Encontrei-a no verão. E na rua dos desenganos, ela passou por
mim como um beija-flor. Um calafrio tomou conta do meu corpo, quando avistei essa linda ave, dando várias voltas
com as suas brejeiras asas, como me convidasse para sentar ao banco daquela
praça, onde foi o nosso primeiro beijo. A espera para encontrá-la foi longa e
eu não queria perder novamente o primeiro amor da minha vida. Anteriormente, no
outono, por distração, descuidei-me de vista da ave-beijoqueira, que na sua ingenuidade
voou para outros lugares. E, nem sei dizer por que estou triste. Continuei
muito mal. Permaneci recolhido nos meus aposentos. Fiquei agasalhado no meu
infortúnio. Às vezes eu olhava para o infinito em pensamentos negativos sobre
ela. Aquele inverno também foi péssimo para mim. Eu sentia que as minhas forças
estavam se esgotando com o isolamento que se aproximara sem a presença dela.
Com os primeiros raios solares da primavera, tudo mudou. Hoje, eu não precisei
ir à pracinha para revê-la, ela veio até a nossa porta, onde se encontra um
magnífico jardim. Enfim, ela ressurgiu meiga e bela como sempre, acompanhada de um casal. Os colibri voavam freneticamente em minha direção. A tristeza,
que a mim, prenunciou, ninguém pode distinguir, e a maior amargura é a angústia,
que eu senti sem saber por quê! Triste é viver na solidão e sem um amor verdadeiro.
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