Minha eterna lembrança sobre mamãe começa na idade infantil, às
vezes íamos ao cinema, lembro-me até do primeiro filme a que assistimos “E o
sangue semeou a terra”. Frequentávamos as casas de parentes e por diversas
vezes íamos à feira, sempre aos domingos, e era lei fazermos uma visita ao tio
Chiquinho e a tia Mercedes. Às vezes o meu primo Aírton ficava na cozinha
fazendo alguns petiscos e nos chamava para provarmos a sua iguaria “rins de boi
com gosto de xixi” e quando retornávamos da feira com a bolsa abarrotada de
legumes, hortaliças e frutas a caminho de casa era praxe passarmos em frente ao
“Big Bar”, onde através de uma máquina barulhenta, saia em forma de cilindro o
tão esperado sorvete que os irmãos Cândido, Marco, Almir ou eu, dependendo de
quem fosse à feira, consumíamos com muita vontade. Enfim muitas recordações e
que hoje compreendo a luta que foi criar os seus filhos. Como toda dona de casa
exemplar, ouvíamos frequentemente a vassoura roçando em todos os cômodos da
casa e nos apressávamos para tirar as pipas debaixo da cama, senão era lixo na
certa. Trabalhava arduamente, nas tarefas caseiras e na parte externa da nossa
residência também, pois, o nosso terreno era bem grande e tinha bastante
plantação de frutas. Por sermos ainda pequenos, cabia a ela a árdua tarefa da
limpeza. Recebíamos também, vários parentes em nossa casa. Apaziguadora,
exemplo de paciência e bondade, nunca deixou de partilhar a sua ajuda com os
parentes mais necessitados. Era exigente e muito dedicada a sua família. Fazia questão
de saber onde os seus filhos estavam. Os meninos tinham que pedir para jogar
futebol. Na maioria das vezes delegava atribuições a seus filhos, que sempre
foram cumpridas à risca. Agora com a sua partida percebo hoje que todos os
ensinamentos dado pela senhora surtiram efeitos em nossas vidas. Obrigado
Moema, nossa mãe, pela sua missão: Alice, Candido, Angelo, Marco, Almir,
Angela, Ana, André e Telma. (Homenagem de seus filhos).
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