quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Hoje eu quero ouvir

 

Hoje eu não vou escrever. Definitivamente eu não comentarei. Mas isso não significa resignação. Hoje eu quero ouvir. Ouvir os cantos dos pássaros, escutar uma voz suave, sentir o aconchego de uma palavra amiga ao som de uma linda musica, atentar para o balanço dos galhos nas arvores com sons maravilhosos e não ao contrário. Não perceber o barulho das aguas que correm sem rumo nas vielas das comunidades, o escarcéu das crianças que lutam para conseguir agua potável, o estardalhaço pela doação de um prato de quentinha, do tumulto com o vai e vem da energia elétrica, não entender as promessas de campanha descumpridas, o alvoroço quando alguém é baleado por bala encontrada, das reclamações de toda sorte de órgãos públicos e privados. A infraestrutura e suas fragilidades, degradadas. Além de só exercemos as nossas mudanças por votos, ainda assim sofremos, já que saberemos como será o nosso destino, visto que a maior parcela de parlamentares não é confiável. Corrompidas em sua maioria. E novamente, o círculo vicioso para o mal retorna e com força maior. Essas desigualdades absurdas não saem dos meus tímpanos. Nós devemos dizer não ao racismo, escravizações, corrupções e as demais mazelas nesse país, chamado Brasil, já que a meritocracia é a ideologia que institui as disparidades sociais. Parei de ouvir tudo que incomoda a um cidadão de bem. Deixo isso com Deus. Deus! Seus filhos estão oprimidos, frágeis e sem apoio. Ouça aos nossos anseios. Que suas graças nos sejam atendidas e que nós não precisemos viajar até as margens do Ipiranga. Nós somos heroicos e aí sim eu sempre ouvirei esse brado retumbante. A nossa Nação precisa disso. Saber ouvir, cobrar e não ignorar os fatos e maus tratos ao povo brasileiro. Portanto nesse próximo domingo, dia quinze de novembro de dois mil e vinte, nós poderemos tentar mais uma vez mudar o rumo da história. Não percamos as esperanças e com fé em Deus nós mudaremos os nossos destinos. No dia da eleição na realidade, eu quero ouvir o barulho nas urnas. Agora o futuro irá nos dizer com ou sem pandemia se nós seremos recompensados, já que o nosso passado não teve futuro. Mesmo com desconfianças eu ainda acredito. Vote certo. Avante futuro!


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Verdade e Mentira

A verdade sempre desconfiou da mentira. A mentira é matreira. Ela percorre os nossos neurônios e nos faz acreditar que as nossas verdades são verdadeiras. Acontece que o processamento do cérebro através do encéfalo, independente dos lados, por onde percorrem a lógica e a razão é que predomina a nossa inteligência. Eu tenho setenta anos e até hoje eu não sei se a verdade é uma mentira ou se a mentira é uma verdade. Na verdade eu sempre tentei dentro do pouco que eu aprendi a respeitar as minhas atitudes e com bom senso discernir o que eu achava certo. Com bastante desprendimento dessas ideias, eu me permiti fazer as minhas escolhas. Essas opções, em verdade foram absorvidas no interior do meu seio familiar advindas da educação recebidas de meus pais. Eu sempre tentei trilhar os meus caminhos na estrada da vida os quais eu conseguisse enxergar. Mas nem sempre é assim. Tive também caminhos tortuosos e Deus em sua sabedoria me fez ver as dificuldades que eu poderia sentir caso não recuasse em minhas decisões. Às vezes a mágoa é amiga da mentira. Aliás, a mágoa é amiga das duas, mas ela subjuga. Ela sempre estará às ordens do comando em nossos cérebros. Se nós quisermos que a nossa mentira seja mentira então trituramos esse pensamento até os finais de nossos dias. Já dizia o nosso saudoso poeta com as ilusões mentirosas reduzidas a pó. Eu ao pó retornarei com a consciência de ter tentado acertar sem fugir dos meus pensamentos a respeito das minhas certezas, sendo elas verdadeiras ou mentirosas. Deus sempre será justo e com ele a razão sempre irá sobrepujar e se eu estiver errado sofrerei as consequências de minhas atitudes sob o olhar do pai eterno.