sexta-feira, 29 de junho de 2018

Cinquenta anos de namoro.


Há cinquenta anos começamos a namorar, precisamente no dia de São Pedro. Lembro-me que realizamos uma festa na vila da Rua Candido Benício, número 2080. Todos os moradores colaboraram e realizamos uma grande festa naquela data. Isso seria o prenúncio do meu pedido à minha eleita. Participamos alegremente do evento com brincadeiras típicas, e Tania e eu, ela com boa aparência, e eu talvez por cansaço pela movimentação e arrumação de bambus, bandeirinhas, lanterninhas, etc., juntamente com os demais, não me arrumei à altura para este relevante momento. À noite, já quase no meio da festa conversamos e eu visivelmente alegre pela ingestão de bebidas típicas investi sobre a minha preferida e com o coração descompassado formulei a tradicional pergunta. “Você quer ser minha namorada”? Naquele momento ela ficou um pouco atônita, mas de pronto respondeu que sim. O nosso encontro foi casual. Eu já morava na vila e ela veio junto com suas irmãs fazer a limpeza da casa que seu pai alugara onde iriam residir pela segunda vez no mesmo lugar, mas em casas distintas. Antes de pedi-la em namoro, conversávamos muito no célebre portão da vila, sobre ela, a respeito de mim e também vários assuntos da ocasião e o que mais nos aproximava naqueles momentos eram as musicas que a bossa nova nos proporcionava, e entre olhares nós sentimos que havia uma química que era intensa. Quando o seu namorado chegava de Campo Grande ela insistia em ficar conosco no mesmo local de encontro. O rapaz entrava e ficava conversando com os pais dela. Até que em dado momento eu tive que intervir e a perguntei se ela estaria incomodada com essa situação. Disse-me ela que sim. Então a prometi que resolveria o assunto. Conversei reservadamente com ele e o fiz reconhecer que a Tania não estava interessada nele e o pretenso namorado resignado não voltou a importuná-la. Ainda sobre nossos encontros no portão, eu comecei a insistir mais em seus interesses e seu futuro. Lá, rapazes e moças entoavam musicas tocadas pelo mano Candido, que por sinal era muito bom e amigo das cordas. A frente da vila sempre era o local da nossa reunião e quando chovia ficávamos embaixo da marquise. Às vezes íamos à missa na parte da noite, quando eu chegava de mais um árduo dia de trabalho e em menos de um ano mudamos nossos comportamentos de adolescentes visando mais o futuro, pensando em caminhar juntos nessa nova empreitada que se iniciava em nossas vidas. E exatamente no dia treze de julho do ano seguinte começamos a usar a aliança de compromisso para futuras realizações, até os dias de hoje. Isso aconteceu no dia 29 de junho de 1968.

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