamos
interessante ele fazer ataques à sua silhueta em função da reflexão de sua imagem
no vidro da janela. Ali o pássaro permanece alguns minutos cantando e fazendo
acrobacias. Depois ele voa para a outra janela e repete o mesmo ritual. Talvez
ele esteja interpretando que nós estamos recolhidos e quais seriam os nossos
sentimentos, visto que ele está livre, leve e solto. Depois de breves trinadas,
ele alça voo para outro lugar. À tardinha logo que o sol se põe, nós recebemos
novamente sua visita. Dessa vez com um gorjeio mais imponente, parecendo
despedir-se de nós. Assim todos os dias essa visita que já não é mais
inesperada faz parte do nosso dia. Então eu me reporto à nossa velha
constituição, que fez em outubro de 2018 trinta anos. O direito de ir e vir.
Seria muito bom se nós tivéssemos a vida desse magnifico pássaro. Temos os
direitos inalienáveis de ir e vir preservados, assim como no reino animal. Por
enquanto nós seres humanos nos encontramos engaiolados em função da falta de
segurança, tanto no Rio de Janeiro como no Brasil. Será que deveremos aprender
com a fauna brasileira os princípios da nossa liberdade? Com a palavra o
Legislativo, Executivo e o Judiciário, porque eu estou cansado de discursar
sobre esse tema.
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